quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

e agora?



E agora 
que as folhas se foram
e me sinto desnuda
na invernia que se aproxima?

Que é de mim, 
por entre frios,
gelos
e manhãs orvalhadas?

Não sei,
já não sei
nem do agora,   
nem do amanhã,
tampouco do que se foi
por entre dias apressados
e sonhos esburacados.

E agora?

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

divagando



Caminho por aí,
no acaso de querer,
 e de tanto querer
me perco.

Persigo sonhos,
colho flores
como se o amanhã
não me chegasse.

Estendo futuros por secar
em brisas doces
nascidas de ventanias
por conhecer.

Sou-me assim,
a modos menina cor de rosa
envolta em viagens de outras cores
porque a vida é assim.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

era...


Era vida suspensa
em molas frágeis
como gelo ao amanhecer,
arrepiado,
na luz anunciadora
de novo dia,

Era olhar com tempo
entrelaçado em histórias
de aqui,
de outros dias
e sem calendário.

Histórias a morar
na fantasia,
ilusão na ponta do pensamento
como se fosse a realidade 
mais enraízada
do mundo.

Era apenas vida 
correndo
nos dedos do caminho
ora escolhido,
ora tropeçado,
deixando leve perfume
esvaído na passagem.

Pois,
 se era
e já não é!?


sábado, 9 de fevereiro de 2019

Sonhando


Há sonho pairando
no horizonte
para lá do que vejo,
para além do que imagino.

Navega por céus
nunca antes vislumbrados,
nunca antes vistos.

Está longe,
tão longe
como minha alma
chamando o que sou.

Há sonho distante,
profundo,
viajando sem rumo
à espera de mim.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

perco . . .



Perco o chão por entre linhas
ao acaso,
no murmúrio de palavras
que me chamam
como se eu fosse alguém.

Sorrio nesse abandono
do alheio
e até de mim
como se pudesse
não existir.

Quero pensar no caminho
com sentido,  
na vida sofrida
com visões aquecidas
no sol de querer
e ousar
o amor.

Perco a verdade de ontem
devagarinho
porque o hoje está
na página que viro
no outro livro que abro.

Sou a modos
trilho incerto,
vereda sem tino,
ar que me entra
sem saber
da respiração
que perco . . .