quinta-feira, 31 de maio de 2012

Crónic@s No Feminino ( parte XIII )

De manhã, Madalena acordou, como de costume, com o chilrear alegre de passarinhos que tinha escolhido de entre os múltiplos sons e melodias do seu despertador novo.
Era sexta feira. Apetecia-lhe o fim de semana. Não obstante a surpresa, imprevisível, de véspera, conseguira progredir no trabalho de casa e sentia-se bem disposta.
Enquanto sentia a água morna do duche percorrer-lhe o corpo, transportou-se no tempo. Sem dar conta, encontrava-se a jantar (o primeiro encontro com «S») na companhia do atrevido Santiago. De inicio, tinha aceite a contragosto. 
Não fazia o jeito dela. Sempre fora uma rapariga e uma mulher decidida, sem problemas em usar a palavra 'não'. No entanto, com Santiago balanceou e a indecisão conduziu-a a um 'sim' à proposta de jantar.
Após aquele rendez-vous, muitos outros se lhe seguiram. De conversa fluida e agradável, depressa escorregou para o apaixonar-se, perdidamente, e não viu motivos para contrariar tais sentimentos.
Sentia-se correspondida e sem impedimentos à vista, entregou-se ao amor, sem reservas, em forma de Santiago.
Foram cerca de três anos de namoro, até Santiago lhe propor viver com ele. Mais três anos de vidas partilhadas, em espaço comum.
Madalena era cautelosa e sempre controlara as suas relações amorosas anteriores. Desgostos de amor? Não o tinha permitido.
Com Santiago era diferente. Confiava e doava-se como nunca o fizera. 
Ele era o Homem da vida dela. 
Planeavam a vida em conjunto até Santiago começar a manifestar alguns sinais de irritação por coisas minímas, sem importância. Pelo menos para Madalena, visto do que ele se queixava eram banalidades, meras trivialidades.
O shampoo a arder nos olhos recuperou-a do tempo e trouxe-a para a realidade. Reparou, pelo canto do olho, que já estava atrasada.
Secou rápidamente o cabelo castanho, da cor dos seus olhos, vestiu o conjunto branco de linho, delineou os olhos, engoliu os cereais mais depressa do que gostaria e pôs-se a caminho. O trabalho não podia esperar.
(continua)

Sê bem vindo !

Todos temos amigos! Em maior ou menor número!
Com as suas características únicas, a verdade é que a vida, sem eles, não teria  o mesmo sabor. 
Gostam de nós do nosso jeito ao que retribuímos de forma equivalente, mesmo que desajeitadamente . 
Sempre disponíveis, adivinhando-nos no tom de voz, nas palavras, nos sentires que queremos disfarçar.
Tenho, para mim, que a amizade é uma das mais belas formas de Amor!
A minha breve existência neste mundo virtual já frutificou e deparei-me com pessoas dignas de serem chamadas de amigos (as).
Uma delas é o simpático mfc e o seu Pé de Meia.
Esteve ausente umas semanas. Deixou-me as chaves de casa. Passei por lá, diáriamente. Não foi a mesma coisa. O espaço encontrava-se igual, mas desabitado, senti um vazio.
Já regressou, o querido amigo.
Abro as minhas portas para lhe dar as boas vindas e acolhê-lo.
Vamos celebrar? Quem se junta à festa?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Crónic@s No Feminino ( parte XII )

Madalena respirou fundo. A sua vida  transformara-se. Situava-se na era depois de «S» (ds), como costumava gracejar.  A verdade é que Santiago tinha sido um poderoso marco na sua existência.
O primeiro encontro ocorrera numa exposição de escultura de uma amiga em comum, a Isabel. À primeira impressão nem tinha simpatizado com ele. Economista, conhecido no meio, apresentava como cartão de visita a auto confiança e a desenvoltura, inatas, como viria a confirmar, posteriormente.
Parecera-lhe arrogante,com ares a roçar o presunçoso, até.
No meio dos comentários às peças em exposição, Santiago palrava como peixe na água. Ria sedutoramente, sabia ouvir e sempre de resposta adequada e pronta nos lábios. 
O grupinho de meia dúzia de pessoas, em que se encontravam, estava animado. Madalena notou uns olhares de soslaio de Santiago, no entanto magicava que deviam ser truques da sua fértil imaginação.
Ao fazer tenções de abandonar o evento, Santiago seguiu-a até ao bengaleiro, parando-a com um 'desculpa, será que poderiamos encontrar-nos? Tens um gosto pela arte revelador de muita sensibilidade. Coisa rara  nos dias que correm. Queres jantar? Já se vai fazendo tempo. Isto é se não tiveres outro programa ou se o namorado estiver à espera' - concluia Santiago, sorrindo.
Apanhada de surpresa, Madalena balbuciou um 'Não sei!', desconcertada e incomodada. desagradavam-lhe os convencidos e Santiago parecia-lho.
Estas lembranças perturbavam Madalena que resolveu pôr mãos no trabalho e deixar o caso Santiago para mais tarde. Sem pressas em responder-lhe.
(continua)   

Gostar ?

Como se define o Amor? Como saber se o que sentimos por esta ou aquela pessoa é mesmo amor e não outro qualquer estado intermédio ou subproduto do sentimento em questão?

As pessoas procuram-no como bem de primeira necessidade, é como a água do coração: não podemos viver sem ele.

Somos capazes de atravessar desertos amorosos, de cantis cheios de distrações e paliativos vários como a droga, o álcool, a meditação,o desporto, as viagens, os amigos, até vislumbrarmos um oásis de afecto. É claro que o oásis pode ser uma miragem, mas essa constatação só será feita quando lá se chega.

Há oásis que parecem enormes e se revelam exíguos, outros que pensamos desinteressants e se transformam em lugares bestiais, outros aborrecidos e ainda alguns cheios de desafios e aventuras onde é preciso manter sempre a concentração para vencer obstáculos e passar ao próximo nível.

O amor é um mistério insondável, mas tem os seus sinais inequívocos.

Quem não o mostra é porque não o tem, e se não o tem, não vale a pena fazer omeletas sem ovos.

No amor não há dúvidas quanto à sua natureza.

