sábado, 23 de março de 2013

A chuva

E...como cai.
Sem predir licença.
Ou lembrar-se que as andorinhas afadigadas não conseguem construir os seus ninhos.
A humidade sente-se em cada inspiração.

Querer?  Pois quero?
Fazer acontecer? Ainda mais...

Mas, sem chuva, por favor.
E...a  chuva continua a derramar-se alheada a desejos ou vontades.

Deixá-la cair.

Aguardo pelas raios solares envergonhados que se escondem. 
Por detrás das nuvens grávidas de tanto filho Gota.

O cinzento do dia tem maior poder sobre mim do que seria suposto, do que gostaria.

Fico-me no aconchego da sabedoria de Pessoa , ouvindo o chilreioque aproveita as tréguas molhadas.
Lá fora, as aves prosseguem, sem lamentos.
Tanto a aprender com os  pequenos seres afadigados.

Bem, vou apreciar a chuva que cai do céu...oferta...não posso ser má educada.
Há que agradecer...talvez.

Recados de Chuva

sexta-feira, 22 de março de 2013

❤ Bodas ❤

   

A instituição do casamento tem evoluido ao logo dos tempos.
Dizem que está em crise. As estatisticas demonstram o  seu declínio, mas não deixa de ser dos contratos com mais responsabilidade que se podem assinar. 
Se a sua importância se estivesse desmoronado não vejo porque casais de orientação sexual diferente o reclamariam.
Eu Sei! Também não é mero contrato. Assunto para tanto...
Hoje não é disso que falo.
Viro-me para a comemoraçãodo casamento e das festas associadas.

Quando ouvimos falar em Bodas geralmente relacionamos a Bodas de Prata (25 anos) ou Bodas de Ouro (50 anos). 
Boda significa a celebração do casamento, o banquete, a festa onde se comemora a união matrimonial. A cada período de um ano é também comemorado o aniversário de casamento, e quando a festejamos damos a ela um nome em especial:

