Ano Novo !

Espreito um presente que se abre.

Vem embrulhado em papel de desejo e laço de ternura.

Assisto ao seu surgimento sem formas.

Será moldado de acordo com as vontades, as escolhas de cada um.

Como a sua nudez me toca, embrulho-o em luz branca.

Vai ser meu..

 Vai ser de cada um de nós.

Vou mimá-lo e aproveitar cada instante do seu ser.

Cerro os olhos e prometo-me...

tanta coisa!

Para o ano cá estarei para contar das concretizações.

Um ANO FELIZ para todos os meus amigos blogueiros.

Adoro-vos, de coração!

Ainda o Ano Novo...

É possivel sermos melhores ? ? ?

A Mafaldinha  costuma ter pensamentos muito adultos para a criança que é.

Gosto do Quino e das suas criações.

O calendário é uma convenção social que dá um jeitaço em várias frentes.

Só mudamos de ano porque o Homem assim decidiu.

Os minutos continuam a ter a mesma duração bem como as horas,os dias, . . . agora o que fazemos com eles é outra história.

Está tudo em cada um de nós.

Ousemos sonhar e concretizar.

Já!

2012 - 2013

Antes de pensarmos em 2013 julgo devermos meditar no ano que ainda decorre.

Quais foram os nossos desejos há 1 ano atrás?

Foram concretizados?

Ou mantém-se para 2013?

Na realidade, a crise agudizou-se, as promoções já são regra.

E com 2013 já a espreitar, quais as expectativas?

Que desejos mais secretos passam nessas cabecinhas?

Sonhem! Não desistam e lutem pelo que realmente vos faz feliz e torna mais autênticos.

Façam o favor de ser vós próprios e sempre satisfeitos.

Eu vou tentar...e com todo o meu ser.

Bem lá no fundo...só quero ser EU !

Procura-se !

Quem não andou já atarantado à procua de algo que juraria ter colocado em sítio certo?

Como é irritante, especialmente quando estamos atrasados, não saber das chaves, do telemóvel, do baton do cieiro.

São momentos de stress, de irritação, quase sempre, dispensáveis.

Nada que um pouco de rotina ou organização não resolva.

Basta respirar fundo e pensar em alternativas.

O objecto em questão é mesmo indispensável?

Por fim, lá aparece e o dia volta a brilhar.

Há que ter calma, Sempre !

Para sempre . . .

Não deixemos o tempo passar.

Vamos trancá-lo e deitar a chave nos confins do Oceano.

O passeio é no agora, no momento em que os nossos olhos não se soltam.

Quero prender-te no presente.

Prolongar o teu sorriso e  guardá-lo em local privado.

Só meu.

Não me lembres do Mundo que continua a girar.

Só quero que o tempo páre...

Para sempre !

Ousar...Sempre !

Atrevo-me...

a sonhar-te...

a querer-te...

A chamar-te em grito surdo,

num tremor amoroso.

Arrisco audazmente

ao despojar-me de vergonhas desnecessárias.

Ouso mostrar-te a essência de mim.

Vem!

Toma-me!

Em brisas mornas, voemos nas asas suaves e vigorosas dos nossos anseios.

Ousemos !

É Natal !

O papel amarrotado pelo chão.

As azevias perderam companhia.

O bolo rei mutilado aguarda novos cortes.

A desorganização deu lugar à arrumação propositada do dia anterior.

De pijama, as crianças acordam ansiosas por experimentar os brinquedos novos em folha.

Os adultos retardam a saída da cama.

Banhos tomados e roupa festiva enfeitam casas felizes onde o Amor se lê em cada olhar.

Aproveitando o Feriado já se pensa nos últimos suspiros do Ano que finda.

Feliz Natal !

Que os corações do Mundo inteiro se pacifiquem e sintam o Amor  ! ! !

Pedido !

Já pedi ao Pai Natal o meu presente: Um bom amigo que fique para sempre!

Portanto, se um tipo gordo de vermelho tentar embrulhar-te, por favor Colabora!

FIM ! ?

E cá estamos nós em mais um dia.

Sem Final do Mundo!

Sobrevivendo . . .

O Final é sempre relativo (o que não o é?)

Aprecio, de sobremaneira, este final de lagarta e despontar da borboleta.

Ganhei asas e voo!

Alguém me acompanha?

Dá e Recebe ! ?

DÊ O QUE QUER RECEBER

"A VIDA É UM ECO, LHE DEVOLVENDO TUDO AQUILO QUE VOCÊ DÁ.