Quando se gosta de alguém temos sempre rede, não há desculpas, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e de nos encontrarmos no meio da multidão.

Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campainha da porta, lemos sempre a mensagem deixada num qualquer aparelho tecnológico.

Quando se gosta de alguém nada nos impede de estar juntos, nada nem ninguém é mais importante para nós.

Um dos sinais inequívocos do amor é essa terceira identidade, o NÓS, a consciência de que EU e o Outro formam algo que nos diferencia do resto do mundo. E o tempo que temos na nossa vida para NÓS.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Crónic@s No Feminino ( parte XI )

O jantar, tomado no recanto da varanda, era sempre motivo de descontração. Sandra era uma boa amiga, extrovertida, optimista e sempre disponível. Só não tinha tido 'sorte' com os homens. 'Vou tropeçar nele, não te preocupes', costumava parodiar Sandra quando focavam a sua vida amorosa.
Já se fazia tarde e Madalena ainda tinha de agarrar-se ao processo que trouxera para casa, organizando-o para lhe dar adiantamento, avançando o trabalho dos próximos dias.
Após as efusivas despedidas, Madalena voltou ao portátil e releu a mensagem de Santiago. Era uma missiva curta, mas inesperada, tanto no tempo como no conteúdo.
Para além do 'Olá Amor!' inicial que a transportara ao passado, numa viagem alucinante, supostamente enterrado, dizia-lhe como a gostara de rever. Declarou-se culpado ao  tê-la cumprimentado daquela forma, tão íntima, mas, no momento, tinha tido a sensação que, ainda, se encontravam juntos.
Pedia desculpa por ter ousado, até porque desconhecia se Madalena tinha outro amor, contudo a espontaneidade tomara conta dele e não pudera evitar.
Para rematar, solicitava, em jeito de incitamento, um jantar para porem a conversa em dia. Tinha saudades! Despedia-se com um Beijo Doce (como era habitual nos tempos em que foram um casal cumplice e apaixonado).
(continua)

« O corpo Feminino »

A forma de ver o corpo da mulher é diferente segundo o género de quem observa. Quando um homem olha para o corpo de uma mulher, não vê o mesmo do que ela.
Ele capta o conjunto, ela foca-se no pormenor.
Ele fixa o que gosta, ele retém o que não lhe agrada.
Ele associa a imagem ao prazer, ela associa-a a principios estéticos.
Para ela mais três quilos são um desastre e para ele apenas mais carne para agarrar.

O corpo perfeito é aquele que nós amamos. E uma pessoa aprende a amar outro corpo com o tempo.
Minhas amigas, o universo masculino ainda é território desconhecido para muitas.
Assim, de acordo com a  pesquisa efectuada eis algumas (quase)'verdades' inabaláveis do homem em relação a nós:
* - A magreza excessiva é um defeito, uma mulher sem ancas não é atraente porque não apela à procriação.
* - O que faz um bom rabo, bem como um apetecível peito, é a forma, não o tamanho.
* - Há barrigas que são sexy.
* - É muito raro uma mulher ter pés feios, embora a maioria se lamente de tal defeito.
* - O tom de voz agudo é embirrante.
* - Eles reparam na forma de andar e não resistem a um bom sorriso feminino. Muitos apaixonam-se pelo sorriso.
* - Para alguns a cintura marcada ou as pernas bem torneadas e delineadas ou a beleza dos cabelos compridos assim como a beleza das mãos podem ser fulcrais.
Posto isto, recapitulemos: nenhum homem sabe o peso da namorada ou companheira, uns centímetros a mais na cintura ou na anca não levantam qualquer tipo de problemas.
Uma mulher por mais bem feita que seja, se não tiver outras qualidades, rápidamente se torna dispensável e enjoa.
Há quem diga que quem o feio ama, bonito lhe parece.
Quanto a mim, fiquei contente por saber que os homens não se deixam dominar pelos estereótipos que a sociedade vai impondo ao sabor dos interesses vingentes.
Pois bem, minhas caras, resta-nos a consolação e a alegria de saber que podemos (e somos) muito amadas do nosso jeito.
Já pulei na minha ostra, até me 'lasquei' um pedacito.
Resta-nos aceitar-nos, amando-nos, os homens virão a seguir.
Dúvidas?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Crónic@s No Feminino ( parte X )

Racionalmente, leu, em primeiro lugar, os mail do trabalho a que respondeu se careciam de tal. 
Por fim, respirou fundo e pensou, 'não deve ser nada de mais. Não faças filmes!'. Abriu a mensagem e a primeira coisa com que se deparou foi com um 'Olá Amor' que a deixou petrificada. Arriscou continuar. Não percebeu coisa nenhuma. Releu umas dez vezes.
Entretanto, Sandra, estranhando o silêncio e a demora da amiga, veio ter com ela. 'Então o big boss enviou a ordem do tribunal?', pergunta Sandra.
'Hã?... Sim! Enviou. Demoro-me porque aproveitei e pus o correio em dia. Pronto já está e são horas de jantar-allons-y-', simulava Madalena um à vontade que não experimentava.
Não estava em condições de falar sobre o assunto «S». Teria de pensar no que acabara de ler, de decifrar todas aquelas comoções e perceções. Acima de tudo, teria de ser sensata, circunspeta, coerente bem como todos os sinónimos de 'respeitar-se' do seu dicionário.
Merecia-o! No topo das suas prioridades, encontrava-se o seu 'eu'  (deliberação tomada após muitas lutas, guerras, batalhas, lágrimas e sofrimento), do qual não abriria mão, nem que a torturassem.
(continua)