01º Ano de Casamento -  Bodas de Papel
02º Ano de Casamento - Bodas de Algodão
03º Ano de Casamento - Bodas de Couro ou Trigo
04ª Ano de Casamento - Bodas de Flores, Frutas
05º Ano de Casamento - Bodas de Madeira
06º Ano de Casamento - Bodas de Açucar ou Perfume
07º Ano de Casamento - Bodas de Cobre ou Latão
08º Ano de Casamento - Bodas de Coral, Barro ou Papoula
09º Ano de Casamento - Bodas de Ágata, Cerâmica ou Vime
10º Ano de Casamento - Bodas de Estanho ou Zinco
11º Ano de Casamento - Bodas de Aço
12º Ano de Casamento - Bodas de Ônix
13º Ano de Casamento - Bodas de Linho ou Renda
14º Ano de Casamento - Bodas de Marfim
15º Ano de Casamento - Bodas de Cristal
16º Ano de Casamento - Bodas de Safira ou Turmalina
17º Ano de Casamento - Bodas de Rosa
18º Ano de Casamento - Bodas de Turquesa
19º Ano de Casamento - Bodas de Água Marinha
20º Ano de Casamento - Bodas de Porcelana
21º Ano de Casamento - Bodas de Zircão
22º Ano de Casamento - Bodas de Louça
23º Ano de Casamento - Bodas de Palha
24º Ano de Casamento - Bodas de Opala
25º Ano de Casamento - Bodas de Prata
26º Ano de Casamento - Bodas de Alexandrita
27º Ano de Casamento - Bodas de Crisoprásio
28º Ano de Casamento -  Bodas de Hermatita
29º Ano de Casamento - Bodas de Erva ou Lã
30º Ano de Casamento - Bodas de Pérola
31º Ano de Casamento - Bodas de Nácar
32º Ano de Casamento - Bodas de Pinho
33º Ano de Casamento - Bodas de Crisólita
34º Ano de Casamento - Bodas de Oliveira
35º Ano de Casamento - Bodas de Coral
36º Ano de Casamento - Bodas de Cedro
37º Ano de Casamento - Bodas de Aventurina
38º Ano de Casamento - Bodas de Carvalho
39º Ano de Casamento - Bodas de Mármore
40º Ano de Casamento - Bodas de Esmeralda
41º Ano de Casamento - Bodas de Seda
42º Ano de Casamento - Bodas de Prata Dourada
43º Ano de Casamento- Bodas de Azeviche
44º Ano de Casamento - Bodas de Carbonato
45º Ano de Casamento - Bodas de Rubi
46º Ano de Casamento - Bodas de Alabastro
47º Ano de Casamento - Bodas de Jaspe
48º Ano de Casamento - Bodas de Granito
49º Ano de Casamento -Bodas de Heliotrópio
50º Ano de Casamento - Bodas de Ouro
51º Ano de Casamento -Bodas de Bronze
52º Ano de Casamento - Bodas de Argila
53º Ano de Casamento - Bodas de Antimônio
54º Ano de Casamento - Bodas de Níquel
55º Ano de Casamento - Bodas de Ametista
56º Ano de Casamento - Bodas de Malaquita
57º Ano de Casamento - Bodas de Lápis-Lazúli
58º Ano de Casamento - Bodas de Vidro
59º Ano de Casamento - Bodas de Cereja
60º Ano de Casamento - Bodas de Diamante
61º Ano de Casamento - Bodas de Cobre
62º Ano de Casamento - Bodas de Telurita
63º Ano de Casamento - Bodas de Sândalo
64º Ano de Casamento - Bodas de Fabulita
65º Ano de Casamento - Bodas de Platina
66º Ano de Casamento - Bodas de Ébano
67º Ano de Casamento - Bodas de Neve
68º Ano de Casamento - Bodas de Chumbo
69º Ano de Casamento - Bodas de Mercúrio
70º Ano de Casamento - Bodas de Vinho
71º Ano de Casamento - Bodas de Zinco
72º Ano de Casamento - Bodas de Aveia
73º Ano de Casamento - Bodas de Manjerona
74º Ano de Casamento - Bodas de Macieira
75º Ano de Casamento - Bodas de Brilhante
76º Ano de Casamento - Bodas de Cipreste
77º Ano de Casamento - Bodas de Alfazema
78º Ano de Casamento - Bodas de Benjoim
79º Ano de Casamento - Bodas de Café
80º Ano de Casamento - Bodas de Carvalho

Ora digam lá em que não há anos que mais vale fazer batota?
Saltar de ano?
De década?
Não?

quinta-feira, 21 de março de 2013

Palavras



Palavras desnorteadas
no remoinho da insensatez.

Palavras doces
na espera de serem provadas.

Palavras agramaticais
na espera  de novo acordo.

Palavras espartilhadas
no formalismo da Norma.

Palavras apaixonadas
na loucura do desejo.

Palavras naufragas
na busca do Norte.

Palavras sensatas
na cumplicidade da confidência.

Palavras salgadas
no mar da pele.



quarta-feira, 20 de março de 2013

A Mudança


Eu mudo . . . consoante quero ou me convencem.
Tu mudas . . . quando os olhos dos outros mudam.
Ele muda . . . arrastado ou rejeitado por ela.
Nós mudamos . . . na amizade que nos torna plural.
Vós mudais . . . se fordes pessoas de espírito livre.
Elas mudam . . .  quando lhes apetece, porque sim.

* MUDAR *

Um verbo a conjugar.
Implica movimento, adaptação, desacomodamento e pode não apetecer.
Sendo voluntária ou não, a realidade é que a mudança é a constante da vida.
A permanência na impermanência.


Realidade com milhares de anos de constatação.
Então, porque insistimos em nos apegarmos, em ficar, resistir à srª Mudança?