ENTÃO, SE QUER ELOGIOS, ELOGIE ALGUÉM.

SE QUER CONSIDERAÇÃO, MOSTRE CONSIDERAÇÃO POR ALGUÉM.

SE QUER SER APROVADO, APROVE ALGUÉM.

O SEGREDO É DAR ANTES DE RECEBER.

UM DIA VOLTA."

Gostava de acreditar nesta retribuição do Universo.

Palavra que gostava.

Reconheço que sentimentos e ações boas tendem a atrair o mesmo pólo.

Mas, mera tendência.

Não é lei.

Muito menos Universal.

Quanta ingratidão e violência como moeda de troca.

O Mundo não é justo, mas porque haveria de o ser?

O Homem por acaso o é?

E nós próprios?

Não teremos bitolas diferentes no aferir de comportamentos nossos versus alheios?

Incapazes de objectividade com o 'Eu' como podemos reclamar por equidade?

O Eco existe tão somente quando circunstâncias específicas estão reunidas.

Não quando o consideramos obrigatório.

Mergulhada nesta dúvida, ensaio dar o melhor de mim.

Talvez a vida me seja piedosa e saiba ler os meus pensamentos e desejos.

Muito para além das minhas atitudes que podem ter a melhor das intenções, porém imbuídas de interpretações várias.

Afinal o subjectivismo reina e não o conseguimos despir.

Sou humana imperfeita, inábil neste Dar e Receber maquinal.

É NATAL ! É NATAL . . .

A querida Anita promoveu um Troca de Miminhos Blogosférica conforme selo aqui na barra lateral.

Acabei de receber este calendário muito original da querida Pepper.

Que lindo presente!

Obrigado à promotora e à benfeitora.

É realmente especial.

***************************************************

Como é Natal, participei, igualmente, na Árvore de Natal da Blogosfera, com o respetivo selo na barra já referida.

E em época de crise 'choveram' prendinhas e carinhos na minha caixa de correio.

Pois! O Pai Natal já não desce a chaminé. Diz que que lhe doem as costas...

Recebi este original colar feito com linhas mágicas conforme afirma a Gata Valquíria, sua autora.

É uma fofura!

Aqui ficam as fotografias dos presentes:

Sinto-me uma criança de olhos arregalados e brilhantes.

Que dizer de tanto mimo?

O meu Natal tem outro sabor com estas trocas blogosféricas.

Muito obrigada a todas as envolvidas.

Um FELIZ NATAL para todos!

Adoro-vos...Muito !

Apetites . . .

Hoje apetece-me algo.

Como ainda há uns dias também mo apetecia, até soa estranho.

Não desconfiem.

São desejos naturais e alimentares.

Um singelo Fondue de Chocolate.

Contém dois dos alimentos que mais gosto:

- Chocolate

- Fruta.

Huuummm !!!

Contudo, depois de ler este senhor:

fiquei sem apetite.

Parece que transformámos o Mundo e está como se vê, por causa dos nossos vorazes apetites.

Vou atá ali trincar uma maçã e esquecer que tenho vontades.

O Universo agradece.

Sol e Lua

Sou Sol dourado pela incandescência do teu olhar.

És Lua sedenta da minha luz.

Nesta premência ambivalente,
 
o Universo tem significação matemática.

Leis imutáveis nos governam, regendo os atómos.

Sou Sol, estrela do teu brilho.

És Lua, satélite de mim.

E nesta dança de sombras  e cores somos Um.

Em união astronómica confundimo-nos na dissipação do espaço interestelar.

Num qualquer Buraco Negro.

Negro Profundo ( 26 )

Por sua iniciativa Luís dirige-se ao acampamento que conhecia desde que se lembrava. Tantas vezes por ali tinha brincado e acompanhado Samara a sua casa.

Procurou Manolo e encontrou-o de negro vestido. Abatido, de barba crescida. O vigor que lhe era peculiar tinha desaparecido. Apenas vislumbrava um idoso, de ombros caídos, de aspeto infeliz.

Reconheceu os sobrinhos de Samara que por ali brincavam e tratavam os seus dentinhos com a tia. Uma vitória da sua amada. Tinha conseguido reconquistar a confiança dos irmãos embora secretamente.

Manolo olhou-o, fazendo um esforço para o reconhecer.

Luís apresentou-se e o pai de Samara depressa o associou às histórias que ouvia à cerca da filha que expulsara havia dez anos.

