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sábado, 30 de junho de 2012

Amantes do verão ( dia 30 )

Uma palavra que defina o verão...e este desafio!

Chegada ao último post das 'Amantes', fico surpreendida: comigo e com a militância de tantas meninas.
Sobrevivi e mais do que isso, cumpri, quotidianamente, o que era proposto.
Melhor, pior, uma parvoíce, um despropósito, uma brincadeira, não me interessam catalogações.
O que nesta hora interessa realçar é, à laia de análise e balanço, tanto do verão como do desafio:
a DIVERSÃO
Encontrada a palavra mais apropriada para definir o Verão, em geral, e simultâneamente, este Desafio, em particular, posso entrar na farra do encerramento.
Diversão: Sinónimo de festa, calor, pouca roupa, música, conversas, troca de mimos, surpresas, suor, paródia, dança, copos, praia, amor,... e porque não trabalho?
Let'go go Party!!!
 
P.S. Não posso deixar a ocasião sem sugerir, no evento do próximo ano, uma participação dos meninos da blogosfera, na versão de amantes no masculino.
-The End-

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Convite

É já HOJE!
Aos Amigos e Amigas Blogosféricos e arredores!
Como uma das dezenas de  autores, dos contos desta colectânea, penso vir a estar presente na apresentação do livro, conforme o convite acima.
Sintam-se convidados!
Com presença confirmada do Canídeo mais bem cheiroso da Blogosfera, O Rafeiro Perfumado , o sucesso está garantido.
Finalmente terei um autógrafo.
Aguardo o evento, é tudo novidade para mim.
Apareces?

Amantes do verão ( dia 29 )

Uma paisagem de verão...

iguatemiportoalegre.com.br
E porque já é verão e ninguém leva a mal, não resito a escolher uma paisagem nuito verão e vintage. Não podia ser mais trendy.
Como podem verificar a 'onda' vintage invadiu as passereles. Não posso deixar de mergulhar nela e apreciar as tendências.
Há para todos os gostos, tudo depende das inclinacações de cada um(a).
Cá por mim, fico-me pela avaliação dos items que desfilam e mais logo direi quais os panoramas ganhadores.
P.S. Repararam, certamemte, que o desfile se encontra dentro duma onda, literalmente?
Pois, a onda é uma paisagem, por mim, muito apreciada.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Negro Profundo ( 8 )

A noite já ía alta, perdera a noção do tempo. Os lamentos, espaçados, fizeram-na voltar ao presente. Doía-lhe o corpo da posição em que se mantivera nas últimas horas. O combustível tinha acabado nas lâmparinas sem vida. O ambiente ainda era mais tétrico  do que se lembrara.
As pessoas presentes, identificava-as pelos vultos. Eram-lhe familiares. Apenas a avó Aurora lhe dirigira a palavra, mostrando carinho, até.
Faltava muito tempo para o funeral.
Acomoda-se, sente os olhos pesados, doridos, a arder, consequência de tanta lágrima derramada. Ensaia um abandono ao colocar sua cabeça perto do ventre inerte de sua mãe. Vencida pelo cansaço, dormita e flashes do passado atormentam-na. Volta à Herdade, aos seus catorze anos.
Esse dia tinha-lhe sido especial. Na reunião diária dos 'Cinco das Mimosas', João partilhara a descoberta da Lírica Camoniana. Temporão, as hormonas já lhe tinham despertado instintos adultos. Na aula de português as palavras de Camões tinham-lhe falado ao coração e nunca estivera tão atento a uma lição.
Enquanto declamava " Amor é um fogo que arde sem se ver", na penumbra da adega onde se refugiaram nessa noite de Fevereiro, o irmão, Luís absorvia cada sílaba bem como Samara. Apenas Matilde e o pequeno António se encontravam distraídos na caça a uma família de aranhas que teimava em não se desalojar.
Luís olhava Samara duma forma nova enquanto o mano entoava as palavras "...É querer estar preso...".
Os frémitos que sentia, não os sabia explicar. Seria o poema do grande poeta? Seriam os olhos de  Luís? Não se percebia. Já tinha lido muito sobre a adolescência, mas não associou. Estava demasiado envolvida.
(continua)

Amantes do verão ( dia 28 )

Uma sombra no verão...
Uma fonte de luz pode dar origem às sombras se houver uma interposição de um qualquer objeto.
Com o  Sol e a sua claridade escaldante é impossivel viver sem sombra, principalmente no verão!
O que nos vale é a imaginação para inventar objetos que promovam sombras sem as quais pereceríamos.

Por outro lado, a sombra pode significar ' Cosmético destinado a dar cor à zona das pálpebras'.
Aqui, entra-se em terrenos mais estéticos e de fácil delineação.

A escolher uma sombra no verão, opto pela sombra do que sou, do que fui...
Uma silhueta de mim...

