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sábado, 31 de agosto de 2013

Relacionamento . . . s . . .



Uma relação pode ser tanta coisa como, por exemplo, nas defnições dadas por dicionários:

"Afinidade, analogia, conexão, conformidade, parentesco, tendência, amizade, afeição, afeto, amor, apego, benevolência, confiança, dedicação, estima, incliriação, intimidade, ligação, simpatia, correlação, homologia, identidade, parentesco, paridade, semelhança, similitude, . . ."

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Na nossa impossibilidade de existir sem vínculos com outros seres, eis-nos em permanentes relacionamentos.
Sejam eles de cariz íntimo ou à distância.  
O facto de sabermos da existência de outro que não nos deixa indeferente . . .  implica uma relação . . . mesmo que não recomendável.


Apesar do nosso cariz social, a educação, a experiência e a auto-preservação recomendam-nos relacionamentos a evitar.
Males a evitar . . .  nem sempre afastados.
Podem não depender inteiramente de nós ou simplesmente, a vulnerabilidade pode ter tomado conta da nossa vontade e, porventura, do nosso ser.


Em última instância a opção é (quase) sempre exclusiamente pessoal, tão nossa.
Daí a importância vital do conhecimento interior, do 'nós'.
Para nos amarmos e podermos defendermo-nos . . . até do próprio 'Eu'.

Pois . . . é que podemos ser o nosso pior inimigo.
E o relacionamento primordial é connosco.

Os outros virão sempre depois !

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Fórmula Química do Amor .



Dissolves moles de paixão em solução aquosa.

Concentras-te na diluição saturada de beijos gasosos.

Somos Química reactiva no encontro pipetado.

Mudas de cor, entras em efervescência.

Sacias o teu soluto em solvente meu, de cálculo desequilibrado.

Excedes-te na massa, encontrando-me proporcionalidade.

Preparemos experiências com os elementos químicos que nos são constituintes.

Abusemos dos Hidrocarbonetos.

Que a tabela Periódica seja o nosso KamaSutra.

Ousemos inventar nova Fórmula do Amor !


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Feminismo


" * Movimento de mulheres em torno dos problemas específicos de sua condição com o objetivo de eliminar as barreiras da discriminação a que estão sujeitas.

   * 1. Doutrina cujos preceitos indicam e defendem a igualdade de direitos entre mulheres e homens.
      2. Movimento que combate a desigualdade de direitos entre mulheres e homens. 
     3. Ideologia que defende a igualdade, em todos os aspectos (social, político, econômico), entre homens e mulheres.
(Etm. do francês: féminisme)."
In www.dicionarioinformal.com


Sendo o feminismo um movimento social, politico e filosófico tem história mais ou menos conhecida por todos/as.
A Fisiologia e a maternidade mantiveram a mulher durante séculos afastada da governação do mundo.
Nos últimos séculos com a revolução Francesa e as questões da Igualdade, as massas femininas vieram reivindicar direitos inexistentes.


Eu sou contra qualquer tipo de discriminação.
Afligem-me guerras e revoluções por motivos religiosos ou meramente ideológicos onde asmulheres estão sempre, obrigatóriamente, envolvidas.

Seja como for, os sexos são diferentes, não há volta a dar. 
Contudo, a diferença não implica patamares em níveis de superioridade ou de inferioridade.

A cultura e a sociedade encarregam-se de distribuir os papéis convenientemente aceites.
As leis são um exemplo e basta ver como divergem de país para país ou entre regiões.


Com o caminho percorrido, pelo menos na cultura ocidental, já devia ser tema ultrapassado.
Porém, questões como o aborto, as quotas, a violência doméstica mostram que o feminismo veio para ficar.

Será?


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pesadelo


Em sonos assombrados 
o despertar era-lhe interdito.

Mergulhado em pântanos oníricos
fantasmas arrastavam-no 
em territórios tortuosos.

Puxado para pronfundezas sombrias
a resistência doía-lhe.

