segunda-feira, 13 de março de 2017

diálogo meu



Insistes,
teimas na tua razão.

Olhas-me e vês
outra qualquer.

Eu não sou
o que tua mente quer,
o que teu coração deseja.

Continuas a mastigar 
os pensamentos
como se fosse bolo alimentar
e me pudesses processar
no teu sistema,
à tua forma,
do teu jeito.

Pois bem,
meu menino,
apenas sei que não sou reflexo de nada
e,
muito menos,
de ti.

Nasci sem espelho, 
paredes
ou imitações.

Rasguei a existência
por entre dores,
demandas,
sofrimentos só meus.

Sorvi o prazer
de me ser companhia,
adivinhar intuições
e sentires sem dono.
Só meus.

Bebi da vida
orvalhos,
tempestades que ninguém deu conta.

Perdi-me e achei-me
vezes sem conta
em labirinto por montar
como peça por encaixar.

Basta!

Pisa a terra o quanto 
te der na  gana,
enfatiza-te até ao último
abismo do planeta,
permanece em ti,
só tu sabes 
o quanto tens de te ser autêntico.

Eu floresço
em cor e cheiro de flor,
inclinada para o sol
privilegiada no veludo
de me ser.

Começo a viver
de pétalas abertas
dispensando teu calor,
tua presença,
teu tudo.

Agora sou só eu . . .


5 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Que bonito! Parabéns pela imagem

Beijinhos

Pedro Coimbra disse...

A imagem é fabulosa!!!
Boa semana

Unknown disse...

Um eu tão belo e cheio de esperança ,maravilhoso sentir querida amiga, beijinhos muitas felicidades

Élys disse...

Um belo poema. Ser você mesma...
Um abraço.
Élys

Manuel Luis disse...

Como primavera privilegiada!