Homens Versus Mulheres

"Quando uma mulher diz 'talvez', quer quase sempre dizer 'sim'.
Mas quando um homem usa a mesma expressão, quer sempre dizer 'não'!"
Margarida Rebelo Pinto
Somos diferentes! Sem constestação.
A primeira diferença, normalmente, notada é a do sexo, feminino e masculino.
Para nos orientarmos no labirinto social desde cedo aprendemos, primeiro por imitação, mais tade por lições quer teóricas quer práticas, dos mais variados teores.
A verdade é que necessitamos de entender e saber utilizar os diversos tipos de comunicação disponíveis no meio em que nos inserimos sob pena da própria sobrevivência ficar em risco.
Podemos ser alunos de excelência, no entanto haverá sempre más compreensões, mal entendidos. Nunca conseguiremos decifrar, na íntegra, as mensagens  com que nos cruzamos.
Isto é tanto mais grave quanto mais intensa a relação que pretendemos cultivar.
Não há maneira de contornar a dificuldade de comunicação entre os géneros.
As mulheres são, regra geral, mais confusas no campo sentimental do que os homens.
Quando um 'macho' não está para aí virado, geralmente, percebe-se, agora nas 'fêmeas' a história é outra...
Aprender a dizer SIM quando é sim e NÃO quando é não pouparia muitos dissabores e não enganaria ninguém.
Afinal, os adultos são como as crianças: só vão até onde os deixam ir.

domingo, 27 de maio de 2012

Crónic@s No Feminino ( parte IX )

Arrumou a sua pasta e o processo que trouxera para 'dar um avanço', mais logo. Trocou o tailleur (um dos requisitos do trabalho) por um vestido floral, pintalgado de cores pastel. Ah! Agora Sim! Estava no seu Habitat!
A campainha tocou e Sandra apareceu de sacos na mão dizendo: 'Que bom ver-te! Estou estafada! Ainda bem que saiste mais cedo.Um cliente novo...' antes de terminar a frase reparou que a jovialidade de Madalena estava assombrada, apesar desta sorrir. 'Mas que se passa, Mady?'-questionava carinhosamente Sandra.
'Oh! Nada de especial', replicou Madalena. 'Só me encontrei com Santiago, pensava que já estava tudo resolvido e afinal fiquei uma barata tonta, gaseada de insecticida...(sorriu com a imagem que lhe surgira, de relance, em pensamentos). Não ligues! Isto já passa. É que foi há pouco, nos correios. Vamos, passa-me os sacos, a nossa salada 'nouvelle cuisine' espera-nos', tentava brincar, disfarçando.
'Se não queres falar, estás à vontade. Estarei sempre aqui, já sabes. Bem, vamos então á paparoca', anuiu Sandra, compreensiva.
Embrenham-se na cozinha, decorada com apontamentos em amarelo a fazer lembrar o Sol, a Luz.
Após algum tempo, colocada a salada no frigorífico, aguardando as horas de jantar, decidem ouvir uma música, conversar sem tema. Após alguns minutos de alegre converseta, Madalena lembrou-se: 'o chefe ficou de me enviar o mail do tribunal, vou só dar uma espreitadela ao portátil. Fica aí sentada, eu já venho!'.
Desenvolta, liga o computador no escritório (tinha decidido que o trabalho não invadiria mais nenhuma divisão da sua casa) e arregalando-se, deparou com uma mensagem de Santiago.
(continua)

sábado, 26 de maio de 2012

Crónicas no Feminino ( parte VIII )

Durante o percurso até casa, intentava fazer umas 'limpezas' aos seus 'sentires'. Buscava a sensação de ser 'senhora de si mesma', tal como se havia sentido há escassa hora.
"Como nuns minutos podemos variar de humor, de perspectiva,..., de tudo", pensava para os seus botões.
Obrigou-se a voltar à realidade. Tinha combinado um jantar com a sua amiga e colega, também advogada, Sandra. Seria uma salada fresca, de que tinha retirado a receita  na net.
Sandra tinha-se responsabilizado pela compra dos ingredientes.
Aqueles serões entre mulheres eram-lhe um bálsamo. Tinham sido um dos remédios, eficaz, na cura da sua doença «S», como lhe chamava, evitando, assim, pronunciar o nome de Santiago.
Apressou o passo, fazia questão de não fazer esperar a sua amiga, não a queria no desconforto do hall do prédio, esperando por si.
Como lhe tinha sabido bem a mudança para aquele apartamento, cheio de luz, no centro da cidade, contudo, muito pacífico já que a rua, sem saída, e o  pequeno jardim envolvente, davam-lhe a sensação de morar no campo.
"Não podia estar melhor", recordava-se, esquivando-se ao fantasma de Santiago que teimava aparecer-lhe em pensamentos, tentando-lhe o corpo.
Chegada a casa, respirou fundo, olhando em redor como se da primeira vez se tratasse. Ainda faltavam muitos pormenores, mas considerava a sua casa PERFEITA, um espelho, um reflexo de si própria. Reino de cores claras, plantas espalhadas estratégicamente, até o escritório transpirava feminilidade.
Gostava assim, queria assim e estava determinada que nada viesse ofuscar esse equilíbrio.

Esclarecimento

Minhas amigas(os) Blogosféricas(os)!
Sinto que vos devo esclarecer em relação ao ' Homem da Minha Vida'. 
O Homem em causa nada tem a ver com maridos, namorados ou qualquer tipo de amor romântico.
Não é novidade que sou uma apaixonada, não nego.
Porém, no post em apreço , homenageio o meu Pai, autêntico Homem da minha simples existência.
Apesar de já não se encontrar entre nós, seria, hoje, o seu aniversário. 
Falo no presente visto ele estar vivo no meu coraçãozinho imerecedor.
Amo-o muito!
Nem sei como vos agradecer os carinhosos comentários!
Se quiserem reler a dedicatória verão que o Amor descrito tem muito a ver com aprendizagens, adequadas ao tipo de educação com que tive o previlégio de ser contemplada.