Amargo, nem deixou que Luís lhe abrisse o coração. Como era próprio da posição de liderança que ocupava tomou a palavra e despediu-o com ' Já sei quem és. Não és bem vindo. Faz a tua vida como quiseres. Nada tenho com isso. Adeus'. Fez-lhe sinal para sair.

Luís ficou em choque.

Aquele dia passou-o nos campos e a pensar.

Ao voltar à Herdade já tinha decidido. Apenas lhe interessava o bem estar de Samara. Não deixaria que o Negro Profundo de costumes intolerantes lhe toldassem a felicidade da união para breve.

Samara esperava-o impaciente. Já era tarde.

Abraçou-a com tamanha força que parecia serem um só.

'Vamos casar daqui a um mês, que te parece?'- pergunta-lhe.

'Vamos! Só tenho de confirmar a disponibilidade de Matilde e dos teus manos'.

E naquela noite estrelada, a Lua recortada  testemunhou a fusão de duas almas que irradiavam Luz capaz de anular qualquer sombra por mais negra que fosse.

Os beijos exalavam doçura capaz de se cheirar em redor. O morno da noite acolhia-os, permitindo-lhes que os seus corpos se entrelaçassem em genuínos movimentos de amor.

Samara encontrara casa, descobrira-se.

E quando se sabe o que se é e o que se tem a Verdade existe e a Paz vem.

(Fim)

Selo Convite à Leitura

A Anita presenteou-me com este mimoso e estimulante selo: De Convite à Leitura.

Obrigada, minha querida!

Regras:
1. Indicar 10 blogues para receberem o selo (é expressamente proibido oferecer a quem quiser levar sem indicar os seus blogs antes)
2. Avisar os blogues escolhidos
3. Colocar a imagem no blogue para apoiar a campanha
4. Pergunta: Qual o livro que indicaria para uma pessoa começar a ler?

Eu recomendaria:

" O Perfume " de Patrick Suskind - Um livro intenso com um filme a ilustrá-lo, um tanto violento.
Escolhi-o pela temática incomum e saber da importância dos cheiros nas nossas existências.

E passo, com sorteio pelo meio - fazer escolhas é, cada vez, mais tarefa impossível- às seguintes amiga(o)s:

- Ovelha
-O Sexo e a Idade
-Opinante
-aNa
-Pretty
-António
-Lilá(s)
-Mona Lisa
-Alegria
-Valsita

E com este selo fica o meu desejo:

Que em 2013:
 'LER' se torne um acto tão natural como beber água, para milhares de pessoas.
Que aprendam o prazer da leitura.



Influências : Eu = Muitas

Há certas constatações que de tão óbvias se  tornam desinteressantes.

É o caso.

A maneira de sermos, de agirmos, até de nos sentirmos está muito relacionada com o ambiente.

E por ambiente não me refiro tão somente à zona geográfica, mas aos grupos (pessoais, familiares, profissionais) onde  nos inserimos, às pessoas que escolhemos para partilhar nossa intimidade, à sociedade em geral e por fim a todos os acontecimentos da vida que nos fazem estremecer de alguma forma.

Dou por mim a pensar, como seria se tivesse atalhado por outro trilho.

Diferente, certamente.

Há uma certa tendência para nos pensarmos com uma individualidade inviolável.

E somos únicos, não dúvido.

Porém, ao escolhermos pessoas, situações, caminhos, também optamos por uma vertente nossa, um 'Eu' entre muitos que residem em cada um de nós.

Acredito que somos capazes de TUDO, mesmo de tudo.

Esta capacidade não depende exclusivamente dos próprios.

Os afetos que nos circundam bem como as próprias pessoas herdadas ou escolhidas  e que partilham a nossa vida têm ascendência com suprema importância, por vezes menosprezada.

Ouvir-se, conhecer-se, estar atento e conseguir 'sair de si' com visão 'periférica' pode ser uma via para nos tornarmos mais amorosos.

E há lá coisa melhor que apaixonarmo-nos por nós para podermos espalhar essa paixão pela vida?

Não devemos deixar-nos enredar pela vida e sermos únicamente o que é suposto, vivendo  e agindo de acordo com os princípios alheios.

Não conseguindo despir a influência inevitável, autenticidade e fidelidade à nossa verdade é imprescindível sob pena de não passarmos de sombras.

Fantasmas de nós próprios.

Podemos ser diferentes, podemos pois!