Talvez por medo:
* do desconhecido,
* dos outros,
* da novidade,
* de nós próprios,
* da mudança, pois então!

Nesta viagem  mais ou menos calma, acumulamos bagagem, enchemos os bolsos de recordações e teimamos em prender-nos no tempo...na eternidade ilusória.
Tudo passa, tudo muda, inclusivé a própria.

Afinal que resta? 
Momentos?
Memórias?
Ou pequenos rastos de nós refletidos nos outros?

Seja lá como for,  a viagem tem este poder de nos fazer mudar:
 * "A roupa da alma" como tão bem diz Quintana.
* As paisagens da mente.
* Os laços do coração.
* Os pensares do corpo.

E nesta dualidade do aceitar ou declinar o convite da tal srª Mudança...vivemos.
Com maior ou menor consciência.
Mas, vamos mudando...constantemente...com o tempo como testemunha.
Sem palavra a dizer... a menos que aceitemos a inevitabilidade e façamos da Mudança uma aliada.

 

"Aceitar-me plenamente? 
É uma violentação de minha vida.
Cada mudança, cada projeto novo causa espanto: meu coração está espantado.
É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue"
(Um sopro de vida)
Clarice Lispector

E nestes tempos, onde reinam as notícias e tantos sentem a Mudança de forma indigna na  sua essência Humana. 
A Mudança imposta pela economia, pelo dinheiro, pela sociedade.

Um humor sem piada:



Com calma . . . Sem Pressas !


Fascinas-me...
na calma, desapressadamente.

Sem pressão,
no tempo certo.

Não exijas!

Permite-me ser,
de alma, espírito e corpo.

Deixa-me fluir,
voar nos sonhos que me visitam.

Na desacelaração deslumbro-me
no enlevo de mim.

Autorizo a tua aproximação,
na calma que me encanta.

terça-feira, 19 de março de 2013

Saudade de Pai

Ensinaste-me a tolerância,
para lá do imaginável, do aceitável.

Amaste-me na aceitação, rara, carinhosa de ti.

Tornaste-me pessoa
muito antes de o adivinhar.

Estiveste na génese de mim,
sabendo-me, sentindo-me na autenticidade.

Respeitaste-me integralmente,
sem faturas, trocas ou julgamentos.

Mimaste-me sem pesos ou medidas,
numa incondicionalidade que só em ti provei.

Não permitiste que largasse a tua mão,
mesmo quando era eu que te conduzia.

Pai...Protetor!
Pai...Estrela Guia!
Pai...Querido!
Pai...Lutador!
Pai...Inspiração!

Não sei que fiz.
Sou (fui) indigna de tamanha devoção

Fazes-me tanta falta...Pai.
Tanta...
A Saudade corrói-me a essência, a carne.

Como gostaria de te dar mais um beijo.
Só mais Um!


segunda-feira, 18 de março de 2013

Alma Nua !

Já te contei?
Do aperto no meu 'eu' quando te adivinho por perto...
Do poder da tua voz nas minhas entranhas...
Do arrepio delicioso no sabor de teu beijo...

Não me peças para parar!
Quero contar-te...Tudo!

Oh! 
Se tal fosse possível...
ficarias senhor do Universo do meu amor.

Ouve!
Já te contei?
Da mansidão das tuas mãos, dos teus dedos, que me abrasam?
Do teu olhar guloso que me desarma em guerra perdida...
Do teu querer insaciado, insano, cura das minhas demências...

Vem!
Escuta-me no silêncio da nudez de mim, do meu pensamento.
Atende-me este gemido que reclama mais e mais.
Ausculta-me os batimentos descompassados, tornando-me vulcão incontrolado.

Tanto sentir que se transvia nesta fúria de tudo querer contar.

Já te contei?
Da ternura esboroada que se derrama de nós...
Das migalhas sorvidas na boca que nunca se cansa...
Das pétalas que solto quando me chamas de 'querida'...

