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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

esse mundo ...


 Tem esse mundo

à minha espera,

mesmo aqui,

no meu pensamento !?

ou

sou eu que espero

todo esse mundo,

por aí,

no meu sonho !?


Não sei

e essa ignorância

queda-me triste,

sentada nos meus próprios sentires,

anseios e vontades.


Tem esse mundo ... 

 por  onde?


Foge-me de dedos entrelaçados com o tempo,

com ares de gigante,

olhando-me de soslaio,

como se fosse coisa pouca.


Chamo-o de mansinho,

grito

e clamo,

em vão.


Tem esse mundo

que espero

ou

espera por mim ...


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Quando te vais


 Para lá de mim,

acinzenta-se o horizonte,

quando tu te vais.


Deixas-me 

com o orvalho frio da ausência,

a saudade já presente no teu

derradeiro beijo.


Não te vás,

fica!

Ou leva-me contigo!

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Por um triz


Por um triz,
coaram-se perfumes
em tuas mãos,
filtraram-se olhares,
semicerrados,
prontos a serem
devorados.

Por quase nada,
o mundo encheu-se 
de outros mundos,
estrelas
e luas cheias.

Por pouco, 
choveram flores,
pétalas e cores
sobre o tapete 
onde te abandonas
em meu regaço.

Sou feliz, por um triz.

 

sábado, 29 de maio de 2021

entrelaçados



No toque entremeado com o silêncio
correm brisas e ventanias,
em corpos famintos,
aquietados
muito depois do dia, 
dos instantes,
momentos e tempos 
para lá da ternura
suave da loucura.

Na pele quente,
 suada,
desenha-se o desejo de mais,
percorrem-se lonjuras
com mãos e pés,
preenchem-se vontades alargadas,
em nascentes sempre novas
de ti,
de nós.


 

domingo, 14 de março de 2021

Nem sei ...


Nem sei como horizontes permanecem
como o sol pode azular a manhã
pois se tudo está longe,
foge-se-me da alma
como se o caos normalizasse a vida.

Nem sei como ainda respiro
e espreito os cantos das aves
e as flores a desabrocharem
pois se me acho perdida
na solidão do tempo,
em eras cobertas de pó
e eu desapareci.

Pois se quero o mundo,
oceanos tranquilos,
rios e cascatas frescas por onde 
possa ser-me
e ter paz.