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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Só porque sim !

                                                     

Despedi temporais,
soltei as lágrimas,
inundei-me de mim.
Só porque sim.

Desnudei a vida,
brinquei aos deuses,
perdi-me de mim.
Foi bom, pois sim.

Desalojei tristezas,
raptei purezas,
tingi-me de marfim.
Claro que sim.

Desvalorizei trivialidades,
busquei um anjo,
tornei-me motim.
Foi o inicio do fim . . .




segunda-feira, 28 de abril de 2014

Nas folhas (do livro) da Vida




Por entre rabiscos
vou escrevendo vida.
Algumas vezes gatafunhada,
raros os momentos de grafia irrepreensível.

Deixo que o lápis registe
o que a borracha se envergonha de apagar.

Gosto de me folhear,
sentir nos dedos a deformação do papel
inúmeras vezes dedilhado.

Hoje quedei-me sobre o teu registo.
Foste um momento colorido,
linhas duma qualquer página de mim.

Passou.
Todavia sinto-lhe a falta.

Em folhas brancas,
 a existência persiste na continuação da escrita.
Mas, eu arrancaria um bom par delas
para voltar àquele instante e reescrever-te.

Fazes-me falta duma forma 
em que desconheço as possibilidades.

Gostaria de te ter em mais palavras:
no livro da minha vida!




sexta-feira, 25 de abril de 2014

Da Mudança: "Não me sinto mudar. Ontem eu era o mesmo . . ."






Não Me Sinto Mudar


"Não me sinto mudar. Ontem eu era o mesmo.
O tempo passa lento sobre os meus entusiasmos
cada dia mais raros são os meus cepticismos,
nunca fui vítima sequer de um pequeno orgasmo

mental que derrubasse a canção dos meus dias
que rompesse as minhas dúvidas que apagasse o meu nome.
Não mudei. É um pouco mais de melancolia,
um pouco de tédio que me deram os homens.

Não mudei. Não mudo. O meu pai está muito velho.

As roseiras florescem, as mulheres partem
cada dia há mais meninas para cada conselho
para cada cansaço para cada bondade.

Por isso continuo o mesmo. Nas sepulturas antigas
os vermes raivosos desfazem a dor,
todos os homens pedem de mais para amanhã
eu não peço nada nem um pouco de mundo.

Mas num dia amargo, num dia distante
sentirei a raiva de não estender as mãos
de não erguer as asas da renovação.

Será talvez um pouco mais de melancolia
mas na certeza da crise tardia
farei uma primavera para o meu coração."

Pablo Neruda, in 'Cadernos de Temuco'







quinta-feira, 24 de abril de 2014

Há . . . Diluição . . .



Há momentos em que a dança não para,
rodopia, 
gira em entregas afadigadas.

Assim  és tu quando me diluis,
me desfazes por entre os teus dedos.

Tocas-me. 
Sinto-te.

Há um emaranhado fluido,
história feita na poeira da eternidade.

Nasce  um desarranjo,
gotas fundidas ,
oferenda embrulhada em arrepios
com laçada de prazer.

Há amores desgovernados,
liquido coado das desnecessidades,
essência nua,
puro como o sumo de nós dois.

Há instantes de  música só nossa
onde se provam melodias,
exalam cheiros esfaimados
em bailado libertino.

Derrames de desejo dissipam o abismo de  ser,
 mergulhamos na perdição,
extinguindo-nos um no outro
na diluição . . . 



terça-feira, 22 de abril de 2014

Rasguei-me !



Fui desenhada em tela  cinzenta,
riscada a giz,
passada a régua e esquadro.

Um parco projeto de pessoa,
mistura de sonhos alheios
em pele minha.

Cansei-me do acanhamento,
da  exiguidade de mim,
da lastimosa monotonia cromática.

Enfureci-me,
gritei soltura
e rasguei-me.


Rompi por entre linhas,
tropecei em regras que me sabiam,
arranhei-me em frios desconhecidos.

Só sei da minha nudez,
perdida em vales escancarados,
onde os ecos me enlouquecem.

Alguém me chama,
por aí,
quem será?

Desconheço a voz,
a humidade tenra da erva sob  meus pés,
a vastidão que me acolhe,
a oferta do mundo.