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Negro Profundo ( 7 )

Samara vivia bem integrada na sua família e tradições intrínsecas. Porém, o convívio alargado com outras realidades, bem como a escola, proporcionavam-lhe pensamentos incomuns para a sua idade e no meio dos seus.
Precoce, tudo aceitava com um ponto de interrogação. Não provocava conflito, mas não era passiva.
As brincadeiras do Quinteto eram as suas favoritas. Disposta a todos os desafios, apresentava-se sem reservas, sendo elemento não dispensável.
Matilde costumava troçar  da sua nítida preferência por Luís. Até lhe costumava cantar um 'Gostas do Luís!!!', numa música improvisada e com letra repetitiva.
Samara não mentia. Na sua inocência, sentia-se incomodada com as provocações ingénuas da amiga. Custava-lhe admitir a sua atração pela maneira de ser do Tavares do meio. Nem a sabia explicar.
Replicava a Matilde, argumentando que ele a compreendia como ninguém. Esta, inocentemente, acatava as desnecessárias explicações e esquecia-se da implicância, até a cantilena lhe voltar  ao pensamento.
Quando as brincadeiras se esgotavam, João, na sua tendência de  líder, logo propunha uma série de atividades que levava a votação. O mano 'Cabeça no Ar' não lhe dava importância e armava-se se espada, improvisada, em cavaleiro numa qualquer demanda imaginária.
Samara arrepiava-se com os ares  do amigo, deixando-se levar pela imaginação. Juntos formavam, sempre, o par romântico se a 'peça', em questão, o requeresse.
E, com estes amigos, tinha passado os melhores momentos da sua infância e juventude.
(continua)

* Nada *


Indolente,  a preguiça instala-se.
Cai dengosamente  em cama sem dono.
Apática, faz tenções de nada ouvir.
Horas de ócio pela frente.
Entre vagares, escorre-se de si.
Desliga-se, entrando em mundificações, só dela.

Amantes do verão ( dia 27 )

Os meus óculos de sol...
pt.aliexpress.com

Não li, em nenhuma regra do Desadio das Amantes, restrições ao tempo verbal da posse dos meus óculos de Sol.
Tenho alguns que não uso. O motivo não será a falta que me fazem. Detesto andar catrapisca com a intensidade luminosa do Sol, no verão.
Talvez por falta de hábito e porque começam a incomodar-me com o calor.
Ao deparar-me com estes, de mp3 incorporado, parecerei uma Et, não dúvido, mas feliz, ouvindo musiquinha que me transporta para outras dimensões.
Desconheço se serão desconfortáveis ou pesados.
Assim, conto com as opiniões dos instruídos expert na matéria.
Farei uma boa aquisição com estes óculos kitados? Ou é melhor cingir-me aos clássicos Ray Ban?
Aceito sugestões, que aconselhas?

terça-feira, 26 de junho de 2012

Negro Profundo ( 6 )

A pequenada do acampamento preferia os afazeres próprios dos mais velhos, modelos a seguir. Não tardaria muito e seriam eles a dar continuidade às tradições.
Samara, no entanto, adivinhava outras vidas, outros sentires e sonhava acordada, encarnando personagens com vida própria. A de dentista era a sua eleita. Gostava de se imaginar, com bata branca e instrumentos vários, dar vida saudável às bocas desdentadas dos velhos do clã.
Matilde, menina curiosa, apreciava a companhia de Samara naqueles meses de noites longas. Os pais permitiam-lhe o convívio e incentivavam a sua faceta  protetora ao abrirem as portas da intimidade de sua casa aos olhos ávidos de Samara.
Uma amizade partilhada onde se desconhecia quem ficaria a ganhar mais. Matilde, conhecia, pelas histórias simples de Samara, outros modos de enfrentar  os pequenos dilemas  do quotidiano e, esta, aproveitava a veia de professora da amiga absorvendo tudo o queMatilde lhe ensinava.
As duas pequenas costumavam juntar-se aos filhos do caseiro da Herdade. Da família Tavares, como gostavam, orgulhosamente, de ser apelidados. Três rapazes com um ano de diferença. Com as duas meninas formavam os "Cinco das Mimosas", auto batismo, originado numa das tardes em que se reuniam para ler à vez. Uma singela homenagem à sua escritora de eleição, Enid Blyton, e à saga dos famosos Cinco, que conheciam  de trás para a frente.
João, o mais velho, assumia a responsabilidade do grupo com ares, afetados, de adulto. Luís, o 'Cabeça no Ar' do grupo, sempre sonhador. António, o 'Benjamim', qual amuleto, protegido, reclamando atenção, chamava Luís à Terra.
(continua)

? Casamento ?

Impõe-se um esclarecimento:
A minha amiga blogosférica vai-se casar e quero  parabenizá-la em primeira mão.
Pretendia pesquisar vestidos de casamento para discutirmos detalhes, rendas, decotes,  folhos, adereços, enfim coisas de mulheres.
Para meu espanto, a net, o Google estão nesta onda, também. Vestidos, noivas, há-os aos milhares. A dificuldade está na escolha.
Quanto aos noivos, ou aparecem o par (noiva+noivo) ou noivos (homens) cartoonados.
O casamento, coisa comum aos dois sexos até há pouco (com a liberalização do casamento aos homosexuais pode-se tornar pertença de um só género), sempre foi, e ainda é, domínio do e no feminino.
Nem sei porque me espanto. Aos casamentos a que já assisti, as noivas são as protagonistas. Até se costuma ter um pouco de piedade para com as mães dos noivos por casarem seu filho muito amado e quase ninguém lhes ligar pevide.
Nunca me tinha debruçado muito sobre o assunto, mas há estudos que explicam estes fenómenos sociais.
À falta de maior originalidade aqui ficam uns noivos minhotos, em Portugal no seu melhor. Aconselho-a a seguir o modelo. Os ouros dão jeito para vender em épocas que não se adivinham de bonança e a roupita com uns arranjos podem ter outros usos.
 
 feitoria.com.pt
Por outro lado, apesar das taxas de divórcio estarem em crescendo e ser  fácil o seu acesso, bastando aceder ao Portal do Cidadão onde tudo lhe é explicado tim tim por tim tim, eu recomendo um casamento mais do género:
 
Com praia e muito amor à mistura onde não se vislumbrem sombras.
P.S. Desculpa, querida, vou tentar fazer um post mais animador.

