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sábado, 15 de dezembro de 2012

Negro Profundo ( 23 )

De mãos dadas correm em direção à casa grande.
Na mesa já se encontra toda a família. Ao verem os cabelos desgrenhados e os rostos resplandecentes não houve dúvidas. O Amor era material. Podia-se palpar.
Matilde levanta-se e abraça a irmã/amiga dizendo que já sabia e estava muito feliz por ela.
O Srº Teles tentado pôr um pouco de decoro na situação tosse e o silêncio reinou por segundos.
'Afinal que se passa?' pergunta o pai epesar de adivinhar a resposta.
Luís corou ao cair na realidade. Tomou a dianteira e diante de todos declara: 'Srº Teles, estamos apaixonados. Amo Samara. Dá-me a sua permissão para...para... (e as palavras fugiam-lhe) namorar?'.
Não resistindo Teles dá uma garagalhada bem sonora, ao seu jeito de homem prático e acalma-o. 'Vem cá Luís e tu também Samara. É com enorme felicidade que vos vejo tão próximos. Claro que têm a minha benção. Agora sentem-se e vamos almoçar que estou faminto'.
O burburinho instala-se e a desordem imperou naquele animado almoço. Matilde beliscava a amiga querendo saber todos os detalhes. Os irmãos de Luís, que também se encontravam à mesa, olhavam incrédulos o irmão que sempre tinha sido considerado o rapaz das nuvens, o sonhador. Parece que tinha descido à Terra, disso não tinham dúvidas.
Luís e Samara trocavam olhares cúmplices.
Aquelas férias prometiam...
Após a refeição 'as crianças' juntaram-se para inquirir o recém casal, ou parzinho de namorados como já os batizara o pequeno António. Bem, pequeno ele não era. Homem já feito, mas visto ser o mais novo assim o tratavam carinhosamente.
Samara não largava a mão de Luís e este não se cansava de lhe dispensar atenção ora acariciando-lhe o cabelo ora depositando-lhe pequenos beijos onde podia e conseguia.
(continua)

4 comentários:

  1. Uma narrativa num estilo coloquial, impondo a vivacidade imprescindível
    em que leitor fica irremediavelmente preso no desenlace da história.
    Enorme talento para a ficção, como já disse antes.
    Parabéns Pérola
    Beijinho

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  2. Bolas amiga, até corei. Quando vi o título do post: Negro Profundo ( 23 ), pensei que te tinhas passado e estarias a contar alguma experiência peniana.

    Reli melhor o post e vi que não, não podia ser, mas acredita que fiquei completamente ruborizado e embaraçado com o tema que podia vir apenso ao titulo do post. ;)

    Beijinhos e boas festas que se avizinham.

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  3. Adorei saber que não há preconceitos na família Teles.

    Veremos o que o futuro nos reserva...

    Beijos.

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