* Ao Homem da minha vida *

Hoje é um dia especial. Fazes anos! Não consigo apartar-me do sentir como a tua existência me é indispensável. Urge falar de ti.
*- Contigo aprendi a arte de estar calada. Como se aprende observando e escutando, até no silêncio.
*- Contigo aprendi os preceitos da sã convivência onde se ouve, se opina, mas se aceita, sem formar juízos supostamente catalogantes.
*- Contigo aprendi que sou passível de ser amada malgrado as minhas imperfeições, intoleráveis para tantos outros.
*- Contigo aprendi o gosto pelas letras e como é infinita a sua combinação.
*- Contigo aprendi que a vida nem sempre é fácil, porém encarrega-se de nos 'empurrar' para paraísos inusitados.
*- Contigo aprendi que a vida é merecedora dum respeito deferente, em todas as suas feições.
*- Contigo aprendi que a responsabilidade  é mais do que mera palavra, repleta de carinhos vários.
*- Contigo aprendi que valores nada têm a ver com preços ou custos. Fazem parte da espinha dorsal de cada ser humano digno.
*- Contigo aprendi que honestidade não é palavra vã, antes postura de vida.
*- Contigo aprendi a distinguir sentimentos, sem os quais a existência se revela estéril e amarga.
*- Contigo aprendi a conjugar o verbo 'perdoar' em qualquer tempo e modo.
*- Contigo aprendi a tudo outorgar sem nada reclamar como pagamento.
*- Contigo aprendi a aceção do termo 'saudade' e com ela sentir-te contínuamente, a meu lado.
*- Contigo aprendi o paladar do amor incondicional, sem restrições.
*- Contigo, e só contigo, sou PESSOA!
Relembro como vês a vida:
A VIDA
Na vinda dela se encontra a vida.
Nasça o desejo de se lhe dar mais vida.
Abraçando, dê-se vida à vida
p'ra se ser feliz, viver vida da vida.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Crónic@as No Feminino ( parte VII )

Suspirando de alívio, Madalena, apressava-se, desejando, únicamente, mergulhar nas centenas de traseuntes que àquela hora aproveitavam o dia luminoso para uns últimos afazeres antes de se recolherem a casa.
Estava furibunda! Primeiro, zangava-se consigo própria. O seu diálogo interior apenas era visível pelo seu olhar apático do que a circundava. Alheada da frenesim real, o turbilhão interior não cessava.
Mas, porque carga de água havia de se  experimentar, assim, daquela forma desgovernada?
Já haviam passado seis meses desde a última ocasião que vira Santiago.
Após alguns relacionamentos (simpatizava com a fantasia de ser namoradeira), mais ou menos duradouros, Santiago fora o 'TAL'. Mexera com ela de tal feição que se imaginara 'para todo o sempre' do lado Dele.
O que tinha sonhado: viverem em conjunto, quiça terem filhos, viajarem à descoberta de outros lugares, outras gentes, outras culturas, partilharem a cama, sempre muito juntinhos, mão na mão,..., enfim, já tinha passado.
No presente, encontrava-se recomposta do rompimento abrupto Dele e refletia-se, pensava-se, estabilizada, sem mágoas, bem consigo própria, de coração aberto para receber o que a vida lhe quisesse ofertar.
Pensava, 'passado!' Remoía Madalena nos seus pensamentos desorganizados. Não podia ser! Tinha-lhe custado horrores a sobrevivência àquela bomba atómica, repleta de radiações várias, e até tinha um certo brio de como a tinha alcançado.
Sózinha e com muita palestra íntima com o seu 'eu'.
É claro que as suas amigas de escritório a tinham ajudado e muito. Todas as semanas faziam muitos programas cinéfilos, idas a bares acolhedores, sempre com música ao vivo (era das poucas actividades em que fazia questão), os tempos livres estavam sempre ocupados com lazeres aprazíveis.
Para além do mais, tinha conseguido mudar-se para a casa que sonhara, à custa da sua recente promoção e não se atrevia a pedir mais à vida.
Porém, o fresco reeencontro com Santiago não permitia a serenidade, percebia-se desassossegada.
(continua)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Amizade !

Para a minha querida amiga Margarida Alegria, um miminho nascido  no coração:
A amizade serve para:
- Saber ouvir sem julgar;
- Acalentar sem paternalismos;
- Aceitar as diferenças e enaltecê-las;
- Estar presente até na distância;
- Confiar despudoradamente;
- Arranjar tempo para as parvoeiras sem sentido,
- Ler nas entrelinhas sentimentos indizíveis;
- Despretensiosamente, encontrar as palavras  de ânimo perfeitas;
- Amar sem solicitar reciprocidade  e ser feliz assim;
- Ficarmos a conhecermo-nos melhor;
- Crescermos harmoniosamente e sem temores;
- Reconhecer a disponibilidade incondicional e desinteressada.
- Sermos mais Felizes!
Tanta coisa que a amizade é e pode servir. Neste caso, em especial, quero dar graças pela amizade da minha, nova, grande amiga Margarida Alegria que me tem proporcionado muitos contentamentos, ou não fosse ela da família dos Alegria.
Obrigada, Amiga!

Conversando...

Loga agora que tenho motivo de conversa, as palavras escapam-se-me.
Quem me conhece costuma dizer que falo e muito, demasiado, acrescento eu (tenho para comigo que pouco falar é sinal de inteligência, opinião nada abonatória para os meus lados) . Falar não é o mesmo que conversar, de todo.
Conversar envolve comunicação, diálogo, interação, saber escutar.
O mero e vivaço tagarelar não tem pretensões de se igualar à conversa. Esta, mesmo de índole trivial, requer alguma atenção e dá ares de generosa. Estes ares provêm de saberem ouvir o(s) interlocutor(es), aguardar que pausas sejam feitas e retorquir.
Lá diz o ditado popular que as conversas são como as cerejas, isto porque geralmente nunca vêm sózinhas como por exemplo os ananases. Por falar em fruta, também poderíamos dizer que as conversas são como as bananas, sempre aos cachos, nunca solitárias. Porém, não ponho a ancestral sabedoria popular em questão ( talvez aquando do 'nascimento' deste provérbio  ainda não conhecessemos as bananas. Deve ser anterior aos Descobrimentos!) .
A verdade é que sem conversa não existiríamos e apesar de, nos nossos dias, assumir muitas formas, a certeza da sua necessidade começa logo que começamos a ser projecto de gente.
Com deficiências variadas, a conversa tem lugar cativo nas comunicações humanas, não lhe  interessam os handicap's como a cegueira, a surdez, a paralisia de qualquer género.
Sempre presente! Sempre necessária!