Amantes do verão ( dia 26 )

Um outfit de verão...

Revolvi o roupeiro.
Como objetivo: roupa prática, fresca, pronta para veraneio.
Tudo 'Made in Portugal', como convém.
* Camisa Ana de Sousa em rosa feminino. Pelo acabamento do decote dispensa colares ou fios.
* Calças justas, brancas,da Lanidor, com elastina para maior conforto.
* Sandálias em madeira, com tiras, branco, rosa e dois tons de verde, em pele, Seaside.
* Mala verde, leve, da Lanidor. Grande para caberem todas as tralhas indispensáveis a uma mulher.
P.S. Depois desta experiência, é maior o meu apreço pelos  fashionist blogers. Escolher e fotografar roupas é tarefa árdua, de forma a que resulte. O que não é o meu caso, mas Desafio oblige.
 

Porvir...

Lança-se a semente.
Deposita-se esperança.
Nascem realidades inesperadas.
Ao sabor das ventanias da vida, crescem ilusões.
Somam-se vãs certezas.
Trancafiam-se verdades, anos desperdiçados.
Vislumbram-se porvires fantasmagóricos.
Agarrando pó, vai-se mais além.
Fustigados pela realidade, perde-se forças.
Migalhas desorganizadas de gente arrastam-se em agonia.
Sonham-se máscaras fantasiosas de projetos quiméricos.
Sem rumo, o horizonte usurpado  e sementes equivocadas.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Negro Profundo ( 5 )

As primeiras lembranças remontavam ao nascimento do seu irmãozinho, Igor. Tinha quatro anos. Proibida de entrar na tenda, ouvia os gritos da parturiente até que uma amostra de bébé lhe foi apresentada como membro da família. A pele avermelhada, as caretas inumanas, tinham-na impressionado. Recusara o convite de lhe pegar ao colo e refugiara-se na árvore centenária da herdade onde acampavam todos os finais de verão até por alturas do regresso do bom tempo.
Perdia-se nas brumas da memória coletiva o ínicio de tal tradição.
A Herdade das Mimosas dispensava, todos os anos, amplo prado, na zona de um monte, com casario em ruínas, onde se chamava lar durante meses. Preferia este lugar ao mais a norte, onde eram acolhidos nos meses mais quentes.
É verdade que as sombras, em maior número que tornavam suave o calor estival, o curso de água, cristalino e abundante,  fonte de intermináveis brincadeiras, eram uma escolha sensata.
Mas, para Samara nada se comparava à extensão, sem fim, da paisagem alentejana. 
A preferência da menina, contudo, prendia-se, mais, com as amizades que travara com a filha dos proprietários da Herdade, Matilde, de idade próxima da sua, e com os filhos dos caseiros.
Os pais permitiam-lhe o acesso à escola durante a permanência por terras de Mimosa e Samara tirava proveito dos livros emprestados pela sua grande amiga. Com eles aprendera a ler, a saber de outras vidas, a conhecer animais exóticos e até a saborear palavras, sem sentido, das poesias,  que declamavam com encenados jeitos teatrais, no meio de vacas que as olhavam com indiferença.
(continua)

Amantes do verão ( dia 25 )

Da minha janela no verão...
Foto by Pérola
O silêncio atrai-me, especialmente em época de férias.
A Taty (a minha mania de batizar tudo o que se mexe), para além de muda, presenteia-me com poses dignas da Playboy. É óbvio que nunca se 'descasca', mas o riscado da sua pele e os desenhos geométricos da sua carapaça são-me simpáticos.
Tal como eu, espreguiça-se ao Sol, adorando o Astro Rei.
Eu quedo-me pela janela apreciando-lhe os jeitos, absorvendo esta maneira, mais lenta, vagarosa, de se viver.

