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sexta-feira, 17 de março de 2017

do pó



O pó paira no momento,
suspenso,
em fio passado
nos bordados da vida,
tecendo névoa
que importa esquecer.

Deposita-se em minha mão,
nas palavras que escrevo,
nas emoções de agora,
desviando-se 
de sentires envelhecidos,
coisas da memória,
esculturas em desuso,
meros testemunhos
de outros tempos.

Neste instante,
carrego o peso desse pó,
observo-o,
analiso-o,
de nada me vale,
de nada me serve.

Em inspiração natural,
solto o sopro,
suave,
de outros ares,
deixando o (re)início vir,
transparente na honestidade,
de outra possibilidade,
de me ver,
de me ser,
desempoeiradamente.

9 comentários:

  1. Vim aqui desempoeirar um pouco. Deixo-te a casa limpa.
    Bjs

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  2. Que lindo querida amiga, desejo-lhe um sábado muito feliz beijinhos no coração

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  3. Que lindo e com profundas palavras, saudades de vc, Bjs um bom domingo

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  4. Já me preocupei mais com o pó, do que agora ;) :)
    Ás vezes sopro levemente, umas vezes mais forte... e acabo por sorrir sempre, pois o (teu) coração continua lá desenhado.
    (ahahahahahahah)
    Beijinhos.
    Tudo de bom.

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  5. Não deixe que o pó lhe embargue a voz...
    Belo, o poema!
    Uma boa semana.
    Beijos.

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"Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido."
Jules Renard

"O escritor original não é aquele que não imita ninguém , mas sim aquele que ninguém pode imitar."
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"Escrever é ter a companhia do outro de nós que escreve."
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