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terça-feira, 14 de junho de 2016

ao sol-pôr

Há um sol que se põe,
há um caminho que me aguarda,
há um barco que me chama.

Há praia perdida
que me diz para ir,
chamamento de luz
em tempos que se esgotam.

Há que meter pés ao caminho,
entrouxar dúvidas, certezas
e partir com coisanenhuma.

Há alguém que me espera,
em entardecer que me demora,
pois se a vida é fugaz,
breve no seu sopro
e as marés se impacientam.

Há que ir,
encontrar rasto dessa invocação,
perder-me e achar-me,
em terras reservadas
por onde me ouso,
em busca do sol que se põe!


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Despes . . .


Despes a lonjura de outras vidas,
passados tatuados na pele
em emoções que não queres.

És corpo em muda,
resolvido em mudança
porque tem de ser.

Entregas as feridas em memorial,
na carícia das marcas que te fazem lembrar,
como recluso em final de pena.

Descamas-te de desamores,
raivas e ingratidões,
renascimento da tua essência
em advento só teu.

Despes roupagem em cor de rotina,
feitos e fatos que já não te servem
pois és homem novo, assim o queres.