domingo, 24 de junho de 2012

Refeição


Maquinalmente, trocava os passos, deixando-se conduzir pelo embalo da caminhada. A noção do tempo, havia-a perdido, quanto mais saber das  horas. 
Com a caída da noite, o frio fazia-se sentir em cada pedaço de pele. Despedaçada, não encontrava palavra mais adequada. Restos de gente, Sobejos da mulher que houvera sido. Sabendo-se na ponte, abranda o passo. Inspira a humidade, mescla de maresia, tristeza e solidão. Lá em baixo, adivinha a água, calma, profunda como a negritude do seu coração. Sobe para o parapeito da vedação, senta-se. As vertigens abandonam-na como prevendo o que por aí virá. Nada receia. Nada espera. Um último desejo, sentir-se livre das suas sobras.
O som estridente da buzina acorda-a. Volta ao passeio e toma a marcha de regresso a casa. Inconsciente, dá por si já de banho tomado. Ensaia uma maquilhagem que lhe recorda a mulher de outrora. Na cama, brinca com a última caixa de comprimidos que o médico lhe receitara. Um a um, vai despindo os blisters, amontoa-os ao pé da mesa de cabeceira. Começa a refeição tardia, sem pressas. Engole cada um, dando-lhe as boas vindas, acompanhando-os com chá quente. O choque de temperaturas estremece-a, sente-se bem. As gélidas células casam-se bem com o  liquido cálido a as pastilhas embrulhadas em aroma de rebuçado. Não restando nenhum dos alimentos do seu repasto, encosta-se, sorrindo...

Amantes do verão ( dia 24 )

Uma fruta de verão...

Fruta só posso escolher uma.
Resolvi organizar um 'frutado' desfile.
Uma difícil escolha.
Tamanha a diversidade em cores, aromas e sabores.

Afinal, não entraram a concurso. Sem outfit os  MORANGOS foram desclassificados.

sábado, 23 de junho de 2012

Amantes do verão ( dia 23 )

Um som de verão...
Se há som distintivo do verão, é o da cigarra.
Ouvi-la é sinal de estio.
De dias abafados, irrespiráveis.
Nasci e cresci no interior, como  sabem. Os meus verões eram sempre vividos ao toque do canto da cigarra.
Quanto mais altas as temperaturas, mais alto, mais intenso e mais ensurdecedor o seu som.
Podiam ser dezenas, centenas e gostava de as ouvir 'arrancar' e esfalfarem-se num frenesim que cansava os ouvidos.
Com a vinda para a cidade, perdi este contacto próprio do verão.
No entanto, sempre que passo no campo e as ouço, as sestas, os passeios, as festas, as brincadeiras, as leituras, as tarefas, as saídas à hora de calor da minha infância voltam e sinto-lhes as impressões da altura.
A nossa memória auditiva pode desencadear verdadeiras viagens no tempo.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Amantes do verão ( dia 22 )

Um cheiro de verão...
apaulasiewerdt.wordpress.com
Recordo a tarde de agosto:
Abri os olhos.
Dormias, a meu lado, de semblante sereno.
O calor, lá fora, adivinhava-se no seu auge.
Nem sabia há quanto tempo estávamos naquele quarto.
Que importava?
Aproximando-me da tua pele, cerro as pálpebras.
Pelo teu cheiro, fundido com o meu, identificava-te.
Já não era posse de nenhum, antes de 'nós'.
Farejava-te dando liberdade aos sentidos que se soltavam.
Emoções propagavam-se, comunicando com o cérebro.
Transmissão recebida por cada célula do corpo.
Sem misericórdia, o meu nariz percorre o teu ventre, reclamando aromas renovados.
Acordaste sorrindo, provocador, cumprimentaste-me ( lembras?):
'Hum, que cheirinho! Que vai ser o almoço?'

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Negro Profundo ( 4 )

Palavras sussuradas em tom de reza, começam a ser-lhe audíveis. Como de um sono profundo se tratasse, a consciência, pouco a pouco, despertava.
Do estéril 'nada' a memória, salvando-a, aflorava-lhe a identidade. Os cheiros, verdadeiras impressões digitais da sua infância, despertavam-na.
Deitada na casa que a vira nascer e crescer. As lamparinas piscavam a dar-lhe as boas vindas. A coberta que tinha sobre si, costurada, a pensar no seu projecto de pessoa, pela mãe, de ventre pesado, afastada de lides mais exigentes, ostentava o grande 'S'. Um enigma por decifrar: como sua mãe soubera que uma menina nasceria, a quem ser posto o nome de Samara?
Os cuidados médicos reservavam-se para os quase mortos. Quando tudo o resto tinha falhado. Gravidez não é doença. Para quê médicos? Era assim que pensava seu pai e assim lhe obedeciam.
A pouca distância, na cama de seus pais, podia vislumbrar o vulto inerte, rodeado de velas. Aos pés encontravam-se algumas mulheres, cobertas de preto da fronte até aos pés ocultos pelas negras saias, carpindo, em surdina.
Levanta-se e, apesar das tonturas, não hesita, dirige-se à cabeceira de sua mãe. Esta nunca mais lhe escovaria os longos e negros cabelos ao embalados pelas cantorias que não a deixavam quieta. Como era doce e timbrada a voz da mãe.
Enquanto lhe beijava a testa, um misto de saudade e impotência, relembrava-a como sua amiga dentro das limitações a que estava sujeita. No entanto, tinha quebrado umas quantas vezes regras 'sagradas' por amor àquela filha princesa no seu coração de progenitora.
O choro corria livre. Dava graças por lhe terem permitido entrar. No momento, bastava-lhe ficar ali, esquecida no tempo, de si, visitando o passado e deixando que a voz da dor se fizesse ouvir. A infelicidade, a perda eram dores insuportáveis.
Refugiava-se no passado ao agarrar a mão fria que a afagara inúmeras vezes...
(continua)

Amantes do verão ( dia 21 )

