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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Sem 'Nós'


Gosto do silêncio do Mundo,
onde entranço a solidão,
no medo de me olhar.

Gosto do desfiar de afetos,
onde a imaginação me sorri,
na fantasia de me ser.

Gosto do nó de cordas,
onde desato o meu grito,
no desejo de me ouvir.

Gosto do mar do amor.
onde sorvo as gotículas,
nas ondas de me sentir.




sábado, 25 de abril de 2015

Por acontecer . . .



Na loucura de imaginar teu beijo,
balanço na vontade de mais.

Acolho a vertigem do quase real,
sei-te neste equilíbrio de desejo comum,
perco o rumo 
em ânsias de ti.

Vem!
Não temas!

O Mundo, 
lá fora, 
não é pertença nossa.

Quero essa fusão
de almas,
de corpos,
de insuspeitáveis apetites,
só nossos.

Desfaleço no abismo 
de te saber,
na espera do teu beijo
que me apetece.




domingo, 19 de abril de 2015

Depois de ti . . .


Desdobro o cheiro ainda enlaçado pelo branco do lençol enrugado.

Que lhe importa?


A indiferença do seu poder cresce na impaciência da minha inalação.


O odor é tudo.


Percorre-me sem autorização, torna-me refém, prisioneira, ao sabor da minha entrega.


Nesta posse evaporada por entre dedos, sou-me no leito do ainda há pouco.


O cheiro não se alisa, mas continuo a desdobrá-lo . . .






sábado, 18 de abril de 2015

Rosa e coral



Floresço no rosa,
perco-me nas profundezas do coral,
sou assim,
menina de cabeça nas nuvens,
de fantasias recortados
em contornos renovados.

Perco-me nos finais,
pinto os recomeços,
de coral,
de rosa,
como rapariga de sempre.

Quero ser esse balão,
sorriso cheio
de contágios cor de rosa.

Apetece-me o coral,
o oceano de cor,
por onde me sonho
e sei ser feliz.




sexta-feira, 17 de abril de 2015

. . . teu olhar . . .



Derramaste teu olhar sobre mim,
viraste-me do avesso
viajando em contradições
que nem o tempo lembra.

Despiste meu corpo, 
minha mente,
minha alma,
com teus olhos,
à revelia das palavras.

Trocaste o curso do rio
por onde me sou,
desinquietaste-me vontades,
julgadas adormecidas,
surpreendeste-te em mim,
eu sei.

Vestiste o olhar 
que se me colou,
o qual não consigo despir
muito menos lavar,
em pele a chamar por ti.

Derramaste o teu olhar sobre mim,
quente,
em avassaladoras recordações
de hoje, 
quiçá,
de sempre.




terça-feira, 14 de abril de 2015

Confusa



Há dias em que os minutos se transformam em infância, sonho ou em surrealidade inesperada.
Dizem-me que o tempo, refletido na idade, ensina, é mestre, traz paciência, compreensão, quiçá sabedoria.

Eu não sei . . . desconfio.

Ele há dias estranhos, em que tudo parece ser possível de acontecer. O estranho toma conta do que nos cerca e, pouco a pouco, somos nós a ficarmos 'fora do normal'.

Tenho passado, últimamente, por instantes, dias, deste teor.

Confundem-me, o controle é coisa longíqua e de nada valem os meus pensamentos, as minhas decisões.

Os acontecimentos atropelam-se e quedo-me espetadora surpreendida da vida que não precisa de convite ou explicação.

A vida acontece, eu não entendo e talvez seja assim mesmo.

Há em mim uma procura, a tal demanda das verdades, das regras universais que me confortariam.

Na sua ausência, vivo na sobrevivência do que me deixam ser, do que me permito ou sei ser..., somente.

Não sei...mesmo, de verdade.




segunda-feira, 6 de abril de 2015

De mim . . . para mim.



Caminho nesse campo
por onde o tempo
me é sombra,
em perseguição doentia.

Demoro-me nesse cheiro
que é meu,
nessa melodia
onde me sou,
por esse trilho
que chama 
por mim.

Quisera eu
outro caminho,
outra via,
nua de tempo,
sem ontem
nem amanhã,
somente eu.

Rasgo calendários,
não uso relógio,
mas não sei do rumo,
qual o destino
por onde o tempo não passa.


P.S. Peço desculpa a todos os meus amigos blogosféricos que se mantém por aqui.
Tenho andado um pouco ausente, 
confesso que morro de saudades de vos visitar.
Espero, bem breve, a todos saudar.
Obrigado pelo vosso carinho!
Não sei que faria sem este 'era tudo muito bom' onde, 
por vezes,
 o menos bom também se faz de convidado.