Parece que é mesmo assim: o que sabe bem, ou faz mal, ou é pecado ou engorda.
O prazer (sensual) tem no imaginário de (quase) todos nós uma excessividade que nunca se coaduna com a contenção e as boas maneiras.
Não se querendo tocar nos limites, não se imagina amantes regrados sem desvarios ou toques de loucura.
Assim como não se imaginam banquetes sem gorduras, açucares, álcool e outras coisas que sabem muito bem e fazem mal.
Banquetes saudáveis de legumes e frutas não são a regra, sejamos sinceros.
Por outro lado, acontecimentos e encontros onde não exista adrenalina malandra são eventos sem memória nem história.
Penso haver qualquer coisa de voraz e alimentício na forma como concebemos o prazer.
O desejo de alguém ou de alguma coisa tem de despertar água na boca e deve culminar na sensação de estar cheio e pleno.
Daí ser muito vulgar entre nós metáforas em que os prazeres da cama, da mesa e da própria vida se misturem e confundem.
Comer ou beber de mais ou de menos ou ter sexo por excesso ou defeito aparece sempre como sinal de uma falta ou de uma compensação que indicia mal estar e desconforto.
Cada época e cada cultura trata o assunto de acordo com as condicionantes inerentes e duma forma mais ou menos complicada.
A intrincada relação entre o prazer e a comida parece-me demasiado evidente.
Não quero ser o último a comer-te
"Não quero ser o último a comer-te.
Se em tempo não ousei, agora é tarde.
Nem sopra a flama antiga nem beber-te
aplacaria sede que não arde
em minha boca seca de querer-te,
de desejar-te tanto e sem alarde,
fome que não sofria padecer-te
assim pasto de tantos, e eu covarde
a esperar que limpasses toda a gala
que por teu corpo e alma ainda resvala,
e chegasses, intata, renascida,
para travar comigo a luta extrema
que fizesse de toda a nossa vida
um chamejante, universal poema.!"
"Não quero ser o último a comer-te.
Se em tempo não ousei, agora é tarde.
Nem sopra a flama antiga nem beber-te
aplacaria sede que não arde
em minha boca seca de querer-te,
de desejar-te tanto e sem alarde,
fome que não sofria padecer-te
assim pasto de tantos, e eu covarde
a esperar que limpasses toda a gala
que por teu corpo e alma ainda resvala,
e chegasses, intata, renascida,
para travar comigo a luta extrema
que fizesse de toda a nossa vida
um chamejante, universal poema.!"
Carlos Drummond De Andrade
Pérola, darlingue, nao vejo nada
ResponderEliminarkis :=(
Gostei do poema.
ResponderEliminarE do post em si... Falas aí umas verdades e lógicas
Beijocas
É mesmo, o que sabe bem, ou faz mal, ou é pecado ou engorda.. que aborrecido! Ontem apetecia-me crepes para o jantar, no entanto e como tenho que perder o excesso, virei-me para a sopa e pronto! Acho mal!
ResponderEliminarPoema lindo e instigante...beijos,tudo de bom,chica
ResponderEliminarSe não fôr assim: "o desejo de alguém ou de alguma coisa tem de despertar água na boca e deve culminar na sensação de estar cheio e pleno." não é prazer! :)
ResponderEliminarPérola, seu blog é muito bom.
ResponderEliminarVim retribuir o carinho no meu e por aqui estou me instalando.
Beijos
Ani
Sua comilona
ResponderEliminarSó pensa em comer
Tenha cuidado muito não coma
Se quiser seu esqueleto elegante manter!
Morango pode comer
Não faz engordar
Comer dá prazer
Não fique para o espelho a olhar!
Estou a imaginar
Seu corpo delicado
Margarida a pensar
No seu namorado!
Seu corpo elegante
A ele abraçada
Estrela brilhante
Nascida de madrugada!
Boa quinta-feira para você,
um beijo
Eduardo.
Está muito boa a reflexão mas aquele poema, fantástico :)
ResponderEliminarBeijinhos
O texto está fantástico e a complementar o poema.
ResponderEliminarLindo.
Bjs :))
O de frutas parece-me muito bem, bonito de ver e melhor ainda de se comer:) Beijito!!!
ResponderEliminarComer dá prazer, sexo também, o excesso disso tudo é delicioso, pena que as vezes sentimos culpa, mas muitas vezes temos que esquecer a culpa ou o regime, pois a vida é curta e temos que curti-la!
ResponderEliminarBeijos...
Fizeste me recuar a um espectáculo no pavilhão atlântico, onde uma senhora comia esparguete enquanto cantava ópera... Foi um must
ResponderEliminarBeijinhos
tu tens cada coisa mais engraçada escrita por aqui a sério. és mesmo uma pérola!
ResponderEliminarConcordo com tudo o que disseste realmente!!
ResponderEliminarComer, para mim é mesmo um prazer. É por isso também que cada vez mais gosto de cozinhar!
ResponderEliminarEu adoro comer tudo o que supostamente engorda ou faz mal:) E como sou magrinha normalmente as pessoas associam a comer pouco, é injusto! Uma pessoa não é magra ou gorda devido ao que come, e a sociedade não percebe isso!
ResponderEliminarClaro que sim. Obrigada querida:)
Beijinhos
Um belo texto que nos faz refletir sobre varios "alimentos" banquetes e seus derivados. Nada mais apropriado para a hora de almoço.
ResponderEliminarObrigado pelo terno comentário no meu blogue.
Bjs!
OI QUERIDA PÉROLA
ResponderEliminarGOSTEI DA SUA DICAS. ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL É TUDO DE BOM. UM FINAL DE SEMANA CHEIO DE ALEGRIAS. UM BEIJINHO.
ANA
Amei o poema!
ResponderEliminarBeijinho
A própria vida deveria ser um enome prazer! E não o é porque nos tiram todos os prazeres. Conota-se prazer com "pecado". E o que é pecar? Proibir? Só se for por um excesso que se torna em desprazer!
ResponderEliminarMuio bom Pérola, assim como a poeia.
Beijinho
É tão bom PECAR!!!
ResponderEliminarAmei o poema!
Beijos.