Sinto,
tão somente,
o meu rasgo,
pedaços do que poderei ser,
não mais o que fui
nem o que sou.


domingo, 20 de abril de 2014

No mesmo dia de sempre . . .




O teu sorriso transparente acorda-me
no mesmo dia de sempre.

        -  É um daqueles dias
em que sinto a distância,
onde o Bom não chega
e o Silêncio só tem falas.

A vida fica sem sentido,
as contradições perdem-se no Tempo
e o vazio me enche.

Não é simples,
não saber que dizer,
não saber que pensar,
quando apenas te quero.

O teu olhar não me solta
no mesmo dia de sempre.

         - É um daqueles dias
onde só me quero entregar,
sem perguntas nem respostas,
esquecer-me do irreal
e simplesmente Ser.

Apenas um afago de momento,
um acordar em voltar a dormir,
um disfarce de toque teu.

O teu corpo convida-me
no mesmo dia de sempre.

        - É um daqueles dias
em que quero vaguear,
ser vadia em território de ti,

Estremeço,
sussurras na sombra do silêncio.

         - É um daqueles dias
em que provo Loucura,
ilusão ou demência de te sonhar.




sábado, 19 de abril de 2014

Feliz Páscoa !


"Algumas coisas são explicadas pela ciência, 
outras pela fé.
 A páscoa ou
pessach é mais do que uma
data, 
é mais do que ciência,
é mais que fé, 
páscoa é
amor."

Albert Einstein



O que é Páscoa Cristã:


"Páscoa Cristã é a festividade mais importante para a religião cristã. Páscoa significa passagem e tem origem no termo hebraico Pessach. O "Domingo de Páscoa" celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. A data é comemorada após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera, no hemisfério Norte. A data é sempre entre os dias 22 de março e 25 de abril.

Durante os 40 dias que precedem a Semana Santa e a Páscoa - período conhecido como Quaresma - os cristãos se dedicam à penitência para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e os sofrimentos que ele suportou na cruz. A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém - ocasião em que as pessoas cobriam a estrada com folhas da palmeira, para comemorar sua chegada. A Sexta Feira Santa, é o dia em que os cristãos celebram a morte de Jesus na cruz. O Domingo de Páscoa celebra a Ressurreição de Jesus e sua primeira aparição entre seus discípulos.

A Páscoa já era comemorada antes da época de Jesus Cristo. Tratava-se da comemoração do povo judeu por terem sido libertados da escravidão no Egito, que durou cerca de 400 anos. Segundo a Bíblia o próprio Jesus participou de várias celebrações pascoais, quando tinha doze anos foi levado pela primeira vez pelos seus pais José e Maria para comemorar a Páscoa, tendo participado sempre, nos anos seguintes. A mais famosa participação relatada na bíblia foi a "Última Ceia" onde Jesus participou da comunhão do corpo e do sangue, simbolizados pelo pão e pelo vinho."

www.significados.com.br




sexta-feira, 18 de abril de 2014

O Peixe e a Páscoa



O Peixe na Páscoa é um símbolo de vida. 
Alguns apóstolos de Cristo eram pescadores. 
Os primeiros cristãos já incluíam o peixe entre os símbolos das suas crenças.




O peixe foi o primeiro símbolo a identificar a fé cristã, utilizado pelos cristãos perseguidos pelos romanos.
ICHTUS, vem do grego ixtus, que significa peixe.
Os cristão primitivos usavam o desenho de um peixe como código de identificação.
A palavra ICHTUS, servia para traduzir a expressão Jesus (Iesous) Cristo (CHristos) Filho de Deus (THeou Uios) Salvador (Sôter).



P.S. E a ti? O peixe, o que te diz?



quinta-feira, 17 de abril de 2014

Arrebatada - Teresa Horta














Arrebatada

"Eu não quero a ternura
quero o fogo
a chama da loucura desatada

quero a febre dos sentidos
e o desejo
o tumulto da paixão arrebatada

Eu não quero só o olhar
quero o corpo
abismo de navalha que nos mata

quero o cume da avidez
e do delírio
sequiosa faminta apaixonada

Eu não quero o deleite
do amor
quero tudo o que é voraz

Eu quero a lava"

Maria Teresa Horta


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Com Pés



Calço a vida e vou . . . 