Crónic@s No Feminino ( parte VI )

Que contrasenso! Santiago, um homem a transpirar confiança, revelava vulnerabilidade, inesperada, com aquele encontro.
Sentia-se desconfortável por ter omitida algumas verdades. É certo que decidira continuar na cidade pela proposta que lhe tinha sido dirigida. Contudo, nem sequer lhe passara pela cabeça reencontrar Madalena, ainda por cima com tão pouco tempo decorrido. Uns meros seis meses!
Para além do mais, a cidade albergava milhares de cidadãos e a remota hipótese de reencontrar Madalena nunca lhe havia surgido.
A verdade é que, para seu espanto, o corpo tinha-lhe pregado uma partida inimaginável. Toda a paixão que o avassalara, tempos atrás, marcava presença: era inegável!
Sim! Tinha sido Ele a romper com Madalena. Não aguentava aquelas picuinhices, as conversas sem fim das mulheres, como costumava dizer, em jeito de brincadeira.
À distância e analisando, concluía que tivera saudades daqueles tiques no feminino.
Recordava o momento em que se virara, olhando para a retaguarda, na fila e olhado para a figura tão familiar de Madalena. Todo o seu ser a recordava e aquele instante assemelhou-se a um passe mágico, de puro deslumbramento e encantamento.
Não a tinha esquecido  e queria-a, desejava-a, como pensava não ser, de todo, possível.
Deu conta de que ainda não se movera do lugar onde vira Madalena escapulir-se pela porta fora e resolveu enfrentar a luz crua da tarde soalheira.
Naquele dia, perdera a disposição e motivação para voltar ao gabinete.
(continua)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Crónic@s no Feminino ( parte V )

Aproveitou para se sentar, num banco deixado livre. Pelo menos as pernas não lhe tremeriam, com o descanso possivel.
Já despachado, Santiago voltou a abeirar-se dela. Em jeito de convite pergunta-lhe se está livre para um jantar e porem a conversa em dia.
Madalena, consciente dos seus temores e dos seus sentimentos esquiva-se, argumentando que já tem encontros marcados, festas de aniversário, compras, arrumações que urgem em serem feitas.
Apressando o desfecho da conversa, ela pede-lhe o mail para eventual contacto, ele insiste em ficar com o dela. Ela anuiu, contrariada, sabendo que estava a adiar nem sabia bem o quê. Desconcertada, trocam informações, sentindo-lhe a respiração próxima, tão sua conhecida. O suave odor do corpo masculino inebriam-na e os seus sentidos reclamam pela sua aquietação.
Nem pensar! Desta feita o racional, triunfará! Pensava resoluta Madalena não se achando credível bem lá no fundo. Vamos a ver do que uma mulher é capaz.
Chamam pelo número dela, aliviada, despede-se com um até breve, esquivando-se a novo beijo que Santiago lhe fazia questão de oferecer.
'Depois, ligo!' Lança para o ar, deixando um Santiago de semblante enigmático, imóvel, olhando para a sua silhueta que o seduzia duma forma inexplicável.

(continua)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Alien

Eis como me sinto hoje: um qualquer ser não terráqueo.
Uma verdadeira extra terrestre!
Todas as pessoas neste país à beira mar plantado viram os Globos de Ouro.
Exceto, adivinhem...claro...MYSELF!!!
Não vi, nem coloquei em modo de gravar.
Hoje ao deparar-me com os comentários sobre os vestidos, (já sei que se mostraram muitas partes do corpo! Mas, no masculino népias, porque será?), os discursos dos laureados, etc, etc...pensei, mas que perdi eu?
Trata-se dum programa para distinguir os portugueses talentosos, em várias áreas, pelo menos é o objetivo ou percebi mal?
No entanto, não li  post algum sobre os que receberam  tais troféus.
Que se passa amigos blogosféricos? Já sei que não sou deste Planeta, mas vocês, que ficaram colados à televisão, só repararam nos vestidos e no Palma nervoso?
Então e os prémios? Não houve injustiçados? Aplaudiram os distinguidos?
Ou estavam tão embrenhados nos pormenores dos vestidos a coser maledicências que nem repararam na parte do '...e, o globo vai...'?
Não sei! Sinto-me uma alien no meu próprio país e ainda não sei se será uma benção ou uma maldição.

Coelhinha Vaidosa!

Recebi esta amoroso selo da carinhosa Afrodite. Uma queridissíma inigualável.
Obrigada! Minha 'Bichinha'!
Este miminho blogosférico vem acompanhado das seguintes normas:
Regras: 
1) Dizer quem te deu o selo
2) Dizer 3 coisas em que sejas especialmente boa a fazer
3) Dizer 3 coisas que gostavas de aprender a fazer
4) Atribuir o selo aos blogs mais fofinhos que conheceres
(Podes completar com imagens)

Três coisas em que sou, para lá do, boa:
1) Dar beijos! Sou uma beijoqueira inveterada! De todos os tipos, tamanhos e duração. Não sou esquisita! Assim, haja quem os queira receber.

2) Conduzir! Adoro Conduzir! Que liberdade! Partir à aventura! Sózinha ou acompanhada, também não me faço rogada.

3) Rebentar Borbulhas! Inclui pontos negros e 'nojices' familiares. Sempre gostei desde que me conheço. Não há de que ter vergonha. Gostos não se discutem!

Três coisas que gostava de aprender a fazer:

1) Dançar! Mas, dançar com preceito. Danças de salão, samba, bellydance,...


2) Truques de cabeleireira! Saber cortar, pentear e estilizar cabelos. Adoro penteados!


3) A escrever! Ter o dom de compor, juntar palavras, sinais de pontuação como os grandes mestres. Estar habilitada a redigir como as incomparáveis musas inspiradoras, no feminino claro, tais como Agatha Christie, Marguerite Duras, Maria Amália V.Carvalho, Florbela Espanca, Simone de Beauvoir, Jane Austen entre centenas de outras.
Como gostava de saber a arte da escrita!