Já te contei?
Da alma nua que sou eu em ti...



O Mergulho




"Não me ofereça a superfície, não. 
Eu adoro mergulhar, sentir cada molécula de vida pelo meu corpo. 
Não me diga que a água é fria, eu sei que ela fica quente depois de um tempo. 
Não me diga que é muito profundo, não tenho medo de profundidade, quanto mais profundo, mais aumenta minha curiosidade. 
Não invente desculpas, eu não tenho medo, e para provar, estou mergulhando sem equipamento de segurança."
Jéssica Barreto



domingo, 17 de março de 2013

Estou triste . . .


Estou triste. 
A minha amiga Emilia (desculpa trocar-te o nome, mas também que interessa?) partiu..
Deixou este mundo, como o conhecemos. Tantas formas para simplesmente dizer que ... morreu.
Partilhámos vidas, sorrisos e confidências.
A vida na doença levou-a a isolar-se no conforto da família mais próxima. 
Construiu um muro...e eu respeitei. 
Talvez não quisesse mostrar-se na fragilidade, na dor, no sofrimento, na impotência duma batalha que, esperançada, julgava vencer.
Eu queira estar lá. 
Só concebo a amizade na partilha do bom e do menos bom.
Hoje, já não sei.
Eventualmente, em caso de doença minha talvez me isole e não queira partilhar as minhas dores.
De certa forma compreendo-a.
Mas, tenho saudades.
Gostava de a ter olhado uma vez mais, de lhe sentir a alegria contagiante que lhe era peculiar.
Nunca mais olharei no seu rosto ou ouvirei a sua voz.
Foi cremada, a seu pedido.
Estou triste.
Nada mais certo, para cada um de nós, esta realidade. 
Mais tarde ou mais cedo.
Para Emília...demasiado cedo.
Amiga, continuas bem viva em mim.
Lamento não ter sido mais...não estar presente...tu não o quiseste.
Não guardo mágoa, só tristeza porque não te posso ligar e ouvir.
Estou triste . . .


sábado, 16 de março de 2013

Do Gato e da Gata !


I-
O piso gelado e escorregadio das telhas não o demovia. 
Ele era um Gato da noite. Vadio, assanhado, em cio  ininterrupto. O apelo das fêmeas dominava-o. Um comportamento que nem dava conta. Julgava-se um verdadeiro macho, conhecedor das artes da conquista. O ronronar, a sedução não lhe escondiam segredos; pensava o Gatão, senhor de si. Pronto a entrar em qualquer luta para atingir o almejado troféu. As arranhadelas, as  feridas saradas ao longo dos anos era um preço irrisório pelo prazer obtido. Nestes passeio noturnos as temperaturas desconfortáveis ou a chuva impiedosa  não constituam qualquer obstáculo. Os seus inimigos eram, tão somente, as recusas das gatas que procurava.
O gato tinha sempre o dia para recuperar das aventuras inimagináveis, mas que ele teimava em contar com acrescentos fantasiosos.
II-
O crepitar da lareira amolecia-a. O calor aconchegante inundavam-na de preguiça.
Ela era uma Gata dócil, caseira. De satisfação fácil, contentava-se nos afagos ocasionais, em encontros fortuitos. Raramente os procurava. Sentia-se feliz na pacatez da existência.
III-
Com a noites a levantarem-se mais tade, a Gata saiu pelo entardecer. Os últimos raios de Sol do dia provocavam reflexos coloridos nas plantas do jardim. Nunca se aventurava para além do território conhecido. De quando em vez, passavam desconhecidos que, com a conversa, se podiam converter em amigos.
IV-
O gato iniciara a sua ronda noturna mais cedo. Pretendia explorar novos terrenos, aventurar-se. Ainda nos muros baixos, por entre o casario, viu-a.
Chamou-lhe a atenção como prazenteiramente se rebolava sob a luz. As hormonas eriçaram-se bem como os pelos e permitiu que uma onda de calor o invadisse.
Desceu ao nível dela, no solo. Assustada com a aparição apenas o olhou nos olhos. Leu-lhe o desejo e não lhe ficou indiferente. 
A noite espreguiçava-se com os seus braços abrangentes. 
Convidou-a a subir ao telhado para verem o nascer da Lua. 
A Gata tinha o astro como sua amiga, principalmente quando estava cheia e inundava o seu recanto de alva paz, em forma de luminosidade.
Subiram ao topo da casa e ficaram observando o movimento impercetível da senhora Lua.
Convergiam as forças naturais e conspirava o Universo para que a noite fosse passada no céu. Saciados e já com o Sol a nascer, a Gata convidou-o a aninhar-se entre paredes.
V-
O Gato, enlouquecido no entusiasmo que permanecia, acedeu.
Ela entrou em casa e através da janela, convida-o a entrar, fazer-se seu.
Silêncio e quietude.
De olhos húmidos a Gata percebeu.
Aquele não era o seu Gato. Ela ambicionava mais do que instantes. Queria tudo.
O Gato recolheu-se à vida diurna, sem ferimentos ensaguentados como era hábito, mas descobriu o sabor agridoce da impotência. Não ser capaz de mudar porque assim o determinara e decidira. Prosseguiu o seu caminho guiado pelos instintos básicos. Sem amor.


