A inesperada declaração emudece Samara. A sua tenacidade no estudo e na conquista da independência não lhe deixavam tempo para namoros. O casamento que recusara tinham-lhe deixado trauma.
Pura e simplesmente deixara de pensar em si como mulher completa onde o género masculino seria incluído.
Perante o olhar angustiado e expectante do amigo que lhe exigiam resposta, hesita.
Balbucia algo como uma justificação de nunca ter pensado no assunto. Assegura-lhe que o adora, mas desconhece se os sentimentos poderão ser de outro teor.
Afiança-lhe que se fosse obrigada a escolher ele seria, na certa a primeira opção.
Luís fica desiludido com a reação de Samara. A amizade deles sempre tinha sido especial e, pensara ele, evoluira da forma mais natural: para o amor.
Smara pede-lhe um tempo para se organizar. Muita coisa lhe tinha acontecido em tão pouco tempo. Suplica-lhe que tenha paciência com ela e acima de tudo que não se afaste.
Luís, um pouco envergonhado, desculpa-se e apenas lhe diz para levar o tempo que necessitar.
Regressam à casa principal e é altura de arrumar as roupas, os livros. No dia seguinte regressarão a Lisboa a fim de completarem o segundo semestre do terceiro ano.
Jantam na casa grande e reagem como habitualmente.
Fazem a viagem juntos e quando se despedem, sem que Luís se dê conta, Samara ao se aproximar dele oferece-lhe a boca em sinal de promessa.
E nas nuvens, regressam às suas residências com a esperança de futuro amoroso na bagagem.
(continua)
3 comentários:
Um par sonhador com futuros para acompanhar no desenrolar do romance numa trama que não cansa
Bjis
Fiquei por aqui lendo-te e admirando a tua capacidade de escrita! ora é poema ora são contos, que máquina! ou melhor, que pérola!
Bjs
O coração de Samara balança entre a razão e o sentimento.
Que "prato" vencerá?
Beijos.
Enviar um comentário