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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Chamamento do ar



O ar chamou-me.

Quis contaminar-se de mim,
e eu fiz-lhe a vontade.

Corrompi-o ao dar-me,
só eu, 
na inteireza de ser-me.

Ficou poluído,
o pobre.

Contagiado com os meus germes da dúvida,
agentes de inquietação,
e desassossegos afins,
levou-me numa rajada só.

Segui-lhe o chamamento,
elevei-me por atmosferas apetecidas
e fui eu.

Ele deixou.

Dancei por vendavais,
brisas suaves.
nortadas
e ventos desatinados.

Não mais foi o mesmo,
este ar
 que me enche o peito.

Já me conhece,
contém fragmentos de mim,
marcas que o cicatrizam.

Mas, as feridas ficaram comigo.



35 comentários:

  1. Voar por dentro de nós!

    Beijinhos Marianos, Pérola! :)

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  2. O ar em movimento fez-te vento, fez-te brisa, calmaria e vendaval. Tomou-te a essência e deixou-te as cicatrizes ao ar.
    BJK

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  3. E assim tudo o vento levou...
    e nada ficou para recordar!

    Abraço Célia Sousa

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  4. E assim tudo o vento levou...
    e nada ficou para recordar!

    Abraço Célia Sousa

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  5. Belíssimo poema!
    As feridas ficam sempre connosco...mas tudo passa, como o vento. Pode é levar mais tempo a passar.
    xx

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  6. Linda poesia. As feridas sempre deixam marcas, mas que tragam grandes lições. bjsss

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  7. Oi, Pérola!
    Existe o risco e o preço do envolvimento. Calhou de ficar a dor, mas poderia ser diferente!
    :)
    Beijus,

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  8. Bom dia Pérola

    Poema muito bonito...Fica sem algo dentro de nós que não voa.

    Beijinhos


    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  9. Bom dia

    Simplesmente...BRILHANTE

    Deixo abraço
    **********************
    http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/

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  10. Depois de 20 minutos de Spinning :))))))))) ao som de Safriduo ;) sabe bem passar por aqui para deixar um beijinho e um abraço.

    Tudo de bom.

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  11. Oi Pérola,
    Lindo e reflexivo poema.
    Podemos mudar para qualquer lugar levamos conosco nossos fragmentos de amor, injustiça, bondade e todos os outros adjetivos que temos.
    Nada e nem ninguém muda uma pessoa, parece que ela nasce predestinada a ser ela mesma.É imutável.
    Beijos
    Lua Singular

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  12. Excelente poema que me deixou a reflectir!

    Beijinhos.

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  13. Ah...o ar é vital

    Ele sabe dos nossos segredos íntimos!!

    Em tudo de nós ele está.

    Beijinhos, Pérola e tenha um lindo dia!!

    Lígia e =^.^=

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  14. O tempo cura as feridas, mas as cicatrizes sempre permanecem.


    bjokas =)

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  15. [ ahh estes amores
    Quando espreitam
    sobre os corações...]


    beij0

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  16. As cicatrizes ficam para lembrar que apesar da dor existe outro tanto amor... e alegria!

    beijo amigo

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  17. Instigante poesia!Linda! beijos,tudo de bom,chica

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  18. Boa tarde,
    Lindo poema, as feridas doem mas tem cura, o remedio é uma nova felicidade.
    Dia feliz.
    ag

    Boa tarde,
    A Sylvia Kristel é inesquecível para sua enorme beleza, poucos dias atrás assisti a um filme com ela, sempre fui um apaixonado por ela, confessei-me.
    Dia feliz
    ag

    http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

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  19. "e fui eu"... o importante é que sejamos sempre nós próprios...
    Belíssimo poema Pérola! É sempre um prazer passar por aqui :) Beijinhos!

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  20. Infelizmente as feridas ficam sempre connosco, fazem parte daquilo que somos.

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  21. Querida Pérola
    Um belo poema, que não tem nada de trivial!
    Bem profundo e a descrever uma poética osmose!
    Parabéns.
    Beijinho
    Beatriz

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  22. Maroto, eu, não sou!
    Vais com ele morar
    Com o ar que te convidou
    Não tens asas para voar?

    Com esperança e fé!
    O destino assim quisera
    Tem cuidado Pérola
    Quem avisa, amigo é!

    Um beijo.

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  23. Sempre majestosa querida amiga Perola , muitos beijinhos

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  24. Gostei muito Pérola, desse ar que se encheu de ti e que te mostrou realmente quem eras...
    Que importam as cicatrizes, se as feridas foram curadas?

    Beijinho imenso!

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  25. .

    .

    . as feridas fazem parte dos atos de construção .

    .

    . um beijo meu .

    .

    .

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  26. Um belo achado a metáfora do ar. Essa relação dialética entre o exterior e o interior e o mecanismo da transferência pela descoberta do ato de dizer, só possível pela construção da escrita em que vela e desvela, como se a "nudez" fosse um ato tão simples quanto "aparenta" no poema. E, claro, a metáfora do ar no poema exerce uma ação fundadora, transformadora. Belas imagens, bela dicção.
    Beijos, Pérola!

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  27. Feridas, minha querida, ficam sempre dentro de nós. Sobretudo se mal ou recentemente cicatrizadas...

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  28. Ainda que as feridas permaneçam...vale sempre a pena:)) Lindo como sempre!!
    Bjs
    Maria

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  29. Gostei imenso...Que bom contaminar o ar com aromas poéticos! Ele é que ficou mais puro! Oxalá conseguisse polinizar as mentes sem alma...

    Bjo, Pérola :)

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