sexta-feira, 15 de março de 2013

Subindo . . . Descendo . . . a Escadaria . . .



Afadigada,
escalo degraus.

Dorida,
nos músculos,
na carne da alma.

Sussuram,
os gemidos da vontade.

Arrasto-me,
pela subida escarpada.


Debilitada,
na procura do cume.

Traída,
pelos fantasmas de mim, resvalo.

Teimosa,
persisto neste sobe e desce.

Esperançosa,
sei do valor da escadaria da vida.

Ensanguentada, de feridas abertas, com sorriso como enfeite, chegarei lá.

No cimo da escadaria,
percorridos patamares inimagináveis.

Despojada,
serei EU.

Onde a dor não tem lugar, somente EU.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Nós . . . As Mulheres . . .



Nós, as mulheres . . .
Gostamos que nos ouçam,
pedimos atenção, escuta.

Nós . . .
Detestamos ser reduzidas a funções.
É bom...sermos sentidas, no todo.

Nós, as mulheres . . .
Invocamos o amor em todos os movimentos.
Vivemos dele, por ele e com ele.

Nós . . .
Não apreciamos estatísticas.
Sentirmo-nos especiais únicas . . . um desafio que nos seduz e encanta.

Nós, as mulheres . . .
Podemos ser a gramática da tua língua.
Estuda-nos e e desvendarás nossos segredos.

Nós . . .
Somos indiferentes a Egos desmesurados.
Na partilha entre pares desabrochamos.

Nós, as mulheres . . .
Encerramos saberes, quereres e sentires
que vão para lá do razoável, do suposto.

Nós . . .
Dispensamos comportamentos puramente materiais,
onde o físico comanda.

Nós, as mulheres . . .
Somos aves que se realizam no voo.
Com a brisa no rosto e afetos no coração.

Nós . . .
Seres incompreendidos pela ignorância
de mentes redutoras e etiquetantes.

Nós, as mulheres . . .
Ansiamos a descoberta, própria e do outro,
da simplicidade de Ser Mulher.


quarta-feira, 13 de março de 2013

E . . . EU ?


Repouso, 
descanso, 
medito.

As nuvens correm apressadas,
mudam de forma.
O vento sopra,
tirando tudo do seu lugar.
As pessoas cruzam caminhos obrigatórios,
sem pensar nas rotinas escolhidas.

E . . .  Eu?

Sou ave orfã, desirmanada.
Gaivota fugindo do mar encrespado.
Grito preso na garganta do possível.
Flor adormecida pelo frio que me envolve.
Vontade aprisionada em mim.

