Há um sol que se põe,
há um caminho que me aguarda,
há um barco que me chama.
Há praia perdida
que me diz para ir,
chamamento de luz
em tempos que se esgotam.
Há que meter pés ao caminho,
entrouxar dúvidas, certezas
e partir com coisanenhuma.
Há alguém que me espera,
em entardecer que me demora,
pois se a vida é fugaz,
breve no seu sopro
e as marés se impacientam.
Há que ir,
encontrar rasto dessa invocação,
perder-me e achar-me,
em terras reservadas
por onde me ouso,
em busca do sol que se põe!