na boca selada pelo silêncio.
Sou campo de batalha visceral
em conflito com a normalidade.
Pesam-me os excessos
de sílabas, entoações e pontuação.
Grito mudez em quietude adoentada,
invisível na dessemelhança de mim.
Renego-me e fujo em pés pesados,
corpo carregado do que não disse.
Sei da recusa de regularidades carrascas,
mas desconheço caminhos únicos, só meus.
Pesam-me pensamentos,
este amor que não sei pegar,
as letras que me habitam.
Povoam-me singulares vontades
em pluralidades que me impedem
de ser normal.
Assim,
encho-me em engordas suicidas.
Nutro-me do íntimo,
prisioneira (en)farta(da),
quando só me quero soltar.
25 comentários:
Dentro do teu peito escondido!
Quem por ti esperava não vistes
O coração com medo do conflito
Para onde não sei fugistes!
Volta de pressa não te escondas!
Nada resolves dessa maneira
Porque é que tanta a teimas
Em ser assim tão aventureira!
Pérola, bom domingo, um beijo
e continua com as tuas aventuras.
Eduardo.
O peso de nós torna-se tantas vezes insustentável , como a leveza do ser... Bonito !
Beijo
Boa tarde,
O peso que transportamos são os sonhos irrealizáveis, como descarregar ou aliviar o peso? "pergunto eu."
Dia feliz
ag
http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/
Isto está muito, muito bom... Os meus sinceros parabéns! :)
Belos estes dizeres, ademais em quadras com boa rima. Sempre gostei desta poesia espontânea, tem um certo encanto.
Feliz Domingo
Besos
Fiquei um pouco sufocada, embora tenha gostado muito de mais um poema seu, Perolinha.
Beijos e bom domingo,
Renata
Pérola, como me identifico.
Ser normal é a coisa mais anormal que pode existir.
Um poema muito bonito!
xx
Carregamos pesos dos quais dificilmente nos libertamos!
Magnífico!
Beijinhos.
Oi Pérola
Se fôssemos todos normais e iguais, aí não teria graça.
O que me fascina são as diferenças
Beijinhos
Lua Singular
Gostei muito :D
Beijinhos
Olá Pérola
Que delicia de poema...Amei.
Beijinho
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
São as diferenças que nos distinguem dos demais ,lindo momento beijinhos
Está muito bom! Adorei.
Muito obrigada por seguires o meu blog, também estou a seguir o teu :)
Beijinhos*
Muito, muito obrigada!
Sê sempre bem-vinda
O teu poema mostra que nem tudo, afinal, é assim tão bom...
Mas gostei do que li.
BEIJO.
Os pesos vamos deixando ao longo da vida...
Beijo Lisette.
R: Sem dúvida, mas o meu coração parece ter fugido e eu não o consigo encontrar... talvez esteja em Paris :)
São tantas, as peripécias do amor!
Tantas, que resultam em belas poesias...assim!
Beijo, Pérola,
da Lúcia
Mas... afinal... quem é normal?
Beijos...
Shakespeare também não resolveu essa questão: ser ou não ser. Questionar-se é próprio do sujeito. E este é o dilema do sujeito que, por extensão, o leitor identifica como o questionamento do poeta e não apenas do sujeito de enunciação, em particular na poesia. Contribui para essa simbiose a presença da primeira pessoa. Mas o poeta carrega as dores do mundo, assim, pois, ainda que grafado na primeira o drama, o conflito nele delineado não diz apenas de si mesmo, mas incorpora o(s) leitor(es) que carrega(m) dúvidas semelhantes. Ao fim ao cabo, o poeta fala de si para falar aos outros, despertando-os também para as suas dores.
Um poema poderoso a condizer com a "estranheza" da imagem. :)
Beijinhos.
Ter dúvidas e indefinições é próprio do ser humano.
Uma boa semana.
Beijinhos
PS - Hoje há post novo na minha «CASA».
Querida Pérola
Há uma frase célebre que diz: O melhor é o que fica por dizer!
Nos eu caso, não podemos desperdiçar nada,tal é a riqueza e beleza do que diz e como diz!
Não se inquiete! Escreva sempre!
Muitos parabéns.
As suas composições são melhores, dia após dia.
Beijinho
Beatriz
Além do questionamento, sempre transversal a quem escreve, relevo: as palavras são portadoras de memória, são pedaços de vida. E estão dentro do nosso pensamento. Logo, só podemos ser seres de contrastes permanentes...
E não se pode ser normal, de todo!
Gostei imenso do poema, Pérola.
BJO :)
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