Nesta quietação sonho:
Com amigos, irmãos e companheiros que me acolhem e chamam de 'querida'.
Voar pela imensidão dos ares, sem receios,  com o mar a convidar-me ao mergulho.
Juntar palavras sons, gestos entendíveis, soltando-me.
Desabrochar no morno do Sol, ternura de um sorriso.
Ser eu, tornando-me Livre!

terça-feira, 12 de março de 2013

A INVEJA


Quando se ouve falar de 'inveja' é normal sentir-se desconforto.

Eis a definição do Dicionário On Line:

"Significado de Inveja

s.f. Sentimento de cobiça à vista da felicidade, da superioridade de outrem: ter inveja de alguém.
Sensação ou vontade indomável de possuir o que pertence a outra pessoa: ela tem inveja do marido da outra; ele tem inveja do seu chefe.
O objeto, os bens, as posses que são alvos de inveja: seu carro importado era a inveja dos vizinhos todos.
(Etm. do latim: invidia)

Sinônimo de inveja: Ciúme e emulação."



Pois bem, tenho de confessar que é um sentimento do qual ainda não encontrei clareza, no conceito.
Se tenho vontade de, nalgumas circunstâncias, ter determinadas capacidades que outro demonstra? Sim.  Há situações em que gostava de ser diferente, mais forte, assertiva, confiante. E não a escondo, até costumo dizer: 'gostava de ser como tu!'
No aspeto material não a sinto.
Este assunto tem mexido comigo. Espero que com esta partilha, me resolva.
Pelo que confessei acima, sou uma invejosa. Nada bonito! Mas, não estará relacionada com inseguranças?

P.S. Ainda fiquei mais confusa. Quem ajuda?

segunda-feira, 11 de março de 2013

❤ TE AMO ❤


TE AMO!

"Te amo de uma maneira inexplicável,
de uma forma inconfessável,
de um modo contraditório.
Te amo, com meus estados de ânimo que são muitos
e mudar de humor continuadamente
pelo que você já sabe
o tempo,
a vida,
a morte.
Te amo, com o mundo que não entendo
com as pessoas que não compreendem
com a ambivalência de minha alma
com a incoerência dos meus atos

com a fatalidade do destino
com a conspiração do desejo
com a ambigüidade dos fatos
ainda quando digo que não te amo, te amo
até quando te engano, não te engano
no fundo levo a cabo um plano
para amar-te melhor
Te amo , sem refletir, inconscientemente
irresponsavelmente, espontaneamente
involuntariamente, por instinto
por impulso, irracionalmente
de fato não tenho argumentos lógicos
nem sequer improvisados
para fundamentar este amor que sinto por ti
que surgiu misteriosamente do nada
que não resolveu magicamente nada
e que milagrosamente, pouco a pouco, com pouco e nada,
melhorou o pior de mim.
Te amo
Te amo com um corpo que não pensa
com um coração que não raciocina
com uma cabeça que não coordena.
Te amo incompreensivelmente
sem perguntar-me porque te amo
sem importar-me porque te amo
sem questionar-me porque te amo
Te amo
simplesmente porque te amo
eu mesmo não sei porque te amo…"
(Pablo Neruda)


domingo, 10 de março de 2013

O consumo . . . da Felicidade


E porque consumir não se resume a alimentos, a roupas, a carros, a marcas; à satisfação das necessidades básicas e materialistas.

Somos seres sociais, de afetos e, suspostamente, inteligentes.

Então, consumimos arte, sob variadas formas, sentimentos e estados de alma.

A felicidade é um ´produtos' dos mais apetecidos.
O objetivo da grande maioria.

Experimentem perguntar aos vossos conhecidos, amigos e familiares: - 'Qual o vosso sonho?' Aposto que a maioria responde o 'Ser Feliz!'.