Quanto à atribuição do selo:
Se gostares: LEVA. Verei como um gesto de carinho da tua parte se me honrares com tamanha canseira de o carregares para a tua casa. Dás-me essa prazer?
Em todo o caso, agradeço!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Crónic@s no Feminino # 8 ( parte IV )

Santiago não se fez rogado no diálogo, que teimava em continuar:
'Bem, sempre o mesmo, não sei, contudo uma coisa é certa, tive saudades tuas. Ainda não tive oportunidade de te ligar ou enviar mail. Esta nova função não me deixa tempo livre, dá-me muito que fazer. Aproveitei a folga da secretária para vir até aos correios e respirar um pouco de ar. Não tenho tempo, nem são da minha responsabilidade, contudo hoje apeteceu-me...e, em boa hora que o fiz! Estes pequenos afazeres dão-me uma certa nostalgia...'.
Aproveitando os pensamentos em voz alta Dele, Madalena, começava a reagir, inventando uma maneira de se escapulir daquele encontro inusitado.

Parecia que o cérebro queria explodir com tanto pensamento cruzado, o coração não dava sinais de abrandar. O ar livre, estar consigo própria tornava-se premente sob pena de enlouquecer naquele instante.
Salva pela 'vez' de Santiago que tinha chegado. Antes de se dirigir ao balcão ainda lhe dirigiu um olhar que a estonteou, sentido-se desfalecer.
Resolução tomada: respirar fundo e não dar aso a que os sentires se manifestassem. Teria de arranjar forças para se aguentar até ao adeus que esperava ser breve. Sentindo-se fora de si, despedaçada, esgravatava, dentro de si, uma postura de que não se viesse a arrepender.
(continua)

domingo, 20 de maio de 2012

"Q U E R O ✙ D E S A P A R E C E R "

Quero sair da vista das censuras...
Quero ocultar-me da luz, da vida,...
Quero fugir de mim, dos outros, do Mundo...
Quero abalar para terra incerta...
Quero sumir-me  e consumir-me no meu próprio ser...
Quero levar descaminho pois os trilhos que percorro conduzem a lugar nenhum...
Quero morrer e com isto acabar todos os sentires...
Quero ofuscar-me ficando sem definições...
Quero apagar-me lentamente como um pavio sem combustivel...
Quero perder-me do confortávelmente conhecido...
Quero afastar-me de todo o humano e inumano...
Quero esvair-me no fluido vital esvaziando-me...
Quero retirar-me deste envoltório que me asfixia...
Quero esconder-me e nunca mais ser achada...
Quero faltar a todos os preceitos e constrangimentos...
Quero cessar de existir sem deixar pegada...
Quero desaparecer...
Maria Mar in 'Ser'

sábado, 19 de maio de 2012

Crónic@s no Feminino # 8 ( parte III )


Com o ar mais mais tranquilo do mundo, esboçou um sorriso.
Ele dirigia-se-lhe, com os olhos mais brilhantes do que nunca. Parecia desembaraçado, feliz, até. Abordou-a com um 'Olá, mas que prazer em ver-te. Estás linda!'
Antes que pudesse balbuciar o que quer que fosse, já Ele a tinha agarrado pela cintura e depondo-lhe um suave beijo nos lábios, continuou :

'Mas que agradável surpresa! Sabes,.., tenho pensado em ti. Mas, conta-me: que tens feito?'
Ela ensaiou um à vontade genuíno e respondeu-lhe simplesmente :

'Estou bem, muito bem! E, tu! Não tinhas ido morar para Bragança?'
Ágil, retorqiu-lhe:

'Oh! Abriu uma vaga na empresa, irrecusável. Só as trabalheiras a que me poupei com as mudanças. E, o clima! Nada como viver à beira-mar! Assim, por cá fiquei.' Acrescentando 'Realmente tu estás bonita, radiosa!
Madalena não conseguiu conter o rubor nas faces e responde: 'Lá estás tu com as tuas coisas, Santiago, sempre o mesmo!'

(continua)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Loucura

Loucura!
Audaz no viver contra os preceitos predefinidos!
Sentir-se e ter a coragem de se  ser fiel!
Reconhecer a insânia vigente!
Alienação consciente com propósitos de sã existência!
Imprudências várias que desafiam a sanidade!
Extravagâncias urgentes na construção e conservação do nosso eu!
Descontrolos incontroláveis que avassalam as  estruturas!
Imprudências obrigatórias na defesa da pessoa!
Social insensatez vestindo roupagens de coerência!
Doidices sorridentes que aligeiram a carga!
Comportamentos irrefletidos para servirem no molde das expectativas alheias!
Pura, verdadeira essência  a descoberto!
Loucura!
Haverá maneira mais salutar de se viver?

Crónic@as no Feminino #8 ( parte II )

Não querendo acreditar, ainda lhe passou pela cabeça abandonar o posto. Mas, não! Teria de ser forte! Não seria derrubada pelos fantasmas em forma de recordações.
As réstias de audácia ordenaram que as suas pernas não dessem meia volta e ousasse enfrentar as suas assombrações.
Num redopio de segundos, a visão de Ele entranhou-se nela. Não havia como escapar.
Os olhos apaixonados apareciam-lhe, como em sonhos, suplicando o seu amor. Relembrava os dedos, agora agarrados a meia dúzia de cartas e a um telémovel, exploradores, que a tinham enfeitiçado.
Alucinava e já não se importava. Todas as sensações, que aquela presença lhe tinha proporcionado, voltavam, quase-reais, palpáveis.
Semi cerrando os olhos, podia saborear os lábios Dele, tateando, provando os dela e provocando-a em brincadeiras pueris que a deixavam desarmada.
Tanto amor jurado, tanta felicidade arrojada, com sabor de eterno.
Num vislumbre de lucidez, recompôs-se.
Assentou os pés na terra e, para espanto seu, viu-O dirigir-se para ela.
                                                     (continua)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Crónic@s No Feminino 8# ( parte I )

Dia solarengo aquele! Sentia-se leve, descontraída! Perdera a recordação de quando o corpo e a mente lhe eram alheios, como nesse instante, de tal forma relaxada.
A sua passada conduzia-a à estação dos CTT para levantar uma encomenda registada. Trivial! Nada de mais!
Finalmente, tinha recuperado a paz interior, perdida e achada inúmeras vezes, pelos mais variados motivos.
O dia morno refletia a temperatura do seu íntimo. Ou seria o contrário?
Ao entrar na estação, a cabeça no ar, os olhos passearam-se pelas pessoas que aguardavam, na fila.
Aquele cabelo castanho, encaracolado quanto baste, aquela nuca tão sua conhecida!
O coração disparou do seu adormecimento. As palpitações impediam-na de respirar em condições. Teve de se encostar. Pensava, no meio do emaranho de sentimentos que a tinham tomado de surpresa, como seria possível Ele se encontrar ali. Pois se tinha ido morar para outra cidade!
Dá uma espreitadela mais afoita e obtém a confirmação. Sim! Era Ele! Logo agora que tinha recuperado a sua leveza, o seu equilibrio pessoal e de mulher.
(Continua)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Vamos Mudar O Mundo ? !


