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domingo, 29 de setembro de 2013

As meias !



As nuvens corriam velozes lá fora. 
Ouvia o vento a baloiçar os ramos que desesperavam a segurar as folhas que avermelharam. 
Eram filhas que partiam demasiado cedo. 
Todos os anos a mãe natureza fazia o seu luto na invernia que se aproximava. 
O Sol perdera o ardor e sorria tímido por entre correrias de gotículas que se amontoavam. 
Talvez acabassem por lutar e caíssem sobre a forma de chuva esperada.
Como era energia desperdiçada o desejar outro clima, resolveu adaptar-se às circunstâncias.
O telefonema deixara-a apressada. 
O encontro inesperado era-lhe apetecido.
 Sem perder tempo, o duche percorrera-lhe o corpo tenso. 
O hidratante mal espalhado perfumava o ar. 
Em poucos minutos o cabelo tinha sido domado e a pele adquirira tons mais saudáveis. 
O tom bronzing ficava-lhe bem. 
De olhos escurecidos e lábios brilhantes restava-lhe vestir-se. 
Já sem a simplicidade do tempo mais quente.
A lingerie servia de base às camadas que começavam a tornar-se necessárias.
Como sempre, as unhas estavam tratadas e em tons vermelho paixão. 
Pura sorte! 
As meias pretas foram retiradas da embalagem e delicadamente sorriu ao envolver o pé e a perna duma negritude sensual. 
Antecipava o momento em que ele lhas arrancaria sem pudor e com pressas amorosas.
Para lhes prolongar a vida . . . calçou-as demoradamente.

***********

De seguida, enfiou as peças de roupa num ápice e voou para os braços dele que a recebeu com beijo despido.


14 comentários:

  1. Beijos para ti. Que linda poesia. Devias de escrever um livro :) . Um abraço e boa semana.

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  2. Julgava que precisavas de ajuda
    Para calçares essa meia
    Mas quando a coisa está bicuda
    Por causa da inveja alheia
    Porque estava a noite escura
    Entrou em alta velocidade
    Não conseguiu fazer a curva
    Acordou na maternidade?
    É só mais uma brincadeira
    Para ver se encontro o mote
    Porque falar da vida alheia
    Isso é bom para o pagode!
    A essa classe não pertenço
    Nem tão pouco disso quero saber
    Se a tua consideração não mereço
    O resta da minha vida triste irei viver!
    Já descalcei a meia
    Já estou mais tranquilo
    Lá no prado de barrica cheia
    De manhã cantava o grilo!
    Por causa de tanto barulho
    Não ouvi tocar o telefone
    Enquanto houver trigo há farinha
    Ninguém de pão passa fome!
    E agora vou para a cama
    Até amanhã Pérola amiga
    No telhado da cabana
    Sopra forte ventania
    Toda a noite vou dormir
    Até ao nascer do dia!
    Um beijo para ti
    E viva a alegria!
    Eduardo.

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  3. Estive a imaginar a cena ;) :) e está confirmado, as meias são a primeira peça de roupa que vcs vestem e a última a ser tirada :))))))))

    Estarei errado? :) ;)

    Tudo de bom.

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  4. Lindo demais amiga Pérola.
    Viajei em todas as palavras que você descreveu.
    Obrigada da visita
    bjs
    Carmen Lúcia-mamymilu.blogspot.com

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  5. Ai, ai, ai... que delicia de textos, poesia, poema, sei lá, mas de um encantamento sedutor sem tamanho, uma imaginaçao em forma de desejos.
    Bom demais!
    Parabens!
    bjs
    Ritinha

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  6. Um lindo momento de pura sedução onde o desejo se corrompe na mais pura imaginação ondes as palavras nos fazem delirar de ansiedade de tais momentos de paixao,muitos beijinhos querida amiga

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  7. Adorei essa demora ao calçar as meias, já a antever o que se iria passar a seguir...tanto tempo para colocá-las, tão pouco tempo para retirá-las...Ah maravilha de situação e de texto!...:-)
    xx

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  8. Calçar as meias assim, demoradamente, é sensual...sim. Mas também resulta da necessidade de não as romper à primeira. É que as meias são tramadas de finas. :))

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