Na bagagem carrego desejos inacabados,
vontades empoeiradas
e apetites sem hora.
Percorro caminhos sem mapa,
trilhos norteados por ti.

Simplesmente caminho . . .

Errante, 
segura do destino,
sei que chegarei.
Vou-te encontrar
e verterei toda a minha essência:
Eis o meu presente !

Tu, a minha bússola,
caminho fora do chão,
viagem da minha vida,
serás colo onde me esquecerei.

Doem os pés,
mas eu vou . . . 




Os teus pés 

"Quando não posso contemplar teu rosto,
contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.

Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
a duplicada púrpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram vôo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem."

Pablo Neruda




terça-feira, 15 de abril de 2014

Do coração . . .


"Entra no teu peito: 
bate, 
e pergunta a teu coração o que sabe ele."

William Shakespeare






Para o Meu Coração...

"Para o meu coração basta o teu peito, 
para a tua liberdade as minhas asas. 
Da minha boca chegará até ao céu 
o que dormia sobre a tua alma. 

És em ti a ilusão de cada dia. 
Como o orvalho tu chegas às corolas. 
Minas o horizonte com a tua ausência. 
Eternamente em fuga como a onda. 

Eu disse que no vento ias cantando 
como os pinheiros e como os mastros. 
Como eles tu és alta e taciturna. 
E ficas logo triste, como uma viagem. 

Acolhedora como um velho caminho. 
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas. 
Eu acordei e às vezes emigram e fogem 
pássaros que dormiam na tua alma." 

Pablo Neruda, in "Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada"



segunda-feira, 14 de abril de 2014

Os teus lábios


É veludo o teu beijo,
suave em toque manso.

É clareira húmida
por onde me refresco 
do calor de teu corpo.

Hipnotiza-me
o olhar dos teus lábios
por onde desapareço,
no seu jeito,
em forma de sorriso.

Como é saborosa,
meu amor,
a volúpia de lábios teus.




domingo, 13 de abril de 2014

. . . confusa . . .



Há palavras que se apertam
na boca selada pelo silêncio.

Sou campo de batalha visceral
em conflito com a normalidade.

Pesam-me os excessos
de sílabas, entoações e pontuação.

Grito mudez em quietude adoentada,
invisível na dessemelhança de  mim.

Renego-me e fujo em pés pesados,
corpo carregado do que não disse.


Sei da recusa de regularidades carrascas,
mas desconheço caminhos únicos, só meus.

Pesam-me pensamentos,
este amor que não sei pegar,
as letras que me habitam.

Povoam-me singulares vontades
em pluralidades que me impedem
de ser normal.

Assim,
encho-me em engordas suicidas.

Nutro-me do íntimo,
prisioneira (en)farta(da),
quando só me quero soltar.


sexta-feira, 11 de abril de 2014

- O tempo voa !



O fim de semana regressou, de novo.
Época de (mini) férias para muitos.
Aproveite-se para ler um pouco, descontrair, sair da rotina.
Quinze minutos parecem tão pouco, não é?
No entanto, até o extenso areal é constituído por grãozinhos minúsculos.


Que cada segundo conte e esqueçam desnecessidades como discussões tolas.
Valorizem-se!
Amem-se!
Mimem-se!
Porque merecem tudo e mais qualquer coisa.


Eu vou ali saber da chave da minha loucura.
Acreditam que (ainda) não a encontrei?

Ai, ai, esta minha cabecinha.
Nem sei que faça.


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Pedido (s)


Não me digas que te vais.
O teu cheiro ainda mora aqui,
os lençois desenham-te
e eu só me sei contigo.
Não vás!
Bem sei que habito avessos,
sou flor de cor estranha,
vivo de pernas para o ar.
Como me podes pedir
pétalas de outras jardins?
Não vês que sou rosa,
virada ao contrário,
pois o meu sonho era ser margarida?
Por favor,
não sussurres despedidas,
olha-me!
Acaso terei sido um engano?
Não fales,
Deixa que o silêncio
da tua presença me diga
o quanto me queres.
Fica!
Vamos povoar este quarto
de inabituais amores,
desacostumados suspiros,
e novos carinhos.
Impossibilitada de prometer normalidades,
peço-te:
habita-te nos meus desassossegos,
acalma-me as dúvidas de mim,
sê  meu jardineiro, somente.
Toco-te em ternura,
olhando-te em linguagens só minhas,
quedando-me na espera do teu 'sim'.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Chamamento do ar



O ar chamou-me.

