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quinta-feira, 26 de março de 2015

Com saudades . . .


O tempo trouxe o pó das recordações,
o cheiro de rio na minha pele,
aqueles anos onde cresci,
sem o saber,
sendo feliz na aventura.

Na sombra do tempo,
vieram as saudades,
a consciência do que sou
pelo que fui
ou deixei de ser.

Lavei o presente desse tempo,
sacudi o pó das suas botas,
limpei o seu caminho
e por ele me embrenhei,
destemida,
em demanda de voltar a ser.

Uma vez mais,
dependuro a infância,
a secar do banho de nostalgia,
ainda a escorrer lembranças
da menina que sou.


terça-feira, 24 de março de 2015

Lá . . . onde moro.



Habito irregularidades
de outro mundo
onde visões de cores,
 por etiquetar,
me assombram,
me deixam no abismo da loucura.

Por lá deixo correr a imaginação,
tudo é possível 
no faz de conta
da minha verdade.

São enredos que me transformam,
projetos de vontades,
sonhos por cumprir
a chamarem-me,
lá, 
da outra parte de mim.

Minha casa é a fantasia,
pensamentos que me escapam,
segredos só meus,
onde sou anjo, 
demónio e sei lá que mais,
mas, 
sempre na ilusão de me ser,
de poder ser-me.





quinta-feira, 19 de março de 2015

Quero voltar a esse ninho . . .



Tenho um pai
mestre em arquitectura,
construiu um ninho 
para onde posso voltar
com lágrimas na bagagem.

É um lar com cheiro a doce,
local único,
por lá nada de mal me acontece,
tenho a certeza.

Meu pai carrega 
esse aconchego com ele,
tatuou-o em sua pele
e só nele me sei.

Perdida na ausência de seus braços,
sem o seu ninho,
onde volto a ser menina
e o seu olhar me protege,
resto-me por recordações
feridas por cicatrizar.

Com saudades,
ando perdida,
paizinho,
para onde foste?


segunda-feira, 16 de março de 2015

Tudo !




Não te disse já?
Quão tola sou!?

Agarro a lua,
sou o sol,
nada mais que o teu tudo.

Tolice minha,
a de querer ter-te
como luz dona das trevas,
devorar-te por inteiro,
ser buraco negro
de onde não queres voltar.

Fazes-me enlouquecer,
esquecer-me de ciclos,
fases ou tempos
pois se és o  meu tudo,
mundo sem fim,
por onde sou senhora de ti.

Deixa-me que te diga!
Ouve de mansinho!

Minha pele fala-te,
meu corpo te sussurra,
meu coração ecoa 
pelo infinito.

Não ouves?

Sou tudo
onde tu me és tudo.



Mergulho de mulher



No instante mais veloz
que o pensamento
viajo no salto das sensações.

Sou assim,
como velocidade furiosa,
percebendo
que já lá não estou,
sempre adiante,
mais à frente.

Puxada pelo tempo,
ainda olho para trás,
chamando-me,
vendo os arrastados pensamentos
na minha sombra,
lá atrás.


Quedo-me,
mas já mergulhei,
sem saber,
em mim.





terça-feira, 10 de março de 2015

Hoje apetece-me música !


No abraço do Sol
acorda novo olhar,
vontade inesperada,
desejo pecador.

Há um novo 'eu' a despertar.

Visto-me de luz, 
sonho,
embalada nesta dança só minha.

A felicidade é a ausência de pensamento,
aquele momento onde me sou, sem mais.

Pérola


P'ra Você
Paula Fernandes

" Eu quero ser p'ra você
A alegria de uma chegada
Clarão trazendo o dia
Iluminando a sacada

Eu quero ser p'ra você
A confiança, o que te faz
Te faz sonhar todo dia
Sabendo que pode mais

Eu quero ser ao teu lado
Encontro inesperado
O arrepio de um beijo bom
Eu quero ser sua paz, a melodia capaz
De fazer você dançar

Eu quero ser p'ra você
A lua iluminando o sol
Quero acordar todo dia
Pra te fazer todo o meu amor

Eu quero ser p'ra você
Braços abertos a te envolver
E a cada novo sorriso teu
Serei feliz por amar você

Eu quero ser p'ra você
A alegria de uma chegada
Clarão trazendo o dia
Iluminando a sacada

Eu quero ser p'ra você
A confiança, o que te faz
Te faz sonhar todo dia
Sabendo que pode mais e mais e mais

Eu quero ser ao teu lado
Encontro inesperado
O arrepio de um beijo bom
Eu quero ser sua paz, a melodia capaz
De fazer você dançar

Eu quero ser p'ra você
A lua iluminando o sol
Quero acordar todo dia
Pra te fazer todo o meu amor

Eu quero ser p'ra você
Braços abertos a te envolver
E a cada novo sorriso teu
Serei feliz por amar você

Se eu vivo p'ra você
Se eu canto pra você
P'ra você

Eu quero ser p'ra você
A lua iluminando o sol
Quero acordar todo dia
P'ra te fazer todo o meu amor

Eu quero ser p'ra você
Braços abertos a te envolver
E a cada novo sorriso teu
Serei feliz por amar você

Eu quero ser p'ra você
Eu quero ser p'ra você
P'ra você"


domingo, 8 de março de 2015

Trago nas mãos


Trago nas mãos
o voo da andorinha,
o sol a prometer-me dia.

Abro mão,
solto as mortes da saudade,
vida passada de mim.

Pelas mãos
sou vontade, desejo,
ao sentir cada vez mais.

Trago nas mãos
o nada de ser algo,
o tudo de ser mulher.


Abro mão de quem fui
pelas mãos do que sou,
trazendo nas mãos
a esperança de agarrar o  mundo.


quarta-feira, 4 de março de 2015

Perdida



Hoje vou mesmo por aí . . .
perder-me . . .
sem norte . . .
alhear-me de mim . . .
só vou!




domingo, 1 de março de 2015

Por entre Intermitências . . .


"Não chegamos realmente a viver durante a maior parte da nossa vida.
Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, 
para nosso próprio engano e consolo, 
chamamos existência.
No resto, vamos vagalumeando, acesos apenas por breves intermitências."
Mia Couto


Lampejas-me em momentos
iluminados de prazer,
em que me amas,
chamas tua,
me ateias por completo.

Vens carregado de promessas,
fogo devastador
em que me envolves,
devorando-me inteira
como faúlha em palha seca.

Existo nessas intermitências,
no calor desse ardor,
em que me consomes
de ânsias apressadas,
em que somos fogueira,
queimadura que dói.

Acordas-me da vida fria,
em ousada impaciência,
ao tornar-me viva
na explosão dos sentidos,
no abismo de me ser.

Acendes-me o olhar,
o brilho de desejo,
a vontade despida 
de me consumir em ti,
por entre intermitências . . .