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domingo, 8 de janeiro de 2017

encarcerada



Erguem-se paredes,
fecham-se jardins,
esgotam-se ares
na masmorra de me ser.

Soltam-se cheiros a bafio,
passados trancados,
entre quatro paredes
onde a respiração
se dificulta.

Sei duma nesga,
pequena janela
do lado de fora
onde o ar é puro
e o perfume das flores
me fazem sonhar.

Quero rasgar 
esse pequeno nada,
esventrar a brecha
com unhas,
dentes,
e tudo o que me restar.

Viro-me do avesso,
procuro forças
em busca desse lado de  fora,
porque,
por aqui,
tudo é escuro,
tudo é fechado,
em asfixias
onde perco a consciência,
a vontade de me ser.

Fechadas portas,
acessos
e travessias,
há que transcender 
a ausência de luz,
tem de ser . . .


9 comentários:

  1. O seu escrito é tão forte e real que até se torna claustrofóbico.
    Boa semana

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  2. Rasgue-se. Vire-se do avesso. Procure a luz para esquecer as sombras...
    Gostei muito do poema.
    Uma boa semana.
    Beijos.

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  3. Maravilhoso momento querida amiga que transcende para lá de toda a escuridão ,beijinhos querida amiga muitas felicidades

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  4. Mais uma verdadeira pérola poética! Amei

    Beijos e uma excelente semana
    .
    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  5. Espera pelo porquê?!!!
    Solte as amarras e navegue ... na sua corrente!

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