Quis contaminar-se de mim,
e eu fiz-lhe a vontade.

Corrompi-o ao dar-me,
só eu, 
na inteireza de ser-me.

Ficou poluído,
o pobre.

Contagiado com os meus germes da dúvida,
agentes de inquietação,
e desassossegos afins,
levou-me numa rajada só.

Segui-lhe o chamamento,
elevei-me por atmosferas apetecidas
e fui eu.

Ele deixou.

Dancei por vendavais,
brisas suaves.
nortadas
e ventos desatinados.

Não mais foi o mesmo,
este ar
 que me enche o peito.

Já me conhece,
contém fragmentos de mim,
marcas que o cicatrizam.

Mas, as feridas ficaram comigo.



segunda-feira, 7 de abril de 2014

tem Gente . . .




Tem gente mansa,
fácil de olhar,
de mão dada
 é fácil ir.

Tem gente que nos lê,
sabe nosso jeito,
desculpa névoa, 
carrega a luz, 
presente nosso.

Tem gente assim,
tranquila,
de inexplicável ternura,
só porque sim.

Tem gente cor-de-rosa,
querendo combinar contigo,
tinge-te de arco-íris
e tu ficas sem cor.

Tem gente doce,
com sabor a bom,
escorrega pelo corpo
que nos apetece provar.

Tem gente como tu,
meu anjo inteligível,
onde me apetece pousar,
ser só tua,
desaparecer em tua mansidão.


domingo, 6 de abril de 2014

Não me sei !



Vieram noites, vieram dias.
Momentos rasurados
ou simplesmente sonhados.
Não sei!

Correm instantes,
traços na tela da vida,
borrões com cor de lembrança,
vida que se escoa na peneira do desejo.

Harmonizam-se tombos
fundidos em cores de cheiro
e eu sem nada saber.

Descarrego-me na ponta  do lápis,
em palavras que não se ouvem,
nos riscos feitos no ar.

Verteram-me.
Aconteci.
E vieram noites, vieram dias.

Acabo por ser este gatafunho,
inacabado, imprestável,
onde sinto toque alheio,
fantasia ou demência?
Não sei.
Não me sei!



sábado, 5 de abril de 2014

De mim . . . às voltas com o Velho e o Novo.



Sou assim um género de pessoa que gosta de guardar livros, roupa, acessórios, bilhetes, enfim, cada pedacinho de coisa material que vai passando pela minha vida. Ao olhar ou encontrar algo há muito desaparecido, é como se viajasse no tempo e sorrio, mesmo com coisas menos boas.

Alguém reconhece esta sensação?

Pois bem. 
Fartíssima de ler sobre o deitar fora o Velho para arranjar espaço para o Novo, resolvi fazer uma 'faxina' como os nossos irmãos do continente em frente lhe chamam.
De saquinho em saquinho, passando por caixas, já foram vários kg da 'minha vida' que se foram.
Ainda o processo vai no inicio, mas já consegui arranjar  espaço, físico e do outro.
O pior foi o que entrou. 
Algo inesperado e com o qual tenho dificuldades a lidar.
Fiquei pior, sinto-me péssima.

Agora, resta-me a dúvida: - 'Continuo a esvaziar o velho? 
O novo tem vestes sombrias. Tenho medo. 
Não será melhor manter o 'lixo' por aqui?'




(Oh! Como gostava de ter a energia do carlos Drummond de Andrade!)

"Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e, o mais importante, acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado.
Chorou muito? Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia.
Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos.
Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora.
Pois é… agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de
encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Um corte de cabelo arrojado diferente, um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa. Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando… Ta se sentindo sozinho? Besteira, tem tanta gente que você afastou com o seu “período de isolamento”.
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para “chegar” perto de você. Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis. O mau humor vai comendo nosso fígado, até a boca fica amarga. Recomeçar… Hoje é um bom dia para começar novos desafios.