O Shaw questiona este direito de plenitude contente.
Pois, há que produzi-la, tal como acontece com os consumos de riquezas que não deverão existir sem  a contribuição para a sua formação.

Eu concordo aqui com o sorridente Dalai Lama.
Isto de ser feliz não é bem um consumo, nem a felicidade 'algo que apareça pronto a consumir'.
Porém, já tenho as minhas dúvidas em relação a esta 'partir das nossas próprias acões'.

Podemos sentir a felicidade sem nada ter feito para tal.
É como uma produção da mente ou até do corpo que nos envolve numa onda de prazer e de entusiasmo indescritível.

Não se consome . . . Sente-se . . . Vive-se.
De preferência no prolongamento do tempo, na eternidade  do momento.

Pode estar relacionado com os nossos comportamentos, atitudes ou sentimentos ou . . .  não.
Os outros também podem ter uma palavra a dizer se . . . assim o permitirmos.

Seja como for . . . O importante é . . . SER FELIZ !

Se lhe chamam consumo, então . . . quero morrer de indigestão 



sábado, 9 de março de 2013

Mulheres !

O meu receio Daqui concretizou-se.
'Detestaria' foi o verbo que utilizei. Vendo a realização do não desejo, ainda fiquei mais dececionada.

As minhas considerações não sofreram alterações. Continuo a considerar os adjetivos, no minímo, desinteressantes. Tivesse a música outra letra e talvez constasse da minha lista no mp3.

Lamento esta tendência, do género em que me incluío, em 'imitar' ou ser igual aos homens. A nossa inteligência devia escolher os aspetos e comportamentos positivos, construtivos que nos elevassem.

Pode ser uma caricatura, um gozo. Mas, não me faz rir. Não tenho sentido de humor, deve ser isso.

Se não ouvirem, fiquem a saber que se afirma que as mulheres são: 

* CHATAS
* BURRAS
* FÚTEIS
* ANORMAIS.


Deixo à vossa consideração...

Quanto a mim, o ser humano tem sempre dois lados e as generalizações são perigosas ainda que em forma de graçola.




sexta-feira, 8 de março de 2013

Ela




Ela


"Ela pode ser o rosto que não consigo esquecer

Um traço de prazer ou arrependimento

Pode ser meu tesouro ou

O preço que tenho que pagar

Ela pode ser a canção que o verão canta

Pode ser o arrepio que o outono traz

Pode ser as centenas de coisas diferentes

Que acontecem em um dia

Ela pode ser a bela ou a fera

Pode ser a fome ou o banquete

Pode transformar cada dia em

Céu ou inferno

Ela pode ser o espelho do meu sonho

Um sorriso refletido em uma correnteza

Ela pode não ser o que parece

Dentro de sua concha

Ela que sempre parece feliz na multidão

Cujos olhos podem ser tão reservados e tão orgulhosos

Ninguém pode vê-los

Quando eles choram

Ela pode ser o amor que não vai durar

Pode vir a mim de sombras do passado

Que eu lembro até o dia que morrer

Ela pode ser a razão pela qual eu sobrevivo

O porque de eu estar vivo

A pessoa com quem me preocuparei nos

Anos difíceis e felizes

Eu, levarei seu sorriso e suas lágrimas

E fazer delas minhas lembranças

Por que onde ela for, eu tenho que estar

O sentido de minha vida é ela, ela, ela"

Elvis Costello 'She' .
Feliz dia, Mulheres!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Quieta


Sem pestanejar,
fico imóvel.

Quero reter o momento,
para sempre.

Manter o morno
do amor derramado.

Cerro os olhos,
pairando nos braços do prazer.

O relógio parado,
cúmplice do êxtase.

No instante onde existo,
sozinha, no universo do sentir.

Prolongo a preguiça,
o querer e o que me  deixaste.