E melhores, bem melhores!

Basta querermos!

Negro Profundo ( 25 )

Com tanta felicidade e cumplicidades partilhadas, Samara via o término das férias contrariada.

Regressaram a Lisboa para novo ano letivo.

Até à formatura os anos decorriam entre o estudo, o encontro semanal dos cinco amigos e os encontros fortuitos e sempre ansiados pela dupla apaixonada.

Matilde também encontrara namorado entre os colegas de turma e quantas segredos as amigas se divertiram a compartilhar.

A vida é bela! Somente o futuro pela frente e como se apresentava risonho. As jovens sentiam-se amadas, desejadas e só queriam finalizar os respetivos cursos para poderem voltar às Mimosas exercendo a profissão que as apaixonava e poderem ser únicamente felizes.

E o tempo cumpriu a sua missão.

Já formadas, Samara instalou consultório na cidade perto da Herdade. Luís não teve dificuldades e os animais da região passaram a ser alvo dos seus cuidados especializados. Tinha nascido para viver rodeado da natureza. Poder cuidar e tratar faziam-no feliz.

Matilde optara pela investigação e, com pena dos pais, dividia-se entre os laboratórios de Lisboa e muitos outros ao redor do Mundo.

No dia em que completava vinte e seis anos, a animação era geral. Samara era o centro das atenções e Luís rodeava-a com uma inquietação inabitual.

Vários presentes, os amigos em festa animada.

Que mais podia desejar? Tinha tudo.

Depois de ter soprado as velas, os copos ergueram-se e Luís solicita silêncio.

Um pouco a medo e de voz embargada declara ' Meus amigos! Minha doce querida Samara! Para além de te desejar e querer brindar ao teu aniversário quero pedir que passes todos os aniversários na minha companhia. Queres casar comigo?'

Lágrimas de alegria e de emoção alagaram os olhos dos familiares e amigos.

Samara lança-se-lhe ao pescoço e repete: 'Sim! Sim! Claro que quero...'

Entre palmas e abraços, Luís dirige-se ao srº Teles pedindo-lhe a confirmação do seu acordo naquele compromisso sério.

Teles abraça-o e só diz: 'Hoje estou duplamente feliz. Dois filhos se casam. No entanto, aconselho-te a ires falar com o idoso Manolo. É uma questão de respeito. Agora vai celebrar com a tua noiva'...e sorri-lhe de forma marota e paternal.

(continua)

Tomara . . .

"Tomara

Que você volte depressa

Que você não se despeça

Nunca mais do meu carinho

E chore, se arrependa

E pense muito

Que é melhor se sofrer junto

Que viver feliz sozinho

Tomara

Que a tristeza te convença

Que a saudade não compensa

E que a ausência não dá paz

E o verdadeiro amor de quem se ama

Tece a mesma antiga trama

Que não se desfaz

E a coisa mais divina

Que há no mundo

É viver cada segundo

Como nunca mais..."

Vinícius de Moraes

Negro Profundo ( 24 )

A jovem Samara nunca houvera sentido felicidade tão completa. Os mimos constantes do namorado e a atenção dos amigos e familiares adotados deixavam-na rendida.

Era feliz! Tão pura e simplesmente Feliz!

Bem! Lá no fundo só desejava poder compartilhar a sua alegria com a mãe ausente. Mas, talvez ela não concordasse tal como acontecia com Manolo. Já lhe houvera chegado aos ouvidos do descontentamento de seu pai. Nada que não previsse.

Aquele amor assumido fora do seu povo era considerado traição e sabia que havia dado o golpe final a uma possivel reconciliação com a sua família biológica.

Não que ela não o desejasse, mas porque eram assim os costumes e Samara teria de se acostumar ao 'para sempre' do assunto.

Uma luz radiosa, o seu amor inteiramente correspondido, assombrada por aquele negro tão sombrio e profundo da intolerância.

Por agora as férias decorriam doces, ternas e aprazíveis como nunca tinha sonhado, sequer.

Luís rodeava-a de atenções e todos os dias a surpreendia.

Era uma flor que a encantava, um passeio por recantos desconhecidos, um piqunique surpresa.

E no meio de tanto encontro, o tempo parecia sempre pouco.

Os amigos entenderam a necessidade de os sózinhos e davam-lhe privacidade embora tivessem saudades do grupo 'Os Cinco das Mimosas'. Tempos pueris aqueles.

O casal amoroso aproveitou aquelas férias para se descobrirem. E tanta exploração efetuada.