De consciência limitada,
incapaz de defesa,
gritou em pesadelos asfixiantes.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Patricia - ( 2 )


O magnetismo do olhar foi quebrado pelo empregado que cumpria a tarefa de distribuir os pedidos ordeiramente.
A conversa animada das amigas trouxe Patricia à realidade. Falava-se um pouco de tudo: compras, maquilhagem, projetos, ex-namorados e affairs, mas acima de tudo permitiam-se à diversão. 
A proteção do grupo desinibia em boa disposição.
Patty, sem planos para aquela temporada de lazer, ouvia, distraidamente, as viagens de data marcada ansiadas e programadas ao pormenor.
Entre risos, diálogos cruzados e garfadas no peixe grelhado olhou o veleiro. O homem que  vira anteriormente am azáfama encontrava-se em pleno duche ao ar livre. Parecia apressado. Desapareceu na cabine.
A sobremesa gelada causava-lhe calafrios saborosos. Entre olhares ao cair da noite, reparou em algo branco que se movimentava onde observara a embarcação de há pouco. Arregalando os olhos, habituou-se à luminosidade externa e reconheceu-o.
Sim!
Era o mesmo homem tisnado pelo Sol que agora envergava uma camisa por abotoar e esvoaçava na brisa marítima. O cabelo aprisionado em penteado para trás, revelavam um rosto anguloso. Apesar da distância Patricia podia apostar que as calças fluidas seriam de linho, igualmente branco.
Um contraste enorme que a deixara surpresa.
Entre a divisão da conta e idas ao WC para  retocarem a maquilhagem, a saída acabou por saber muito bem. 
A temperatura mais amena e o cheiro do mar ajudavam na digestão que acusava rotinas de trabalho. 
Sentia-se um pouco cansada, afinal trabalhara o dia inteiro. Não tinha hábitos de notivaga. Sempre que precisara de fazer horas extras, preferia a madrugada, o amanhecer. 
Como o nascer do Sol lhe era agradável!
Como a música do bar já se ouvia, apressaram o passo. Nessa noite, haveria um concurso de dança e algumas amigas treinavam há algumas semanas para o evento. 
A banda tocava uma balada que se ajustava ao ritmo dos barcos próxmos e dos pares que passeavam.
Patricia sente um ligeiro toque no braço. Vira-se e o homem do veleiro sorria-lhe.
Estava certa. Os olhos não podiam ser mais azuis e como ficavam bem com a sua pele morena e vestes brancas. Um bon vivant, pensou.
'Desculpe a ousadia. Destacou-se na mesa do restaurante. Tinha de vir conhecê-la' - disse-lhe com desenvoltura. - 'Perdão . . . sou o Miguel, posso saber o seu nome?'

(continua)

domingo, 25 de agosto de 2013

A que sabes ?



A Que Sabes Tu?

A olhar guloso observando para lá da realidade.

A almoço a dois de menu compartilhado.

A palavras disfarçadas de sensatez.

A pele macia que provoca arrepios.

A palmadas amorosas no calor da paixão.

A beijos de língua curiosa.

A fluidos só meus, presentes teus.

Ao vigor da tua masculinidade em minhas mãos.

A explorações prazenteiras do proibido.

A silêncios sussurrados em gemidos incontroláveis.

A mãos entrelaçadas em cumplicidades descomprometidas.

Ao agarrar-me em desfalecimentos de êxtase.

A voz que tranquiliza no rebuliço do trivial.

A corpo que toma vida no querer.

A ternura do abraço no cansaço do amor.

A saliva que reveste montes e vales.

A ousadia que me diverte e ensina.

A carinho mascarado de fantasias eróticas.

A desejos sem prazo.


Do Ser



"Quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa pra esconder."
 Renato Russo

sábado, 24 de agosto de 2013

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Da Perfeição



Sinto-me aliviada em perceber que a perfeição é utópica.

Como seria o mundo perfeito?

Um grande árido deserto de aborrecimento, quase na certa.


Depois o Amor tem de estar sempre presente, mesmo em coisas (im)perfeitas.

A sabedoria é alvo a atingir. 

Se para tal tivermos de vestir a Loucura . . .

. . . Sejamos Loucos na entrega às insanidades amorosas!


E para contrariar temos os abstémios.

A perfeição nada tem a ver com sentimentos românticos.

Dispenso pensamentos tão cinzentos.

Quero uma vida colorida, onde:



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Pela madrugada!



A aurora despertou húmida.
No amanhecer nublado arrepiou-se alma e corpo.
A fresquidão fora do tempo orvalhou lá fora.
No desassossego inesperado procurei fonte de calor.
Por entre lençóis em desalinho, roçei nas tuas pernas.
Mornas, abandonadas ao sono que te abraçava.
Suavemente, aproximei-me sentindo o teu agasalho.
Aninhei-me saboreando a serenidade velada do exterior.
Na paz da tua silhueta encaixada em mim, aguardei.
Por entre visitas a sonhos inonscientes acordaste-me.
Com beijos que me eriçaram poros e desejos.
Quase como a madrugada.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Erotismo na praia.



Num rasgo de luz eis que apareces.
Dormitava e a claridade quase me cegou.
Palpei dentro do saco e os óculos polarizados salvaram-me.
A nitidez perfeita da tua desenvoltura desconcertou-me.
Sem sinais de humidade na tua pele morena, 
do mar não emergiste.
Na praia semi deserta e de acesso único, 
pergunto-me como não te vi chegar.
Questões desinteressantes.
De momento, o meu olhar prendia-se ao teu desembaraço no areal.
Parecias fazer parte da paisagem natural.
Despretensiosamente, 
aportaste no teu pedaço de toalha e espalhaste o protetor.
Rumaste ao mar alheio aos poucos,
 mas ávidos olhares que se te colavam.
Brincaste nas ondas salgadas qual sereia no masculino.
Já dormente da posição lembrei-me de mim.
Olha se estivesse a ser observada.
Que figurinha !
Transpirada pela exposição prolongada ao Sol procurei a fresquidão que me chamava.
Entre mergulhos fui presenteada com '-a água está ótima!'.
Morri, fui ao céu e engoli uns pirolitos na distração.
O deus caído do céu azul falou-me e os seus olhos condiziam com o mar . . .

Uma gaivota debicava a sandes endurecida no esquecimento provocado pelo cansaço que me adormecera.
Teria  sido sonho ou Sol  em demasia?
Talvez mera realidade!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Meu bem . . . ?



Sou prisioneira embargada em tímidas correntes.
Com tempo
desenho uma janela no cárcere clandestino.
Pela fresta, o exterior acena-me.

Privada do meu bem precioso,
isolo a chave-mestra,
de acesso exclusivo.

Venço a indolência insinuante
e descerro a fechadura.

Percorro caminhos forasteiros,
não encontrando casa.

No desalento do acaso 
pergunto-me se a chave não terá sido prisão maior (?).

Perdida em anarquia instalada,
inútil o chaveiro em demanda esquiva.

Meu bem . . . onde estás?



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Presa na Caixa !



Se abrir a minha caixa de confissões, 
ouvirás?

Quero denunciar o meu medo,
declarar-me perdida.

Expôr meus segredos.
Saberás decifrá-los?

E se me esvaziar nesta revelação,
saberás encontrar-me?

Aceito destrancar fragilidades,
vulnerabilidades escondidas.

Sou invísível, 
no tempo sobrevivente
a lágrimas secas,
 no vento indiferente.

Tenho medo!

Tremo nos sorrisos perfumados,
receio ternuras adocicadas em mel de prazer.

Alenta-me em resposta que anseio.

Ouvirás?


domingo, 18 de agosto de 2013

Escrevo . . .


Soltam-se lamentos,
agitam-se desejos.

Tomam forma as palavras
que abrem espaço na minha escrita.

Instalam-se letras,
chegam pontuações e acentos.

Deixando as emoções fluirem
em alegre orgia, formo frases.

Chegando a pressa de viver,
desatino neste poema em construção.

Sinto o teu deslizar macio 
em cada sílaba, desejo de mundo.

Inventando urgências,
és sombra inspiração.

Em provocação terna
escrevo o quanto gosto de ti.




sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Praiando . . . com as gaivotas.

Foto by Pérola

Em bando dançam ao sabor das ondas.
São pintura, colorida, em movimento.
Ávida da sua liberdade prosto-me imóvel.
Quedo-me com ganas de pertencer à tribo.
Na azáfama da pesca em voo picado iniciam os juvenis.
São família aguerrida, protetora, violenta, até.
Invejo-lhes o voo, a plenitude na maresia.
Fico-me pelo sabor salgado que me veste e que não me canso de provar.
E, tal como as gaivotas, repouso, desfrutando a praia.

Foto by Pérola



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Cobiço-te . . .



Cobiço-te o ímpeto inesperado
de apetites gulosos.

Cobiço-te as ondulações gemidas
do corpo firme que serpenteia.

Cobiço-te a atrevida exploração
em contornos meus.

Cobiço-te os beijos incontáveis
de boca sofrêga em humidade saborosa.

Cobiço-te os músculos endurecidos
em tensão de desejos inatos.

Cobiço-te a pele suada
de tapete orvalhado de mim.

Cobiço-te a antecipação indisfarçável
nos teus olhos provocadoramente bailarinos.

Cobiço-te as ausências adivinhadas,
presentes orgásticos e sonhos desregradamente ousados.

Cobiço-te os estremecimentos de amor
em rituais sem tempo.

Cobiço-te o vulcão saciado
em erupção de prazer desmesurado.

Cobiço-te . . . porque me apeteces !



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

( Sem) Tempestade



Respirei a humidade da chuva limpa
em compassos involuntários.

Senti a voz do vento 
anunciando nova aurora.

Teci esperanças
em olhares sem destino.

Deixei a tempestade passar
dissipada por rasgos de vontade.

Abri uma estrada
abrigada em árvore enraízada.

Esperei pelo Sol abrasador
como o teu corpo que me aquece.

Pensei na névoa que descerra
nuvens e humores.

Soube esperar-te nos desalinhos.

Na certeza da acalmia, 
foste tu força inspiradora,
fortaleza à prova de ciclones.

Abri o coração ainda húmido da borrasca
e aguardo-te,
qual abrigo amoroso,
porto seguro na aurora que desponta.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Onde ? (na Arrábida)

Foto By Pérola

Onde a Serra escorrega para o oceano.
Local de contraditórios encontros.
Água e Rocha.
Serrania e pulsar marítimo.

Eu sou a gota brincalhona,
beijada pelo sol,
abraçada no mar com sabor.

Onde a felicidade me acaricia,
desejando morrer devagarinho
escoando-me na  fusão com a natureza.

Sítio abrigado,
 com cheiro de casa,
maresia rochosa, 
salpicado de algas.

Oh Mar!
Deixa-me ser tua.
Leva-me com as pegadas na areia.

Maré, ondulante,
sedutora me leva ao colo.

Apaga os salpicos de mim, 
consome-me por inteira
em trago salgado.




segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Patrícia - (1)

Agastada pela insistência das amigas, arranjava-se. Deixara o dia de trabalho, camuflado de Bytes, no seu computador dedicadamente arrumado na pequena sala onde improvisara o escritório. 
Patrícia, jovem mulher , ambiciosa profissionalmente, dispensava bem as férias impostas por lei e pela empresa.
Naquela dia, não teve hipótese de recusar o convite para uma 'noitada de mulheres', como lhe chamavam as amigas menos comprometidas. 'Seria um belo inicio de férias', asseguravam-lhe. 
Patty, carinhosamente assim chamada pelos mais íntimos, pensava no que poderia adiantar no trabalho que a esperava após o intervalo forçado.
Um pouco desajeitadamente esforçava-se em seguir as 'dicas' do mulherio. 
Escolhera um vestido vermelho, saído diretamente do saco da marca, guardado há anos. Nunca tivera oportunidade de o usar. Dera-lhe um jeito com o ferro e depois de vestido permitiu-se admirar o reflexo do espelho. A cor assentava harmoniosamente na sua tez de cigana. Escureceu os cílios e 'abusou' nos lábios vermelhos. 
Quase não se reconhecia. 
A roupa de executiva e tons neutros não a favoreciam enquanto mulher.
'Talvez nem fossa má ideia sair, mudar de ambiente', pensou.
Tocaram duas vezes com intermitências combinadas. Chegara a altura de descer e juntar-se ao grupo.
Foi alvo de elogios vários das colegas e sorriu com vontade.
O entardecer convidava a um aperitivo. Escolheram uma esplanada onde a roupa dos clientes era reduzida. 
Afinal estavam à beira-mar. 
Com a noite a cobrir o mar de prata decidiram-se por um restaurante de peixe. Suficientemente perto para gozarem no passeio da brisa marítima e não magoarem os pés com os sapatos que a ocasião exigia.
Como a mesa estava reservada, o local não podia ser melhor. Patricia ficou junto à janela, a poucos metros da marina onde iates de tamanhos vários balançavam no lago calmo.
As entradas leves, salpicadas de marisco abriram-lhe o apetite. 
Olhando o branco, salpicado pelo azul e vermelho, da maioria das embarcações, deteve-se num veleiro em madeira. 
Simplesmente lindo!
Como deveria ser maravilhoso navegar perto da costa e ir parando em portos por explorar.
Ao beberricar o seu Martini seco repara num homem bastante bronzeado que parecia ocupado na manutenção. De tronco nu e esforçndo-se afincadamente,
Sem esperar, este olha-a e fixa-lhe os olhos brilhantes, destacando-se do resto da cor do seu corpo tostado pelo sol. Seriam verdes, na certa, quase apostando consigo.
A observação retribuída deixou Patricia suspensa no tempo. Era-lhe como um íman, impossível de resistir.

(continua)


domingo, 11 de agosto de 2013

Procura-se . . .



Apetecimentos meus:

Refúgio acolhedor,
almofada de penas,
onde possa repousar.

Simplesmente fazer uma pausa,
abandonar-me em brisas acariciadoras.

Fluir em atmosferas despoluídas,
voar com gravidade zero
e perder pesos asfixiantes.

Vales frescos beijados pelo mar ondulante
em cheiros a maresias de pele.

Amor embrulhado 
na ternura de afetos genuínos.

A paz dispersa na unicidade balsâmica.

Embrenhar-me na graça da história cósmica.

Ser pó de estrela rasgando o céu sombrio.

Loucura atrevida,
a ser degustada a gosto,
no apetecimento sem horas.

Procura-se . . .
Mãos abertas em corpo nu,
harmonia farta em copiosos estremecimentos.



sábado, 10 de agosto de 2013

Sem Pudor




Despudoradamente Sou:

palavra obscena em livro sagrado;

cena pornográfica em filme de vergonhas;

manteiga escorrida na gula do pão acabado de cozer;

hormona perfumada na hipnose animal;

nudez apetecida em mundos vestidos;

mão atrevida em explorações virgens;

boca desenfreada na busca de ti;

corpo alimentando-se no limbo da desejo faminto;

língua universal em viagem transcontinental;

brincadeira ousada em manipulações eróticas;

tempestade húmida em tempo seco;

curva tentadora em planos geométricos.

Tão somente eu, sem convenções no politicamente correto.

Onda em vaga de prazer desprovida de marés.

Lua escura no esconderijo do querer, sem pudor !



sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sereia



Sereia de curvas violentas,
pela necessidade do Ser.

Pele coberta na alvura de sonho.

Mente fantasiosa, grávida de tantas vontades.

Habita húmidos desejos,
urgentes ao existir.

Enrola-se em vestes de algas,
sentires suaves em prazer único.

Balança-se no movimento de procura.

Busca parceiro de espécie,
na imensidão oceânica.

Mulher especial
na incompreensão da maresia desvairada.

Pedaço peculiar de humanidade feminina.

Perde-se nos seus vales,
cansa-se nas suas montanhas.

Simplesmente existe,
na espera da descoberta.



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Pés de Férias . . .

Foto By Pérola

Dei férias aos meus pés.

Os desgraçados carregam-me as penas, as correntes e outros pesos vários.

Libertei-os do aperto escuro das botas.

Descalcei-os de calores desnecessários e ofereci-lhes Luz.

Tudo, mesmo tudo, precisa dumas pausas, de férias.

Mudança de hábitos, rotinas, horários, ambientes.

Despoluir o corriqueiro, desacomodar.

E não é que eles gostaram?


Foto By Pérola


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Às vezes . . .



A vida . . . às vezes dói.

E o ser dorido, por vezes, sangra.

Feridas rasgadas na alma
sem sutura palpável.

Debilidade invasora
companheira de agonias que se sacodem.

Na mágoa escondem-se sorrisos esquecidos,
felicidades fantasmas.

Respira-se, dá-se licença ao tempo.

Intervalos oxigenados de esperanças ocas.

Dói . . . às vezes !



terça-feira, 6 de agosto de 2013

No espelho de água



Na água transparente, 
olhamo-nos em espelho trémulo.

No reflexo transparente, 
desperta o inconsciente curioso.

Na sua margem, 
façamos do verde cama apetecível.

Repousa teu corpo atribulado.

Fecha os olhos e permite-me
testar a suavidade do colchão que és tu.

Entrelaça teus dedos nos meus,
deixa que o espelho seja testemunha dos nossos desejos.

O silêncio da brisa rompe-se nos gemidos doces.

Pelas copas, os raios brincalhões beijam-nos os corpos misturados 
em fusões gulosas.

Sabes a terra e pinheiro em pele que sacia.

Perfumo-me nas papoilas e malmequeres de pólens coloridos.

Enleados na natureza apetitosa quebramos o espelho de água.

Mergulhamos no cristalino liquído
que nos acaricia a carne rejuvenescida,
aprontando-nos para novo espelho de água.

Recomeço apetecido,
fresquidão voluptuosa.



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Conselhos avulsos



"Aceita o conselho dos outros, mas nunca desistas da tua própria opinião." 

William Shakespeare