Só quero ficar quieta,
absorver-me na tua entrega.

quarta-feira, 6 de março de 2013

A Vontade

Sendo Einstein um homem da ciência e tendo revolucionado o Conhecimento não vejo porque não aceitar ou acreditar nas suas filosofias.
Os nossos comportamentos, ações e atitudes, mesmo que por omissão, têm sempre uma força subjacente, uma motivação.
Já conhecemos o poderio do vapor, da eletricidade ou da energia atómica.
E ainda melhor do que o próprio do Albert. 
Já tanta ideia e teoria surgiram depois dele!

Afirmar que a Vontade Humana é Força capaz de praticamente tudo é digno de reflexão.
Como em tudo o que diz respeito ao Homem, é sempre relativo e depende de cada um.

Quanto a mim, qualquer vaporzito, descarga elétrica ou reação atómica me abalam.
A minha vontade, das duas uma, ou está escondida nalgum recanto de mim ou ainda não fui inteligente o suficiente para a saber usar.

E vocês?
Como consideram a vossa Vontade neste contexto de motivações várias?
É o verdadeiro motor das vossas existências?

terça-feira, 5 de março de 2013

* Desabrochar *


Passas-me revista.
Rebuscas-me.
Viras-me do avesso e descobres recantos que desconheço.
O teu empenho, em deslindares este novelo que sou eu, desarma-me.
Porque te esforças?
Sou normal, desinteressante, até.
Porém, tu não desistes.
Teimas em vislumbrar o melhor de mim.
Penso que caças fantasmas, entes, frutos da tua imaginação.
E nessa demanda cuidadosa, paciente, o milagre acontece.
Deparo-me com sorrisos empoeirados, sensações enferrujadas sentires adormecidos.
Somente o teu carinho amoroso revela coisas boas de mim.
Relegadas para um qualquer canto, esquecidas.
Nesta tua pura oferenda a amplidão do Mundo toma conta de mim.
E desabrocho!
Humana! Pessoa! Mulher !

segunda-feira, 4 de março de 2013

Solto . . .

Solto . . .

um suspiro
um beijo
um gesto
uma pétala . . .

de mim.

Solto - me !

Pedaços de mim são levados no tempo.
O vento desprende-me as folhas amarelecidas.
Divido-me em fragmentos de raízes expostas.
Em desapegos permitidos, envergonhados ou obrigados.
E neste afrouxar da minha inteireza, desfaço-me.

Vou-me perdendo . . .
Soltando . . .

Para a Descoberta do âmago perdido.

Por isso . . .

Solto !


domingo, 3 de março de 2013

O Indicador . . .


Parece-me que está tudo explicado, claro como água!

sábado, 2 de março de 2013

Sinto falta . . .

 

A tua ausência é dor contínua.

Indisfarçavel, a privação de ti.
Do teu olhar!

Sinto falta . . .

Do caminhar dos teus dedos,
Do suor da tua pele,
Da ânsia da tua boca,
Do aroma do teu amor,
Das risadas suspeitas,
Das palavras mudas,
Da ternura em que me embrulhas,
Da satisfação fatiada . . . da incompletude plena,
Do humor que me faz sorrir . . . e . . . ser feliz,
Do tempo interrompido . . . onde existimos no Sempre só nosso.
Sinto falta . . .
Dos instantes . . . Contigo!

sexta-feira, 1 de março de 2013

Súplica

Vem repousar no meu poleiro.
Aterra confiadamente.
Ofereço-te abrigo manso,
palavras doces,
o néctar de mim.
Liberta-te, solta amarras e recolhe-te.
Deixa-te envolver no abraço de ternura do meu olhar.
Permite-me ser teu poiso, âncora no temporal.
Desfadiga-te de tormentas sem serventia.
Aquece-te na suavidade morna do carinho.
Passeia nestas terras perfumadas.
Traz-te somente.
A bagagem dispensável atira-a ao abismo do Nunca.
Assenta o querer no sonho do Nós.
Vem !