quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Sou Mágoa



Parto-me em pedaços,
que abrem vazios cheios de nada,
de preenchimentos incertos.

Despojo-me do sonho,
quiméricas fantasias de mim,
sombras turvas do  ser.

Dispenso-me na vontade,
querer doente,
que me transforma em fantasma.

Perco-me em fragmentos,
pedaços frágeis,
pétalas levadas na brisa.

Adormeço-me na canção do choro,
melodia sem pauta,
sabores de minha boca.

Afundo-me em mares de tristeza,
imensidão descolorida,
casa que me abriga.

Abandono-me, 
a forças alheias,
como cinza de fogos de outrora,
pó derramado em lágrimas.




25 comentários:

Daniel Costa disse...

No seu género, o poema é de gostar. Qualquer poema sempre terá de ser apreciado pela forma e não pela temática.

Abraços

Emília Pinto disse...

Tantas vezes " sou mágoa "!!! E essa mágoa " parte-me em " pedaços
frágeis ".. .." afunda-me em tristeza"; algumas afogam-me num mar revolto de raiva, outras, porém não merecem sequer que derrame as minhas preciosas lágrimas. Mágoas doídas que me apertam o peito...me tiram o sono tenho algumas e essas necessitam que eu recupere os " fragmentos " e que inteira me deixe envolver pelo perfume das "pétalas" que a briga me traz. As outras....abandono-as, deixando que se transformem em " pó". Muito bonito, amiga. Parabéns e obrigada; às tuas mágoas juntei as minhas. Beijinhos
Emília

Emília Pinto disse...

Desculpa o erro... que a brisa me traz e não briga.
Emília

Cidália Ferreira disse...

Olá Pérola

Muito bonito o teu poema, embora triste.. Adorei!


Beijinho

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Unknown disse...

Uma magoa que nos entristece e nos deixa a deriva procurando os porquês de tantas lagrimas .Querida amiga muitos beijinhos

Mar Arável disse...

Se queres descobrir o mar

perde-te no mar


José Carlos Sant Anna disse...

O poema fez-me lembrar o livro de François Sagan, Bonjour, Tristesse e o filme de Otto Preminger, que leva o mesmo título.
É claro que o desalento do eu lírico é passageiro, logo, logo essa nuvem passa.
Beijos, Pérola!

Pretty in Pink disse...

Que nó no peito me deu agora ao ler o teu intenso poema querida Pérola...Mas um nó de quem gostou de o ler ;)

Beijinho*

Laura Santos disse...

Tantas vezes nos sentimos assim, partidas e desligadas, e depois temos de colar os cacos todos outra vez e retomar a caminhada.
Belo poema, Pérola!
xx

Francisco disse...

Fabuloso

Beijinhos Grandes

vida entre margens disse...

Um poema magnífico que nos leva a reflectir sobre a nossa própria essência...e as emoções que nos assolam...:)

beijinho Pérola, gostei muito!

Daniel C.da Silva disse...

Falar da mágoa seria um tratado... por ora, fique este registo onde se confina a si mesma, prisioneira que se quer libertar...

beijo amigo

Arco-Íris de Frida disse...

Triste virarmos fragmentos magoados e vazios....

Ives disse...

A canção do choro tem uma melodia tão profunda e cheias de raízes! abraços

Os olhares da Gracinha! disse...

Alguma tristeza e melancolia...fazem deste poema um cântico à solidão!!!

Graça Pires disse...

Um poema cheio de nostalgia e de mágoa. Não perca a esperança...
Beijos.

Opinante disse...

Gostei muito.

Edum@nes disse...


Não serás mágoa,
Mais fogo serás
Brasa não apagada
De viva chama continuarás!

Desejo um bom dia
para ti amiga Pérola, um beijo
Eduardo.

" R y k @ r d o " disse...

Poema lindo... adorei

Deixo cumprimentos...
********************************************
http://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.pt/

Bárbara disse...

Triste mas muito saboroso de se ler!

PinUp Me disse...

Poema triste?!

Claudinha ੴ disse...

Pérola, o poema é lindo!!!
... e triste...
Desfazer as mágoas é preciso, é como desatar os nós...
Um beijo!

Mona Lisa disse...

Belo poema , transbordando tristeza.

Beijinhos.

manuela barroso disse...

Nem sempre as mágoas são penas.
A purificação da mente não se daria sem alguma regeneração. Para isso, escreveste este tão belo poema.
E cada vez mais e mais ...bela!
Beijinho *

Beatriz Bragança disse...

Querida Perola
Um belo poema, se bem que triste!
Nao se sinta magoa!Nem se despoje do sonho, porque ele «comanda a vida».
Parabens pela forma como escreve.
Tristes ou alegres, os seus poemas soa sempre maravilhosos.
Beijinhos
Beatriz