Passaram a conhecer o corpo do outro  melhor que o próprio.

Adivinhavam desejos, quereres, procurando-se incessantemente.

Até parecia desmesurado aos olhos dos mais velhos a paixão arrebatada.

O sonho acordado de Luís passou a ser Samara e este o alvo de tanto que tinha para dar e que fora obrigada a conter.

(continua)

Passeio Secreto !

Amanhece...

O Ocaso  ainda se faz presente

nos meus olhos.

Tempo que se perde no tempo.

Busco-te...

Abandonada na demanda.

Em direção desorientada.

Sem me importar.

A certeza do encontro fortalece-me.

Procuro-te...

no perfume da brisa,

na mansidão das águas,

no orvalho que cintila,

nas folhas esvoaçantes,

no colorido do meu chamamento.

Sondo o Universo.

Pressinto a tua presença.

Pacificado compasso, de esperança tecido.

Aguardas-me...

no abraço da atmosfera,

na Lua que me acompanha,

no pio da ave,

no Sol que desperta,

na acalorada caverna

onde te escondes.

Em segredo!

Negro Profundo ( 23 )

De mãos dadas correm em direção à casa grande.

Na mesa já se encontra toda a família. Ao verem os cabelos desgrenhados e os rostos resplandecentes não houve dúvidas. O Amor era material. Podia-se palpar.

Matilde levanta-se e abraça a irmã/amiga dizendo que já sabia e estava muito feliz por ela.

O Srº Teles tentado pôr um pouco de decoro na situação tosse e o silêncio reinou por segundos.

'Afinal que se passa?' pergunta o pai epesar de adivinhar a resposta.

Luís corou ao cair na realidade. Tomou a dianteira e diante de todos declara: 'Srº Teles, estamos apaixonados. Amo Samara. Dá-me a sua permissão para...para... (e as palavras fugiam-lhe) namorar?'.

Não resistindo Teles dá uma garagalhada bem sonora, ao seu jeito de homem prático e acalma-o. 'Vem cá Luís e tu também Samara. É com enorme felicidade que vos vejo tão próximos. Claro que têm a minha benção. Agora sentem-se e vamos almoçar que estou faminto'.

O burburinho instala-se e a desordem imperou naquele animado almoço. Matilde beliscava a amiga querendo saber todos os detalhes. Os irmãos de Luís, que também se encontravam à mesa, olhavam incrédulos o irmão que sempre tinha sido considerado o rapaz das nuvens, o sonhador. Parece que tinha descido à Terra, disso não tinham dúvidas.

Luís e Samara trocavam olhares cúmplices.

Aquelas férias prometiam...

Após a refeição 'as crianças' juntaram-se para inquirir o recém casal, ou parzinho de namorados como já os batizara o pequeno António. Bem, pequeno ele não era. Homem já feito, mas visto ser o mais novo assim o tratavam carinhosamente.

Samara não largava a mão de Luís e este não se cansava de lhe dispensar atenção ora acariciando-lhe o cabelo ora depositando-lhe pequenos beijos onde podia e conseguia.

(continua)

Dar e Receber !

"Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte."

Autor desconhecido

A dinâmica do Dar e Receber já me trouxe AQUI, nos primórdios desta minha aventura virtual.

Em época propícia às oferendas nada como repensar estes verbos tão comuns.

Conjugar o 'Dar' é próprio de pessoas generosas, que têm algo sempre disponível para os outros.

É bom Dar. Eu gosto.

Mas, também pode ser camuflagem de egoísmo. Pode existir um certo sentimento de superioridade nesta dádiva.

Por outro lado, o 'Receber' de forma autêntica o 'Saber Receber' não é para todos.

Claro que todos gostamos de receber, quem não gosta?

Nem vou entrar pelo caminho do 'Pedir' e muito menos do 'Pedinchar'.

E este tal equilíbrio de que fala o ilustre desconhecido é um lugar de difícil acesso.

Se queres receber, deves primeiro dar: eis o início da inteligência.

Textos Taoístas

Esta troca constante faz parte de nós. Reside no coração, na mente, no espiríto, na alma e até no corpo.

Existem os presentes materiais e os que procedem do mundo dos afetos.

Satisfeitas as necessidades básicas, grito para o mundo a minha preferência pelas ofertas e embrulhos de emoções e sentimentos.

Vivemos em era consumista, do material, do descartável e somos bombardeados, constantemente, com estas vontades de ter sempre algo que nos faz  uma falta 'desgraçada'.

