Ajeitava-se no sofá. Não encontrava posição confortável. Os pensamentos sucediam-se sem que os conseguisse travar. Impotente era a palavra indicada para a definir.
Sem querer excedera-se. Em nome do amor exigia o que lhe parecera razoável.
Contudo, as imposições mostraram-se contraproducentes.
A mente desfazia-se na culpa que a torturava.
Incapaz, exagerada, palavras que se atribuía.
Levantando-se de rompante, uma tontura fê-la vacilar. Tornou-se a sentar. A cara entre as mãos. As lágrimas salgavam-lhe os lábios no pequeno rio que se formava.
Do centro daquele vulcão de sensações e palavras que se atropelavam no seu íntimo, uma certeza emergia.
De princípio disforme. Pouco a pouco foi tornando forma.
Mudar, alterar já não era opção, mas sim necessidade. Sob pena de se sentir enlouquecer e arrastar consigo quem mais amava.
Com objectivo em mira o coração desacelerou-se-lhe.
Primeiro teria de alcançar o auto controle. De seguida, voltar-se-ia para aquele cuja influência imensa lhe escapava. Desconhecia o verdadeiro alcance da sua ascendência. Pelos vistos, maior do que imaginava.
Respirou fundo uma e outra vez. Disposta a colocar o 'outro' no cume das suas prioridades, colou a palavra 'amor' nos seus gestos e dispôs-se a empreender nova tentativa.
Desta feita com a condição do carinho, da ternura como aliadas.
Não mais galgaria as suas próprias incapacidades para outrém, sem culpas das suas assombrações interiores.
Despojar-se-ia do que fosse necessário para arranjar espaço dentro de si. E desta forma poder ocupar-se, atestar-se de si. Pela positiva. Do que de melhor encontrasse na sua essência.
Para dar teria de ter.
Agarrando um pedaço de coragem, armou-se de vontades transfiguradas e preparou-se.
Esperavam-na.
Chegara o momento...
A minha impulsividade leva-me a agir ...daí ser atingida pelo sentimento de culpa.
ResponderEliminarTenho que "Pensar antes de agir"!
Beijos.
Olá Pérola.
ResponderEliminarLindo texto e gostei da frase da imagem. É muito importante assumir a culpa pelos erros e já agora aprender com eles e melhorar.
Beijinhos grandes.
Mais um texto brilhante!
ResponderEliminar(...) Mudar, alterar já não era opção, mas sim necessidade. (...)
Estou tal e qual. Mas não encontro a ponta para começar a desenrolar este ninho de emoções onde estou prisioneira... :|
Lindo texto
ResponderEliminarApetecia-me ler mais.
Beijinhos
Assumir-se é dos actos mais regeneradores que pode haver. Nada como fazer a catarse ao assumir a culpa!
ResponderEliminarUm dia deixo a receita. Ps: adoro a musica do blog. É a mafalda veiga não é?
ResponderEliminarMerci, ma belle :3
ResponderEliminareu queria mesmo, mas tenho que estudar :(
ResponderEliminarEm determinada altura, chega-se o momento em que precisamos fazer mais de nós e por nós! Chega-se o momento em que temos de erguer a cabeça e seguir em frente, sem vacilar.
ResponderEliminarBeijito.
Mais um post fantástico!
ResponderEliminarE porque razão havemos de sentir sempre sentimentos de culpa??
ResponderEliminarBeijo
Gostei do pensamento
ResponderEliminarbeijinhos Grandes
Mais um texto lindo lindo e cheio de emoção! E como o compreendo...
ResponderEliminarBeijinho*
ResponderEliminarEste texto lembrou-me uma pessoa amiga que costumava dizer: "Se me vais magoar pede desculpa primeiro. Isso vai fazer-te pensar e, (quem sabe?) talvez já nem queiras magoar-me."
Um beijo
O primeiro passo é ter a humildade de reconhecer que precisamos mudar e ter o propósito convicto de proceder à mudança. :)
ResponderEliminarBelo texto.
Querida Pérola, já estive aqui a ler o teu texto há uma hora atrás.
ResponderEliminarFui e voltei e reli.
Porque me tocou e porque a mudança, tem de vir do fundo do nosso ser (como dizem na canção).
Beijinhos grandes.
Culpo-me muitas vezes por ser impulsivo e frontal ( tema que aborda no post abaixo) e não pensar nas consequências. tenho pago elevado preço por isso ma, sinceramente, não me importo.
ResponderEliminarBjs
belíssimo texto...
ResponderEliminarMais um!
como gosto desta renda de sentimentos que consegues entretecer com tanta sabedoria.
Não há mal nenhum em sentirmos culpa. É bom sinal. Sinal que se "tem coração".
O que não devemos é deixar que essa culpa nos paralise. Como já aqui disseram, ela deve provocar catarse, para melhor seguirmos em frente e tentarmos ser melhores. Como era bom que todos os humanos assim entendessem.
Um xi-coração!
Que texto tão bonito. Gostei.
ResponderEliminarhomem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt