segunda-feira, 16 de abril de 2018

deixa ...



Deixa-me ir com as ondas,
afundar-me no silêncio
das profundezas,
deixar de sentir.

Solta-me as amarras
deste querer desmesurado,
desta vontade de ti
antes que enlouqueça
na beira-mar
onde te ouço, 
te cheiro,
te adivinho.

Permite-me ser outra qualquer,
aquela 
que desconhece a tua pele,
o teu olhar,
o teu feitiço.

Permite-me fugir de mim
onde te és
na minha essência.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

sem chão


Caminho sobre águas
soltando pegadas
que satisfazem o apetite
calmo do mar.

Passo por aí,
onde o chão se afoga
por entre lamentos 
e regozijos de mim,
frémitos invisíveis
do que fui,
do que quero.

Balanço na viagem,
sem chão,
desse oceano
que quero conhecer,
vagando norteada
pela maresia da névoa
em que te sinto,
onde te busco.

Hesito na falta
de respostas,
na fragilidade deste querer,
sem chão,
tão imenso,
tão extenso
qual umbral flutuante
derramado sobre
a vereda molhada
e fria
onde me encontro.

Esperanço-me no olhar
distante,
para lá de mim,
onde te sonho, 
onde te sei,
onde te amo.

domingo, 1 de abril de 2018

Solta-me!


Solta-me!

Deixa-me gritar ao Mundo

o quanto te quero,

as milhas percorridas
em teu encalço,

o peso de ti
na minha pele,

de que forma 
é o meu amor por ti.

Sim!
Solta-me!

Nem imaginas 
como é tamanha
esta vontade,

ânsias descontroladas,
para lá de fronteiras
de qualquer espécie,

querenças arrumadas 
em minha mente,
em meu coração,
senhoras de senso perdido.

Solta-me e vem!

Para que mais depressa
me possa encontrar
perdida por ti ...
e ...
em ti!