Por vezes deixamo-nos levar.

Não paramos a escutar-nos e ouvir o que realmente queremos ou temos para 'Dar'.

Tampouco sabemos 'Receber' ou não lhe damos a importância devida.

Este acolhimento necessário envolve uma recetividade que nos desarma, nos expõe. Ficando vulneráveis, somos presa fácil aos abrutes da vida que nunca desistem.

Compreende-se.

Dar e Receber pode ser extremamente confuso e envolver sinais enganadores.

" Nascer é receber de presente o mundo inteiro "

Jostein Gaarder

E mal damos sinal de vida começamos logo a receber. Recebemos muito antes de saber Dar. Com o tempo vem a consciência social e o 'Dar' torna-se sinal de inteligência como sugerem os taoístas.

Seja como for, acredito que são verbos conjugados de forma diferente por cada um de nós, ritmados pelos nossos condicionalismos, vergonhas, limitações e reservas.

Ousemos experienciar 'Dar' e 'Receber' sem preconceitos, de forma despudorada, despojada até.

Darmo-nos até à essência, doar-nos, numa ação de ternura, embrulhados em sorrisos.

Recebermos o outro, deixá-lo entrar em 'nossa casa', deixando-o confortável, convidando-os a fazerem parte de nós agradecendo-lhe.

Sim! Porque 'Dar' e 'Receber' implica um Obrigado que pode ser surdo, mudo.

Fica o meu desejo que, neste Natal, por trás de cada embrulho palpável vislumbrem oferecimentos invisíveis. Recebam-nos com a retribuição do perfume da singela autenticidade, de vós próprios.

O meu obrigado à querida Manuela Barroso pelo tanto que a querida amiga já me deu.

Negro Profundo ( 22 )

Não fossem os braços e as mãos fortes de Luís e Samara desmaiaria mesmo ali. A constatação atordoara-a.

Luís preocupado, pega-lhe ao colo e senta-a no  banquinho debaixo da frondosa tília.

Refeita da certeza que a abalara, sorri-lhe. Afaga-lhe a cara e deixa-se beijar. Luís, em êxtase profundo, não querendo acreditar em tamanha felicidade, prova-lhe os lábios primeiro a medo. Depois, sente a vontade de Matilde e colam as bocas em ternura húmida. Repetem os carinhos  há tanto ansiados.

Em pausa de suspiros Luís atreve-se a declarar o seu amor. Sussura-lhe 'amo-te' ao mesmo tempo que lhe mordisca a orelha. Samara entrega-se e faz dele as suas palavras correspondendo de forma inequívoca.

Entrelaçados dirigem-se à zona favorita de Samara, um camarachão repleto de lindas trapadeiras e pintalgado de cores em flores de variadas formas.

Aproveitam o atapetado relvado e deliciam-se rolando na frescura progredindo em toques cada vez mais ousados e apetecidos.

Beijam-se,  olham-se, sentem-se e respiram-se.

O Mundo parou. Naqueles momentos existia uma entidade constituída por Samara e Luís. Em uníssono. Completa harmonia de corpo e almas.

Entregam-se na totalidade na certeza do seu amor e como culminar de quereres ignorados.

Nem dão pelo tempo.

Ouvem chamá-los.

Voltando à realidade, ajeitam-se sorrindo como crianças marotas e respondem que estão a ir.

 O almoço estava servido.

(continua)

Parabéns !

Mais um ano!

Apesar de considerar que cada dia é tempo acrescido à existência e por isso todos os dias serem aniversários, hoje é data assinalada.

Oxalá seja especial, tal como tu o és.

Tropecei em ti e a minha vida ganhou novo colorido.

Bem Hajas!

Por teres nascido.

Por seres quem és.

Obrigado por me permitires fazer parte da tua vida.

Como não há festa sem bolo, apressa-te e vem soprar as velas.

Aguardo a delicia de chocolate com morangos.

Hummmm!!!

Beijinho com sabor a goluseima !

Parabéns para TI !

Negro Profundo ( 21 )

A casa da herdade encheu-se de alegres sorrisos e esfuziante alegria com o regresso das meninas já mulheres.

Teles e a esposa não ocultavam o contentamento em voltarem à companhia das suas filhas. Claro  que Samara era uma filha, nunca o questionaram a partir do momento em que a acolheram nos seus frágeis dezasseis anos.