Uma coisa que vi no verão...
Foto by Pérola
A transparente água, azulada, manchara-se de coisa indefinida.
Pelos pequenos círculos que se formavam, a partir da pincelada escura que se desenhava na superfície, depreendi que seria ser vivo.
 Chamei por quem sabia, que me fizessem chegar um salva-vidas. 
Não me apresentaram nenhum rapagão musculado de calção laranja.
Lamentei, mas aquela vida precisava do meu socorro, dispensava fantasias minhas.
Com o auxílio de um camaroeiro (palavra aprendida) consegui resgatar o morceguinho meio molhado.
Mostrava vida, assustado.
Sem conseguir ver, deduzo eu, pelo que sei da fauna.
Fez-me lembrar pessoas que se passeiam pela vida, inconscientes das suas limitações e protagonizam aventuras fora do seu alcance.
Teve sorte!
Senti-me mais viva  por ter salvo uma.

Solstício de verão

Pessoal Blogosférico, 'bora lá' aproveitar o dia mais comprido do ano.
Afinal, é o meu dia preferido!
A partir daqui é ver os dias a encolherem e as noites a esticarem-se, até 21 de Dezembro, ocasião do Solstício de inverno, em que voltamos a ver o dia a ganhar à noite.
chewii.com
Solstício de Verão 2012
Em 2012 o Solstício de Verão ocorre no dia 21 de Junho às 0h09m. Este instante marca o início do Verão no Hemisfério Norte, Estação mais quente do ano. Esta estação prolonga-se por 93,65 dias até ao próximo Equinócio que ocorre no dia 22 de Setembro de 2012 às 15h49m. 
Os instantes estão referenciados à Hora Legal.
 
permaculturaportugal.ning.com
Solstícios: pontos da eclíptica em que o Sol atinge as posições máxima e mínima de altura em relação ao equador, isto é, pontos em que a declinação do Sol atinge extremos: máxima no solstício de Verão e mínima no solstício de Inverno. A palavra de origem latina (Solstitium) está associada à ideia de que o Sol devia estar estacionário, ao atingir a sua mais alta ou mais baixa posição no céu.
(Observatório Astronómico de Lisboa)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Negro Profundo ( 3 )

À medida que se aproximava do oásis de luzes, ouvia, cada vez mais distintamente, os lamentos, os choros entrecortados com silêncios que se anteviam tristes, depressivos. A fogueira centrava a família alargada a que se tinham juntado familiares mais distantes.
Conhecia-os todos pelo nome. Trajavam negro, sinal da escuridão em seus corações, originada pelo sofrimento da perda. Exceção feita aos mais pequenos, apontamentos coloridos, que já dormitavam nos colos de suas mães ou espalhados pelo amparo dos irmãos mais velhos.
Os olhos voltaram-se para ela à medida que a luz o permitia. Instalado o silêncio embaraçoso, com as mãos torcendo o lenço, apenas conseguiu gemer uma boa noite. O coração parecia querer saltar-lhe do peito. A vontade ordenava-lhe que corresse dali,  se refugiasse no lar acolhedor que a aguardava. Não podia! Teria de se munir de todas as suas forças e enfrentar os factos. Não lhe poderia fugir. Não desta vez.
O tio-avô, Valter,  pela autoridade que lhe dava a sua idade, questiona-a, humilhando-a - 'Que queres daqui? Já não pertences a esta família. Vai-te daqui, não és bem vinda! És uma estranha e só à familia é permitido chorar a morta'.
Samara de boa vontade teria dado meia volta, mas os sentimentos falavam-lhe mais alto.
'Não venho semear guerras, muito menos incomodar-vos. Quero, tão somente despedir-me de minha mãe e poder chorar a sua morte, perto dela'- dispara duma vez a menina mulher, endurecida no lombo da vida que costumava cavalgar. 
Ambiente que se espessou com o diálogo repleto de raivas, de incompreensões, de ódios, de raivas.
Insistiu, aproveitando o silêncio sepulcral: 'Só quero chorar minha mãe', soluçava compulsivamente. Um redopio de pensamentos não a largavam e sentia-se desfalecer. Tentou manter a postura e aguardar um sinal de recetividade. O corpo pregou-lhe a partida e acabou por cair, tendo as folhas já amareladas por colchão. Desmaiou, causando consternação, principalmente no flanco feminino. A sua tia avó, Aurora, mulher de muitos invernos, toma a iniciativa, grita que lhe cheguem a água e aproxima-se de Samara inconsciente.
Com o insólito da situação, ninguém se move, quais estátuas paradas no tempo. Aurora faz vencer a sua autoridade, dá nova ordem de 'água' e logo aparecem vários tipos de recipientes com o liquido.
(continua)

Amantes do verão ( dia 20 )