Onde você quer chegar? Alto? Sonhe alto! Queira o melhor do melhor. Queira coisas boas para a vida. Pensando assim, trazemos prá nós aquilo que desejamos.
Se pensamos pequeno, coisas pequenas teremos. Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida. E é hoje o dia da faxina mental.
Jogue fora tudo que te prende ao passado, ao mundinho de coisas tristes. Fotos, peças de roupa, papel de bala, ingressos de cinema, bilhetes de viagens e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora, mas principalmente esvazie seu coração. Fique pronto para a vida, para um novo amor.
Lembre-se, somos apaixonáveis, somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes, afinal de contas, nós somos o “Amor”.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura."

Carlos Drummond de Andrade



sexta-feira, 4 de abril de 2014

Vem fazer Música !



Deixa que a Música nos envolva.

Descontrai e vem fazer Dueto comigo.

Escolhe a Escala, liberta a Intensidade.

Que as Oitavas se associam às Sextas, às Terças,
como Variações que dão voz ao nosso fogo.

Quero o Vibrato do teu Solfejo, 
 Semitons de Improviso.

Sair de mim em Harmonia com teu corpo,
entrares a Contraponto
e a Afinação vestir a Sinfonia de nós.

Sim, meu querido !

Em Uníssono, seremos Polirritmia, 
Partituras sem Clave, 
Métrica da loucura
onde a Melodia sussurra 
vontades sem Intervalo.

Que no Género Musical,
só nosso,
os Harpejos do toque
sejam Musicologia do amor.

Estremeço na fantasia das Notas
que me escondes, 
em brincadeiras Orquestradas.

Traz a Batuta, Maestro,
regente da Banda dos nossos quereres.

Serei Maestrina
em Óperas, Operetas
ou meras Melodias.

Só quero fazer Música contigo.
Vens em modo Instrumental ou Profano?


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Um Passo para a Igualdade



Magda fez um 'post' sobre uma iniciativa da revista Máxima tendo como tema a igualdade entre géneros.

 "A Revista Máxima desafiou 100 homens a calçar sapatos de salto alto sem preconceito - um passo pela igualdade. Este projecto têm como objectivo alertar para as desigualdades de género, as diferentes questões e reacções que ainda nós deparamos perante uma sociedade e no mundo. Entre este projecto estão questões relacionadas como: a violência doméstica, as desigualdades perante o mercado de trabalho, o peso da contracepção que apenas é colocado em cima dos ombros das mulheres entre outros escândalos."

Ficam, pois, algumas fotografias, que considero interessantes, à cerca de colocar os homens em stilleto:






Esta história da 'igualdade' é poço sem fim e coisa de argumentos para todos os gostos.
Para mim, não há igualdade, ponto final, parágrafo.
Somos diferentes e ainda bem, acrescento com vontade.
Como costumo dizer: ' a diferença enriquece-nos'.

Porém, deixam-me de cabelos em pé injustiças e tratamentos diferenciadores baseados no sexo.
Apesar de  diferentes, somos, essencialmente, todos pessoas, com os mesmos direitos e deveres.

Este tipo de campanha, ao trazer a diferenciação pelos sapatos é apelativa e talvez faça sentido.
Mas, mudará algo?
(é engraçado de constatar que se fossem mulheres a usarem calçado masculino (quase) não haveria impacto.
E, isto dá-me que pensar . . .

terça-feira, 1 de abril de 2014

Grão de Areia



Sou areia perdida
em areal tocado pelas marés,
rolando ao sabor de ventos,
de  rumo incerto,
p'ra aqui estou.

Fiz parte de rochedo,
fortaleza ilusória,
fragmentada por tempestades sem nome.

Mero grão sou eu,
varrida pela vastidão do ser que desconheço,
confundida por outros similares,
parecenças fantasiosas.

Dou-me aos elementos,
deixo-me ir,
sou mera areia perdida!




P.S. Obrigado pelos simpáticos conselhos e partilhas à cerca do problema com os seguidores. Que seria de mim sem vocês?