Embarcou naquele navio que lhe estendia escadarias. Podia adivinhar a suavidade da carpete vermelha sob a sola fina das sandálias vermelhas.
A grandeza da embarcação atordoava-a. Com a maresia a encher-lhe os pulmões inundava-se-lhe o ser.
O luxo da receção aliava-se ao deslumbrante azul marinho das águas calmas do Oceano.
Para emoldurar o instante perfeito os mornos raios solares acariciavam-lhe o corpo. Um calor transmitido à alma.
A grandeza da embarcação atordoava-a. Com a maresia a encher-lhe os pulmões inundava-se-lhe o ser.
O luxo da receção aliava-se ao deslumbrante azul marinho das águas calmas do Oceano.
Para emoldurar o instante perfeito os mornos raios solares acariciavam-lhe o corpo. Um calor transmitido à alma.
A pequena bagagem de mão foi prontamente solicitada. Ali teria tratamento de princesa.
A Viagem iniciara-se algum tempo atrás.
Num momento áspero da sua existência, atrevera-se a dar tudo e tudo lhe tinham roubado. Inclusivé o seu bem mais precioso: a sua Essência.
Fora usada, sem escrúpulos, de forma improvisada, nos seus mais sinceros sentires.
Conseguira reunir forças e decidir perdoar-se. Era-lhe infinitivamente penosa aquela dor, a da Culpa.
Num momento áspero da sua existência, atrevera-se a dar tudo e tudo lhe tinham roubado. Inclusivé o seu bem mais precioso: a sua Essência.
Fora usada, sem escrúpulos, de forma improvisada, nos seus mais sinceros sentires.
Conseguira reunir forças e decidir perdoar-se. Era-lhe infinitivamente penosa aquela dor, a da Culpa.
Sim!
A idade já não lhe permitia desvarios adolescentes.
A inteligência avisara-a.
Porém, os sentidos e o coração atraiçoaram-na. Deveria ter sido racional, ignorar os gemidos melosos do Querer.
A inteligência avisara-a.
Porém, os sentidos e o coração atraiçoaram-na. Deveria ter sido racional, ignorar os gemidos melosos do Querer.
Sem borracha possível para apagar situações passadas, optara por si.
Mudaria . . . sentimentos, paisagens e virar-se-ia do avesso, se necessário fosse.
Trocou de casa. Em escassas semanas morava a escassos dez minutos do emprego.
Procurou novos amigos e decidiu-se por uma jornada onde se pretendia achar, perdendo-se.
Ei-la aqui, no programa planeado. com a modificação da paisagem externa completa.
Procurou novos amigos e decidiu-se por uma jornada onde se pretendia achar, perdendo-se.
Ei-la aqui, no programa planeado. com a modificação da paisagem externa completa.
Os dias decorriam prazenteiros. Visitas turísticas, horas de ócio, conversas animadas com pessoas desconhecidas.
Sorria ao beberricar o cocktail na beira da piscina.
O passado parecia-lhe sonho difuso. Algo que alguém lhe teria contado, não que fizesse parte da sua história de vida.
Sorria ao beberricar o cocktail na beira da piscina.
O passado parecia-lhe sonho difuso. Algo que alguém lhe teria contado, não que fizesse parte da sua história de vida.
Com o término da trajeto à vista, a atmosfera nublara-se. O Sol deixara o seu brilho cristalino dando lugar a brisa húmida, de neblina feita.
Atribuiu a alteração climatérica à aproximação outonal.
O mês de demanda acomodada no balancear suave das ondas tinham-lhe entorpecido a mente e os pensamentos por arrasto das marés cíclicas.
De chave pronta, a casa aproximava-se.
As passadas decididos e firmes tornaram-se pesadas.
Julgara que a ausência lhe retirara memórias dolorosas adoçando-lhe o presente.
Ao entrar em casa o ar fechado fê-la recuar no tempo.
Uma viagem inesperada e dispensável catapultou-a para o passado.
Deixou-se cair no macio tapete de entrada que lhe lembrava a alcatifa escarlate de outra expedição, com outros propósitos.
As sandálias pretas soltaram-se-lhe dos pés. A bagagem, testemunha fiel da travessia falhada.
De nada lhe valera a Viagem sonhada , planeada.
Sentimentos antigos voltaram. Feridas abertas sangrando na mágoa do desamor inultrapassado.
Imóvel, permitiu que o salgado do mar fosse substituido pelas lágrimas que corriam em desalinho. Cansadas da prisão, da contenção a que haviam sido obrigadas.
Desfolhar a flor do seu amor impossível até ficar sem pétalas, seria o único caminho . . . eis a inusitada Viagem que a faria esguer-se . . .
De chave pronta, a casa aproximava-se.
As passadas decididos e firmes tornaram-se pesadas.
Julgara que a ausência lhe retirara memórias dolorosas adoçando-lhe o presente.
Ao entrar em casa o ar fechado fê-la recuar no tempo.
Uma viagem inesperada e dispensável catapultou-a para o passado.
Deixou-se cair no macio tapete de entrada que lhe lembrava a alcatifa escarlate de outra expedição, com outros propósitos.
As sandálias pretas soltaram-se-lhe dos pés. A bagagem, testemunha fiel da travessia falhada.
De nada lhe valera a Viagem sonhada , planeada.
Sentimentos antigos voltaram. Feridas abertas sangrando na mágoa do desamor inultrapassado.
Imóvel, permitiu que o salgado do mar fosse substituido pelas lágrimas que corriam em desalinho. Cansadas da prisão, da contenção a que haviam sido obrigadas.
Desfolhar a flor do seu amor impossível até ficar sem pétalas, seria o único caminho . . . eis a inusitada Viagem que a faria esguer-se . . .
Lindo conto mas parece, ela apenas levou os problemas junto na viagem. Não os resolveu. Na volta, prontos pra atacar novamente... beijos,lindo domingo,chica
ResponderEliminarÉ isso... nao importa aonde formos... os sentimentos sempre estarao conosco...
ResponderEliminarBeijos...
Adorei, está espetacular :)
ResponderEliminarBeijinhos :)
Gostei muito!
ResponderEliminarBeijinhos
Que texto lindo!
ResponderEliminarAmiga, vc arrasa com seus textos, criatividade vc tem muita, adoro ler o que escreve.
ResponderEliminarVim deixar tb um beijo pra você e dizer que voltei a bloggar meio lenta ficarei, mas não sumo mais.Fica com Deus
Uma viagem atormentada...sonhos por viver!
ResponderEliminarBelíssimo texto...melancólico!
Beijinhos.