Transformar este belo Planeta!
Torná-lo aprazível, sem misérias, da mais variada espécie.
Sentir-lhe a frescura da limpeza e da organização.
Onde os Homens coabitem em harmonia, com o respeito como bitola.
Com a natureza em todo o seu esplendor, sem poluições, a biodiversidade em equilíbrio.
Utilizar todos os conhecimentos e tecnologias, única e exclusivamente, para o bem do Homem e da Terra
O Mandela está cheio de razão. A Educação é uma arma poderosíssima.
Aprender a pensar e agir altruísticamente, sem segundos sentidos e oportunismos.
O canalizar pensamentos e ações para o positivo.
Que beleza inigualável poderia revestir a nossa casa planetária!
Como seria prazenteirosa a nossa existência!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ei ! Há Piquenique !

 Vamos Fazer Um 'Picnic' ?
  
Vasculhei na despensa, encontrei o cesto de vime, esperando-me com olhos de quem questiona:
-'Então, de que estás à espera, não reparaste que o Sol já raiou? Vamos, enche-me e vamos para o ar livre piquenicar!'
Perante tamanha proposta, irrecusável, iniciei a preparação da merenda:
«Dois litros de água rejuvenescedora, fresquinha, no seu termo isolador.
«Sandes várias, com pão ainda quente, acabadinho de sair do forno, de queijo a lombo assado, sempre entremeadas com frescas folhas de alfaces e vitamínicas rodelas de tomate.
«Sumarentos morangos, saídos do seu banho de imersão, acondicionados numa caixa protetora, prontinhos para serem saboreados.
«Algumas peças de fruta, soltas, de cores garridas, como a chamarem pelo verão.
« Não podia esquecer o cacho de uvas que anseavam pelas trincadelas, sem pressas, duma boca malandra.
« O bolo de chocolate, inchava-se, vaidoso, nas suas calorias. Iria também fazer parte do repasto, fatiado,  porque dias não são dias.
«Ah! A toalha axadrezada, feminina, bem como uma manta para colocar o cesto impaciente, teriam de fazer parte da saída.
E, pronto! Aqui estou eu de cesto em braço, prontinha para assentar arraiais numa qualquer  praia ou relvado, beberricando, trincando, desfrutando do puro ar e do calor que me pôs de pele à mostra.
Quem me acompanha? Estão convidados! Não querem vir? 



segunda-feira, 14 de maio de 2012

* Fragmentos *


Serena, olhava o horizonte. O mar fazia ouvir a sua voz nas ondas que beijavam, de mansinho, a areia humedecida. Imóvel, quase estática absorvia a maresia e a luz que lhe enchiam os poros.
Sem receios, evitava os  gestos impulsivos, até mesmo a respiração mais profunda.
Sabia-o! Sabia-o muito bem! Esta certeza tranquilizava-a.
A calma escondia as ausências, o seu ser esburacado, eviscerado.
Delicadamente, como  entidade diáfana, baixava-se, lentamente, à procura duma posição sentada.
Confortávelmente instalada, continuava a sua observação do firmamento.
Olhos postos na linha na linha separadora do oceano  com a atmosfera, as suas mãos resvalavam para o solo, feito de areia, conchas, seixos e pedrinhas várias.
Sem pressas, atrevia-se a recolher cada naco seu que se encontrava espalhado ao acaso.
Tinha-se fragmentado! Tinham-na fragmentado!
Uma lágrima rebelde rolava pela face, translúcida.
Com jeitos pacifícos continuava a sua busca.
Faltavam-lhe pedaços! Tinham-lhe sido arrancados.
A noite já caira. Aquela demanda teria de ficar por ali. Outro dia voltaria.
Sem pressas, iria agrupar todos os fragmentos dispersos, em paradeiro incerto. A sofreguidão não seria boa aliada.
Com todo o tempo do mundo, ergueu-se, incompleta, faltas de pedaços seus, roubados.
O seu sonho, agrupar todos os seus bocados que deixara para trás.
Fragmentos que a tinham desventrado, tornando-a em criatura sem alma, reduzida a sobras.
Reconhecia que o preço, elevadissímo, de se ter dado em tiras tinha-se transformado no seu bem mais valioso.
O seu 'EU', transformado em fragamentos diferenciados, quais peças de puzle, depunha a esperança na miragem do dia longíquo  em que, reunidos todos as suas migalhas, voltaria a 'SER', de corpo inteira e alma presente.
Sem fragmentos  estripados, desmembrada.
O sussurar do chamamento do mar, ao longe, trespassava-a, vagueando, livremente, pelos orifícios do seu corpo incompleto.
Voltaria, suavemente para, de novo, preencher a sua essência perfurada, rota...  

domingo, 13 de maio de 2012

Amante do verão!

As dinâmicas blogosféricas  Manuela e a Scarlet  promeveram e lançaram este desafio. 
Como sou uma amante, confessa, do verão não podia deixar de participar.
Somos muitas as amantes, parece-me, mas não somos ciumentas.
O verão chega para todas!
Vamos lá a ver como corre!
Vão-me obrigar a deixar a minha amiga preguiça de lado e pegar na máquina fotográfica com fervor.
Quanto aos textos será o que me ocorrer no momento, como sempre.
Espero contar com a vossa fresca visita para os tórridos tempos que se avizinham.

sábado, 12 de maio de 2012

No rescaldo ' Doce '...a ' Pingar '...

