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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Negro Profundo ( 13 )

Nada notando de estranho, apenas o habitual movimento que antecede a preparação da refeição, Samara dirige-se ao seu canto de estudo.
Uma mesa improvisada serve-lhe de escrivaninha. Acende a lamparina e prepara-se para fazer os deveres.
Sente uma presença aproximar-se. Engana-se, são duas: a de seu pai e a de Gonçalo, o noivo a quem estava prometida.
O coração acelera-se. O pai adianta-se e pede-lhe que se  dirija à zona de convívio.
Samara ajeita os cabelos encaracolados e escondendo a nervoseira veste um porte seguro, quase altivo.
Gonçalo, ao vê-la aproximar-se, fica arrebatado. Conhecia Samara desde criança, por várias ocasiões tinham estado juntos. Esta menina-mulher em que se transformara seduzia-o. Quando chegara a altura de escolher companheira para a vida não hesitara, imaginando-se únicamente com Samara.
Após os cumprimentos iniciais o pai pede-lhe explicações.
Samara, calmamente, mostra a sua posição, declarando-se demasiado nova para casar. Nada tendo contra Gonçalo, pelo contrário, achando-o um rapaz atraente e bem formado, gostava de continuar a estudar e deixar as ideias de casamento para mais tarde.
Sem interferir no diálogo dos jovens, Manolo segue atentamente a conversa.
O 'noivo rejeitado' entende as razões da menina.
Propõe um acordo. Visto ela ter apenas catorze anos, contra os dezasseis dele, adiariam dois anos, tempo em que haveria espaço para se conhecerem melhor e concretizarem o que se propunham.
À falta de melhor, Samara concorda com o diferimento.
Teria o aliado 'Tempo' como conselheiro.
Logo se veria.
(continua)

P.S. Peço desculpa às amigas(os) pela demora na publicação de novos capítulos desta 'novela' sem classificação. As tramas da realidade podem ser mais enleadas do que as  ficcionadas. De qualquer das formas, tenho como característica 'acabar obra iniciada'.
Nada prometo, vamos ver, como tão bem pensa Samara...

9 comentários:

  1. Acredito que o fundo negro é
    Para lá estamos caminhando
    Enquanto há esperança e fé
    E dos olhos lágrimas derramando!

    Dizem que a vida é mesmo assim
    Quem se deixa ir na cantiga
    E nela acredita enganado até ao fim
    Ao fica a meio da corrida!

    Acende a lamparina
    Prepara a refeição
    Em cima da escrivaninha
    A coloca com a sua mão!

    Boa noite e bons para você,
    amiga Pérola,
    obrigado pela sua visita,
    um beijo
    Eduardo.



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  2. Já tinha saudades destes personagens...surpreendente esta introdução do "Tempo" na história.
    Esperarei os desenvolvimentos :)

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  3. Uma forma contagiante de cativar o leitor com um estilo belo e um enredo que promete.Agora deixar as personagens pensar também...
    Abraço Pérola

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  4. Ah! Finalmente! Que bom!
    Vamos ver como se desenrola agora o destino de Samara.
    Beijos

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  5. Falou a SENSATEZ!

    Manolo ama-a!

    Veremos se Samara cede...

    Beijos.

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  6. Tempo é a única coisa inesgotável...

    Gostei da citação de Mandela.

    Bons sonhos.

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  7. Comecei ao contrário...ou seja pelo fim mas, não faz mal...li tudo
    Bjs

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