As minhas leituras de verão...
Guardado na mala, na mochila, no saco, no carro carrego sempre um livro prontinho  a ser aberto por mim.
Houve uns anos da minha vida em que não conseguia adormecer sem ler. Nem que fosse o rótulo duma embalagem.
Estava adicted, e os livros bem como a literatura e tudo o que fosse passível de ser lido, sob qualquer forma e de qualquer teor, eram o meu vício.
De momento passeio-me por vários.
Escolhi as 'Brumas de Avalon' porque as li, reli, voltei a ler.
Quatro volumes que se completam, com vidas independentes.
Já lhes conhecia as descrições mais empolgantes e as vidas das personagens, mas continuavam (continuam) a atrair-me.
O fascínio da rei Artur, o seu mago Merlin e uma Grã-Bretanha Celta eram (continuam a ser) realidades a que me rendo de boa vontade.
Todos os rituais mágicos, a força da mãe Natureza elevada à categoria de Deusa em oposição ao cristianismo primitivo, levam-me a sonhar com a misteriosa Ilha de Avalon, de difícil acesso, e a sua magia poderosa, no feminino.
A lenda de Artur é-nos, aqui, romanceada duma forma bela e doce, com a narrativa na perspetiva das mulheres, verdadeiras detentoras do poder.
A 'Grande Mãe' que gosto de revisitar em tempos de lazer.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Negro Profundo ( 2 )

O passeio calcetado já tinha abandonado o casario. Caminhava ao abrigo das copas das árvores que, em tempos, tinham sido o seu teto. O medo, não o sentia. Nascera e crescera no meio da vegetação com os seus habitantes das mais variadas espécies. O cheiro do orvalho noturno daquela noite outonal transportava-a para a meninice. Apesar do frio que já se ía fazendo sentir, não se perturbava. Tão natural como um pé adiante do outro, na caminhada.
Havia cinco anos que deixara, ou melhor, tinha sido expulsa daquele acampamento. Casa de família, cujas origens se perdia nas memórias dos mais antigos, habitual naquelas alturas do ano. Moradas certas que se repetiam ao sabor das mudanças climatéricas.
Já se desacostumara daquelas longas saias, rodadas, que lhe tolhiam os movimentos, enrodilhando-se nas pernas que se exigiam escondidas.
Crescera dócilmente, acatando as regras, motivo de chacota pelos miúdos e graúdos que desconheciam a sua família e as suas tradições. De certa forma, até achava as troças naturais e prova de identificação das suas diferenças.
Com o aproximar da idade mais consciente, verificava que algo estaria errado. Não conseguia prceber bem o quê, mas as voltas da vida encarregaram-se de lhes serem mestre. Aprendera a lição da forma mais violenta, contudo passara com distinção.
A sua posição extremada tinha-lhe servido de exame. A partir daí, transformou-se. Nunca mais foi a mesma.
As luzes, ao longe, piscando na clareira, indicavam-lhe que chegara.
Respirando fundo, ajeitando o lenço na cabeça, embrenhou-se no meio  das ervas e arbustos.
(continua)

Amantes do verão ( dia 19 )

Um dia no campo no verão...
Foto by Pérola
Temos uma enorme sorte, fora normal, ao vivermos em Portugal.
Dos rios aos riachos, passando pelo oceano, somos contemplados com belas e frescas paisagens naturais.
Não esquecendo as  zonas verdes, criadas pelo  Homem ou tão somente as mais selvagens das quais nos apropriamos ao usufruir da comunhão com a natureza.
Sou uma rapariga do campo e não o dispenso em qualquer estação.
No verão, o prazer é redobrado, as sombras convidam ao dormitar com as cigarras como som de fundo e, eventualmente, um borbulhar de águas que nos embalam.
Propicia-nos o reencontro  connosco (próprios), e com o que de mais natural habita em nós.
Um dia passado no campo retempera  energias e rejuvenesce.
Relembra-nos as prioridades  verdadeiras da vida.
E, isto, agrada-me de sobremaneira.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Negro Profundo - 1 -

As lágrimas teimavam em ficar presas no mar em que se transformaram os seus olhos negros. Semicerrando as pálpebras, sentia aquele molhado que teimava em não vazar.
Levou as mãos aos cantos dos olhos e as gotas salgadas soltaram-se, livremente, escorrendo pela sua cara de mulher menina. Era jovem, muito jovem, contudo os sinais das vicissitudes dos revés da vida tinham-lhe marcado a face, com expressão de indiferença.
As contrariedades, tão suas conhecidas. Demasiado íntimas. Desejaria que pelo menos um dos seus sonhos se concretizasse. Já tinha perdido a esperança. Debatia-se num quotidiano, escolhido por si, que não a satisfazia. Um aprovação seria um alento necessário, mas tardava em vir. Já se conformara, há coisas que, pura e simplesmente, não controlamos. Logo, não poderemos contar com elas no dia a dia. Uma lição de vida aprendida desde tenra idade. Sempre tinha sido assim! Porém, sombras de esperança e vislumbres de outras realidades ainda a assombravam.
A sua dimensão fantasiosa, chama ardendo, com pavio curto e azeite no fundo do recipiente, a ser consumido nas suas últimas gotas. Já não tinha recursos para voltar a encher nova candeia de ilusões. Recusava-se, conformando-se num incómodo que teria de fazer amigo.
O barulho dos seus chinelos, no passeio deserto, ecoava nas suas entranhas e relembrava-lhe a infância.
Voltara a vestir as saias compridas, e por obrigação das circunstâncias, tapava os seus longos cabelos, entraçados, com um lenço fúnebre que lhe chegava à cintura de mulher. 
De negro eram as suas vestes,  a tradição assim regulamentava. Dum negrume de fazer inveja às noites mais sombrias, mesmo as de Lua Nova. Estas ainda se alegravam com as estrelas distantes. Nela, o único brilho provinha do seu olhar...
Contemplando  a noite fria, apressava o passo, a dor servia-lhe de motor e as recordações de companhia, na jornada.
(continua)