Eis um Cartoon expressivo da queridíssima Margarida Alegria do blog Alegrias e Alergias.
Aqui fica o meu grande agradecimento à talentosa autora do humoristico e propositado desenho. 
Como o calor da saga 'Pingo Doce' parece já ter arrefecido, aguardando novo episódio que faça as delícias do povo português, apetece-me tecer opinião sobre o assunto.
Ninguém me avisou dos saldos das couves, alfaces, arroz, entrecosto, carapau e familiares. Ouçam lá, não sabem que sou distraída e não ligo para as noticias? Fiquei zangada!
*Quando soube da iniciativa desloquei-me, vagarosamente, ao Pingo Doce a horas tardias, tinha acbado de fechar. Não podiam ter esperado por mim?  Senti-me Enganada!
*Só me apercebi da magnitude do evento no dia seguinte. Os 'media' estavam cheios de imagens e noticias, a Blogosfera entupiu com tanto 'post' Doce. Não se falava de outra coisa. Parecia-me que a crise, Troikas e problemas similares tinham desaparecido por artes mágicas. Entrei em Estado de Choque!
*Após ler umas coisas sobre o assunto, ouvido o que se comentava, obrigaram-me a pensar no ocorrido. Tanta repetição, meu Deus! Onde pára a imaginação fértil do português? Comecei a debruçar-me sobre o assunto!
*Uma constatação: não vi ninguém com uma pistola apontada à cabeça, ou sob qualquer outro tipo de ameaça ou coação, nas filas do supermercado em apreço.
 Tudo gente voluntária, a usufruir da sua liberdade, em pleno. Fiquei contente ao ter como Pátria um País livre!
*Porém (porque será que tem de haver sempre uma adversativa?), o que se dizia no pós-promoção não era nada bonito, pelo menos, para mim não o foi.
Então, os cidadãos que decidiram optar por gastar o seu dinheiro ( a pronto ou crédito-quem tem a ver com isso?-) são uma cambada de deficientes e não sabem o que fazem? Senti solidariedade!
*Interesses económicos, capitalistas, aproveitamento politico,..., como lhe queiram chamar (tanto me faz), à parte, a verdadinha é que há milhares de pessoas em sérias dificuldades neste País à beira mar plantado. Pergunta: os 50% de desconto não são de aproveitar? Ainda por cima em bens essenciais! Roída de inveja de quem soube aproveitar e desiludida pelo exercício da democracia!
*Senti uma falta de respeito pelas opções do alheio. Será que as pessoas só têm comportamentos adequados se pensarem igual a nós? Em suma, a liberdade não é isso mesmo: podermos escolher estar ou não estar na fila do supermercado bem como nas outras filas todas? (excepção aberta para Loja do Cidadão, Hospitais e colaterias). O Respeito e a liberdade, dois conceitos que não senti presentes!
*Resumindo (eu sei que já ninguem me lê nesta altura):  porque o povo português não se une, desta forma ferverosa, nas causas que estrangulam o nosso País?
Fiquei com a sensação que enquanto persistirmos na nossa tacanhez, mesquinhez mesmo, nunca iremos passar da cepa torta.
Afinal, não há quem diga que se tem o País, os governantes, que se merece? Não é Portugal um reflexo de cada um de nós, dos nossos pensamentos,   comportamentos e atitudes?
*Conclusão: Merecemo-nos? 

Bora lá! "Anda comigo  ver as promoções!"

Ouçamos o relato mixórdico dum "freguês":

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Água

A amiga  Margarida Alegria lançou-me, à laia de desafio, a temática  da água.
'Meter água' é o que mais se faz por aqui. Não sei se a casa aguentará. Irei transbordar  e as cheias atingirão os blogues contíguos. Preparem-se para as 'Cheias'. 
Haja paciência! (para mim, é claro!) 
Convém dominar a arte da natação, do mergulho e da flutuação nesta casa. 
Vivo debaixo de água, tudo o que ingiro é acompanhado de água, respiro na água, enfim é o meu elemento.
Vejo o elemento liquido, vital a todo o tipo de seres viventes, como algo que se assemelha ao AMOR. Senão, vejamos:
  • Indispensável à vida.
  • Sabendo nadar estamos perfeitamente adaptados e somos muito felizes.
  • Muda de aspeto conforme os recipientes, adaptando-se contínuamente
  • Se livre de agentes patogénicos recomenda-se a sua ingestão em abundância, conforme a sede.
  • Pode-se sempre beber mais um copo que só nos será benéfico.
  • Pode ser um veículo de envenenamente do próximo, ao estar contaminada( voluntária ou involuntáriamente).
  • Se possuirmos uma nascente, seremos ricos.
  • Engarrafada tem prazo de validade.
  • Correndo livremente, dá vida, provoca verdadeiros milagres da natureza.
  • Respeitando o seu ciclo, pode ser apreciada sob diversas formas.
  • Ao ser aprisionada, para servir de recurso, a sua energia esvai-se e a ribeirinha, feita de sobras, corre, fiel a si, passando despercebida.
  • Se for congelada, poderá apresentar sabor diferente após a descongelação.
  • Quando aquecida demais some-se no ar, forma nuvens, sem pés assentes, vagueando ao sabor do vento.
  • Provoca, em catadupa, dos melhores espetáculos que podemos vivenciar.
  • Tratada como bem precioso far-nos-à bem à saúde e à alma.
  • Em demasia origina inundações e as limpezas serão penosas, deixando sempre marcas.
  • Se abalos se fizerem sentir pode revestir a forma de tsunamis, tudo tapando e arrastando com a sua força violenta.
  • Pode-se morrer se ingerida em exagero.
  • Quando nos recusamos a aprender a nadar, morremos afogados, salvo se tivermos tido  precauções sensatas e estivermos munidos de colete de salvação.
  • A falta dela provoca terrenos áridos, exauridos, verdadeiros desertos. 
  • A água  generosa, sob a forma de copiosa chuva, tem a sua recompensa no êxtase que se lhe segue, no desabrochar de sementes adormecidas.
  • Após a precipitação somos presenteados com um belo odor a terra molhada e, quiça, uma visão colorida dum grandioso arco-íris.