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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

poesia na vida


Repito-te na maré cheia,
quero-te mais na vazia,
sou assim,
resistente na persistência
de voltar,
mudar,
e não abdicar de ti.

Repito-te na desfolha,
atalho-te mais na floração,
sou assim,
clima sem estação,
resposta sem pergunta,
em pequenos nadas,
no tudo despejado.


Quando tu me existes
vejo poesia na vida.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

beijo



quero um beijo
eternizado
de sabor a musgo
húmido
em tronco vivo
desapressado
segregado em tua boca
desejado
suspenso na suavidade
vagoroso 
de crescimento cristalizado
aqui
agora

quero um beijo
do teu corpo
com textura
de tua boca
para sempre
em mim

domingo, 20 de novembro de 2016

já agora, chá !



Chove no meu chá
a lágrima passada,
íntima,
confidente de sempre.

Chove no meu chá
o sorriso por nascer
auspicioso,
esperança de amanhã.

Chove no meu chá
a impaciência presente,
desafiadora,
prometedora de aqui,
já agora.


terça-feira, 15 de novembro de 2016

sem (a) razão


Tenho sementes em minhas mãos,
amor para plantar,
desejos que me sobram
entre dedos em busca de chão.

Tenho frutos em mim,
ternura para doar,
vontades que me excedem
entre peles em busca de corpo.

Tenho paixão em espera,
chama para atear,
querenças que me transcedem
entre insanidades em busca de verdade.

Tenho coração cor de rosa 
multiplicado em terra sem razão.



domingo, 6 de novembro de 2016


Há uma luz por acender,
um fogo a atear,
um desejo por saciar,
um beijo por provar,
um sonho a concretizar,
uma mão a dar.

Há novo
em cada segundo,
começo
e recomeço,
no êxtase do desafio,
nas cinzas por acontecer.