Os rapazes Tavares juntavam-se amiúde às raparigas e a algazarra não era passível de ser ignorada.

Samara, mais calma com a ausência de horários, começava a ouvir-se. Tinha adiado a 'arrumação' de sentimentos aguardando a serenidade suficiente para não tropeçar.

A vida tinha-lhe ensinado essa prudência e amadurecera-a talvez demasiado cedo.

Sabia que a família se encontrava acampada no local costumeiro, mas ninguém procurou. Adivinhava a inevitabilidade dos conflitos.

Por seu lado, Luís continuava a sua corte que não a deixava indiferente.

Naquela manhã radiosa, Samara ocupada em mimar a égua que lhe tinha sido ofertada no último Natal sentiu alguém que a agarrou por trás.

Mesmo não  virando a cara, reconheceu, de imediato o seu amigo bem disposto Luís.

O riso contagiante iluminou-lhe o rosto. Virou-se de frente para ele. Não lhe soltando a cintura, olha-a nos olhos  como só os apaixonados entendem. Samara retribui o olhar e naquele momento todas as dúvidas se dissiparam.

Era ele!

Sempre gostara dele e de que forma. Nunca o tinha admitido nem para si própria. 

Naquele instante soube-o duma forma que lhe retirava a força das pernas.

(continua)

Medos . . .

Para além do medo, tenho a quase certeza e isso paraliza!

Porém, continuo a acreditar na essência boa da Humanidade e da nossa imaginação infindável e fértil para encontrar soluções.

A questão é 'precisarmos' de estar na beira do precipicio para nos lembrarmos dessas capacidades.

O Abismo já se avista.

Que não seja tarde demais!

Sporting - Eu sou fã ! (Podem rir à vontade...)

Será por este motivo que o Sporting tem acumulado derrotas?

Está tudo explicado:

A culpa é da relevo do campo!

Nem O Ronaldo ou Messi conseguiriam mrcar um golo, tenho a certeza!

Natal ? Pai Natal ?

O Natal aproxima-se ou nós dele.

Afinal há tantos milhões de pessoas que nem sabem do que se trata.

Mesmo aqueles que o sabem, não ligam 'pevide' ao aniversário em questão.

Chamam-lhe Festa de família, Feriado, tempo de aproveitar umas férias e por aí fora.

Pois bem, tenho vindo a desenvolver uma ideia peregrina, digo eu...

O Pai Natal remonta ao bispo S. Nicolau que gostava de distribuir bens de primeira necessidade aos miseráveis.

Já repararam que temos instinto de solidariedade? Remonta à existência do Homem.

Voltando ao Pai Natal, foi evoluindo na história e com os cartoons do sec.XIX tornou-se mais conhecido, tornando-se definitivo o seu aspecto atual com a campanha da Coca-Cola na década de 30 do século passado.

As pessoas não bebiam refrigerantes no inverno, pelo menos tanto como eles gostariam e o idoso veio dar um impulso ao negócio.

Se dependessem de mim estariam falidos, mas devo ser das únicas que não aprecia o famoso xarope/tónico.

Nos nossos dias e com o advento do consumismo, não se imagina Natal sem tal figura (pelo menos em países ocidentalizados).

E como o consumo implica gastar dinheiro , que fazer em época de crise?

Desistimos do Pai Natal?

Continuamos a engordar a sua já redonda barriga?

Retornando à minha ideia peregrina:

Tal como o Papa veio retirar os animaizinhos do presépio, sugiro a extinção do feriado do Natal a 25 de dezembro.

Explico: Jesus não nasceu nessa data, é aceite universalmente.

Já que andamos em maré de austeridade e contenção, para além de eliminação de feriados históricos e religiosos, porque não acabar com este?

Ou isto não passa de simbolismo e vem reforçar a minha tese ou então a hipocrisia instalou-se, sem vergonhas.

P.S. Antes que me crucifiquem, fiquem a saber que sempre foi das minhas festas favoritas, mas este ano algo mudou. Gostava de saber o quê.

Da net !

É do senso comum que a Internet alterou hábitos, revolucionou vidas, mentalidades, comportamentos e princípios sociais.

O que seria impensável há escassos anos tornou-se banal e previsível.

Esta amálgama de informação, comunicação e facilitismo em tantas áreas conduziu a zonas onde as fronteiras se tornaram obsoletas.

A Humanidade com os seus poucos milhares de anos tornou-se num  grande povoado.