Magia

clavedosul.blogspot.com
Sento-me à beira do precipício,
Aguardo resgate,
Empunho armas obsoletas,
Nem sei porque aqui parei,
Desconheço como cá cheguei,
Vigio sombras,
Desequilíbro-me num querer não querendo,
Acato contraditórias mensagens,
Suponho outras paisagens,
Abrigo quimeras,
Utopias,
Sonho com a magia,
Luz necessária no breu da existência,
Devaneios inconsequentes,
Uma vida vazia de significados.
dibjr.wordpress.com

Amantes do verão ( dia 18 )

Os amores de verão...
Por mais falado, romanceado, versejado, estudado, o amor é fonte inesgotável. 
Nascente eterna, incessante, da qual bebem apaixonados, amados, amantes ou tão somente curiosos.
No verão, com o calor envolvido e as poucas peças de vestuário envolvidas, é maior o chamamento, o convite ao amor.
Contudo, não posso deixar de lembrar que se encontra presente, até, na sociedade esquimó. As suas temperaturas, de várias dezenas, negativas nunca foram impedimento ao surgimento de esquimózinhos.
O namoro, os sentimentos de atração estão presentes no humano. 
A sobrevivência da espécie guia-nos e nós obedecemos-lhe, ainda que inconscientes.
Associamos, no geral, este conceito, de ligação afetiva a outrém, ao cariz sexual de uma relação.
O jogo dos afetos tem sempre uma casa de partida, mas chegada não agendada.
Desconhecemos se pelo meio vamos parar à prisão ou acabaremos expulsos pelas regras da própria 'brincadeira'.
Tudo pode acontecer!
Inclusivé o nosso próprio desgoverno, permitindo que os sentimentos, à flor da pele, nos dominem e fiquemos incapacitados de raciocínio lógico.
Amores? Necessários e recomendáveis em qualquer estação do ano!

Fantasmas...

Com o decorrer da vida vamos passando por situações, encontrando e conhecendo pessoas, percorrendo um caminho, mais ou menos, escolhido. 
Cada história sendo única, irrepetível, torna-nos especiais.
Como em todas as coisas, ser exclusivo tem o verso da medalha.
Seja em que fase da vida estejamos, há sempre acontecimentos que nos podem condicionar o futuro.
O mais gravoso são os pensamentos e as atitudes em que permitimos à culpa tomar conta de nós.
Castradora, auto-infligida, não há pior castigo ou julgamento.
Podemos ser (e somos, frequentemente) os nossos piores carrascos.
É como se, ao passarmos pela vida, déssemos boleia a fantasmas que, pela sua invisibilidade material, açambarcam o nosso eu, tornando-se em convidados indesejáveis, desmerecedores e permanentes. Contudo, não são passíveis de serem despejados numa qualquer estação ou apeadeiro.
Quantas vezes sacrificamos a nossa unicidade em prol da educação, do que fomos ensinados a considerar correto.
A nossa obrigação primeira deveria ser para nós próprios, a vida em si.
Existir e fazer parte da maravilha que é o Universo, em todas as suas dimensões, deveria chegar.
Mas, nunca é suficiente...

domingo, 17 de junho de 2012

Amantes do verão ( dia 17 )

As melhores férias de verão...
sines.pt
Como já fui feliz na praia de S. Torpes!
A escassos km de Sines, conhecem?
Uma água com temperaturas de fazer inveja aos algarves e companhias, zonas rochosas de poças onde se apanham estrelas do mar na maré vaza.
Com a Central por vizinha e as marés negras a sujarem-lhe o areal, perdeu um pouco do seu encanto. Porém, ainda, em 2011 foi distinguida com uma linda Bandeira Azul
Para mal dos meus pecados, os surfistas descobriram-lhe as suas ondas perfeitas no encher de maré. Os alentejanos interiores apetrechados de farnel nos seus sacos, pesados de fazer deslocar ossos, para não falar das enormes 'geleiras' que arrastam pelo areal, invadem a praia provocando um ambiente 'contra natura'.
Já nem menciono os espanhóis da raia para os quais esta praia é a mais perto que têm. E eu que nem sou dada a estas discriminações.
Mas, fico nostálgica, que hei-de fazer?
Tenho saudades do S. Torpes da minha meninice onde acampava (clandestinamente, pois claro) durante quinze dias, todos os anos e havia tempo e espaço para o que a nossa imaginação nos levasse.
Tinha uma fantasia: imaginava-me em S.Tropez, do Sul de França, zona balnear estudada até à exaustão nas aulas de francês.  Uma similaridade nos nomes que me fazia sonhar.
Dizem que tudo muda e na mudança o Mundo pula e avança, contudo, neste caso, preferia a permanência.

sábado, 16 de junho de 2012

Amantes do verão ( dia 16 )

