sábado, 14 de dezembro de 2013

Pelos ares . . .



De temperamento alado,
sou de linhagem sem filiação.

O vento semeou-me pensamentos
em esvoaçares sem lei.

O mar salgou-me penas,
de inconveniente condição.

Construí ninho com instáveis espantos,
em ambíguos voos.

Sou ave ferida
em cicatrizes tatuadas no tempo.

Estranho espécimen 
em bando extraviado.

Elevo-me em atmosferas rarafeitas,
pelos ares do sonho.

Privada de asas,
soltam-se lágrimas que choram em terra.

Pérola


9 comentários:

Diana Fonseca disse...

Que os ferimentos sarem, sempre.

Edum@nes disse...

Sem asas a voar...
De certeza vai cair
Só no teu imaginar
Essa ideia podia vir!

Lágrimas na terra deixou!
Escreve lindos poemas
Porque voar sonhou
Ave sem penas!

Bom fim de semana para ti amiga Pérola.
um beijo. Eduardo.

mム尺goん disse...

[ tem-se momentos que vêm cobertos de lâminas que cortam à sua passagem]

beij0

Cidália Ferreira disse...

Fabuloso! Embora triste mas belo

Beijo, bom fim de semana

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

MDRoque disse...

Melancólico e belo. Beijinho querida. D

Laura Santos disse...

Um ser de temperamento alado nunca pode ficar privado das asas.
Um poema belíssimo!
xx

CrisFonseca disse...

Nossa.. que linda maneira de expressar e falar das coisas da vida...
Belissimo! parabens!!

José Carlos Sant Anna disse...

A estrada é sempre infinda, tenhamos ou não asas. Eu sei que o saber não cabe em qualquer lugar, mas as imagens cabem perfeitamente no poema. São bem construídas...
Beijos, Pérola!

Beatriz Bragança disse...

Minha querida
Eu espero que «essa ave» se cure com a máxima brevidade.
Se «Era tudo muito bom» tem de continuar a ser.
Parabéns por esse poema que é uma pérola bem preciosa.
Uma excelente semana.
Um Santo
Beatriz