Embora ainda haja uma fatia da população mundial que não faz ideia do que é a Web a verdade é que o Mundo nunca mais será o mesmo.

Uma das questões desta Era é conseguir destrinçar  entre o que deixámos de considerar como correto e o que passámos a aceitar naturalmente por causa da Net.

Em época de individualismo, estamos cada vez mais parecidos.

E embora a tolerância devesse imperar, os preconceitos e discriminação aumentam de tamanho todos os dias.

Contrastes que conduzem à reflexão.

Afinal, o que é normal?

Onde pára a autenticidade?

Que cultura é esta?

Será que sou a única 'perdida'?

Apetece-me . . .

Apetece-me algo doce...

Pode estar coberto de chocolate,

ser recheado ou simplesmente apetitoso.
Desejo trincar goluseima irressistível.
Mordiscar petisco, manjar dos deuses.
Apetece-me doçura...
Lambiscar pele perfumada,
húmida, de suor, de ternura aromatizada.
Apeteces-me...
meigo rebuçado, néctar fatal,
perfume de meu jardim.
Apetece-me provar...
delícia excelsa servida sem rodeios.
Quero saciar desejo despropositado,
aplacar fúria  dos sentidos
Apetece-me algo doce...

Semear...sem pressa!

"Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje."

Provérbio Chinês

"Não tenhamos pressa,
mas não percamos tempo."

José saramago

Perdida !

Estonteada.

Envolvida pela brisa perco o norte.

O mar chama-me em ondas de maresia.

Confusa, perco-me em louco abandono.

A sensatez foge-me.

Sou palavra ausente dos teus versos.

Grito silencioso em oceano repleto de melodias de ti.

Acepção sem significado.

Ave sem poiso.

Rima inútil no teu soneto de amor.

Hora supérflua na maré constante.

O meu ser está do avesso e com ele estou...Perdida!

Prazo de Validade

O prazo de validade é coisa recente!

Os mais novos não pensem que existe desde sempre tal como a net e coisas similares.

Dantes, assumia-se que  as coisas se estragavam e os sentidos ajudavam a detetar alguma deterioração. Quase parecia que tudo duraria para sempre.

Ou, pelo menos, fazia-se de conta que era o percurso 'normal'.

A todos os níveis, partia-se do princípio de que as coisas se gastavam até ao fim. E este fim era um processo a que nos habituávamos.

Como tudo muda, surgiu o fascinante conceito do 'prazo de validade'.

Como todos sabem, os produtos, os serviços, os costumes e até, as pessoas têm prazos de validade.

De prazo curto, como os iogurte, até mais dilatados como os dos carros, dos cursos superiores, por exemplo.

Tudo tem o seu tempo e fruto de modas mais ou menos massificadas.

Veja-se o exemplo do 'jogging', casar, ter filhos, amamentar, ser virgem, os sapatos, eu sei lá...o que imaginarem.

No panorama humano as coisas não são muito diferentes.

Tempo para ser criança, para ser adulto e todas as outras fases em que teimamos emprateleirar-nos.

Temos de estar atentos porque podemos passar à fase seguinte e se os estereótipos não se cumprirem podemos ser penalizados (socialmente e não só). Perdemos a validade e fica-se desadequado ou imprestável.

Como o tempo é impiedoso, os tempos são curtos e se hoje já podemos votar, amanhã seremos velhos para mudar (ou arranjar) de emprego.

No meio  desta emaranhado de datas e prazos que se esgotam e caducam num piscar de olhos, estão as relações amorosas.
Estas também vivem marcadas pelo efémero.

Ninguém espera ter uma relação para sempre, um marido, um filho, um amigo para sempre. Sabe-se de, forma intuitiva, que as coisas duram o que duram.

Então o amor gasta-se, o divórcio acontece, o filho antipático e ingrato encaminha-se  para o outro progenitor ou familiar e se os amigos deixarem de ser divertidos arranjam-se outros.

Não vale a pena discutir muito, continuar amante de velharias e sentimentos ultrapassados.

Eu remo contra esta maré.

Sou dinossauro.

Acredito que os prazos de validade só fazem sentido nos produtos alimentares e medicamentos.

Apesar da ideia generalizada de que as coisas se gastam depressa e desta forma, é dispensável o esforço para que seja doutra forma, eu acredito que as pessoas não possuem prazo de validade e muito menos os afetos.

As pessoas mudam, os sentimentos alteram-se, a vida é uma constante mudança!

Mas, sem prazos de validade, por favor!