O meu fato de banho / bikini / tankini / tanga / etc...
Foto by Pérola
- Mas, que é isto, Pérola, passaste-te ou quê? É um avião, um ET, o Super-Homem, um fantasma,...?
- Calma, eu explico:
* Já estou passada, sim! E é com este clima indeciso.
* Não vês que antecipei o Natal? Já há pinheiro e com enfeites dependurados. O meu bikini aguarda, pacientemente, a chegada do calor abrasador do meu amante.
*Ficou ridículo, concordo.
*Está muito vento e não chegou o convite para vesti-lo.
*Desta forma, vou já celebrando o Natal, não aconteça estar na praia nesta altura, comendo gelados e morangos ou os dois. 
*Ando confusa! Que queres?
*Por muitos 'fatos de banho' que experimente ou compre acabo por preferir, sempre, o bikini.
Prefiro-os triângulares na peça superior e a atar na parte de baixo.
Aposto que não sabes porquê!
*Eu elucido-te: com esta indumentária as marcas brancas são pequenininhas e como não pratico o naturismo...é a melhor opção!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Conversando...

1º Ensaio para destraumatizar.
A primeira imagem que me assola o pensamento nesta temática, a da conversa, são as palavras trocadas com bocas musculadas e ouvidos atentos.
Uma conversa, na altura certa, pode-nos mudar o curso de vida.
A ausência dela, que efeitos devastadores pode ter!
Nisto, de conversar, para além dos idiomas envolvidos, que têm de ser compreendidos mutuamente, também há que saber decifrar gestos, sinais, sons, linguagem corporal. Não fazendo parte das palavras podem, no entanto, significar muito mais.
Por vezes, a conversa traduz-se num diálogo frutuoso e enriquecedor, noutras num convívio alargado em grupo e noutras, ainda, encerra-se num monólogo.
Perigosa, esta última tendência da conversa!
A arte de bem conversar presupõe o saber utilizar as frases apropriadas, no tom correto assim como usar de sabedoria que nos é traduzida pelo saber escutar.
Saber ouvir, uma das chaves mestras, cruciais, na conversa.
Com o advento das novas tecnologias, muitas têm sido as transformações nesta área. Sem consciência, damos por nós a teclar, a clicar, e esses gestos reverterem em conversa.
Contudo, este mundo ficará para outros ensaios que este já basta, vai longo, não Srª Drª Margarida Alegria?

Amantes do verão ( dia 15 )

A minha toalha de praia...
Se a temperatura da água me convidar para um mergulho, faço-lhe a vontade, de bom grado.
Como gosto de desafiar o calor com as gotículas de mar espalhadas por todo o  meu corpo.

O Sol, envolvendo-me, seca-me com os seus raios  carinhosos e evaporantes.
Criminosa me confesso ao roubar toalha alheia apenas para me espreguiçar sobre a areia.
A areia apresenta este petit senão, cola-se à pele húmida e eis o móbil do meu crime.
Tão sómente para me sentir super confortável, a função toalha de praia esgota-se no servir de proteção contra as areias inoportunas.
Para o mais, deixo que a Natureza me guie e gosto da liberdade que ela me oferece.
O Sol acaba por ser a melhor toalha de praia do Universo.

No verão, dispenso toalha, a sério!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Desafio...

Selinho criado por abspinola do Blog Meus Momentos

Recebi da menina Sentada na Ponta da Lua do Blog Devaneios este desafio "Meus momentos". Consiste em responder a 5 perguntas e passar o desafio para 5 outras Bloggers!
Cá vão as minhas respostas:

1º Descreve 5 traços teus – Meiga, crédula, chorona, esforçada, sonhadora!
2º Preferes quente ou frio? Quente, a escaldar, em brasa,
3º O porquê da escolha do nome do teu blogue? Porque é tudo muito bom, se assim o quisermos.
4º Acreditas ainda no teu País? O País é formado por tantas condicionantes...não sei.
5º O que mais detestas? Miséria e injustiça, a todos os níveis.


E passo o desafio para:
Quem gostar de desafios e rosas, pois claro!

Amantes do verão ( dia 14 )

A praia no verão...
fadadacaixinhademusica.blogspot.com
PRAIA+VERÃO=PARAÍSO
A matemática não é o meu forte, sem ser o calcanhar de Aquiles, mas esta equação é mágica, diz tudo.
Uma fórmula que me é muito cara.
Quando Deus criou a Terra, com os seus mares e oceanos, e nela colocou a sua obra-prima, o Homem, só podia ser de verão.
Adão e Eva encontrando-se nus conduz-me à dedução que as temperaturas seriam amenas. Por outro lado não imagino os primórdios do romance sem um pôr do sol sobre o mar, os amantes numa idílica praia, descalços, sentindo a areia deformando-se sob os pés.
Nada disto vem na narração biblíca, mas gosto de o imaginar desta forma.
Este Éden, ao nosso alcance se o desejarmos, é uma realidade majestosa, magnífica e outros adjectivos no grau superlativo absoluto sintético.
Quando me deparei com esta imagem não lhe consegui resistir. As 'Amantes do verão', e a sua imagem de marca retro que lhe está associada, não me deixaram hesitar na escolha.
Não sendo loura, revejo-me na imagem quer como criança quer como adulta.
Um mimo que dedico às queridas Manuela e Scarlet, sem as quais não estaria nestas divagações blogosféricas.