terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Diz-me . . .



Diz-me que o amor é molhado,
como tua boca,
 regando meus lábios,
levando humidade tropical
por toda a superfície que sou.

Regas meus sulcos,
planicíes, planatos,
percorrendo minha geografia integral
com esse amor 
que sinto molhado.

És como chuva 
em terra fértil,
rastilho de explosão ensadecida,
por onde brotam sementes precoces,
desvairadas germinações.

Deixa-me desenhar-te
em gotas de suor,
minhas,
tuas,
o fogo molhado
que nos consome.

Vem uma vez mais . . .
diz.me que o amor é molhado!




sábado, 10 de janeiro de 2015

Como flor . . .


Trouxeste-me a simetria das flores
no eixo da tua boca molhada,
o perfume delas
no teu corpo que me inebria.

Trouxeste-me a suavidade das pétalas
na tela da tua pele
por onde me pintas
e me fazes flor.

Trouxeste-me a loucura da primavera
na explosão do teu olhar,
o silêncio do desejo
nas tuas mãos
com que me prendes
e chamas tua.




quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Será destino?


Anna Majboroda


Busco a estrada larga,
o prazer da caminhada,
a ponte que me elevará.

As pernas alternam-se,
sem reclamar,
neste chão 
que se metamorfoseia.

Ora rocha, 
ora tapete perfumado,
os sentidos fazem o relatório,
mas tenho de continuar.

Vou por aí,
perseguindo paisagens,
sonhos meus,
em estrada larga,
carreiro da minha imaginação.

Reclamo, investigo,
perco-me,
ninguém se importa
com demanda minha.

Há um mar por atravessar,
tormentas e adamastores,
nevoeiros e não sei que mais.

Percorro trilho 
de rumo por inventar,
atrevo-me em travessias,
passagens com serventia
da vida,
onde o tempo se enconde
e eu me busco,
sem cessar,
na inquietação de me ser.




terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Como uma borboleta



Sopras o desejo nesse olhar,
vergando-me com o silêncio
das tuas palavras.

Sou embarcação
com borboletas no porão,
ou serei apenas rapariga
com impressões na barriga?

Vês?
Até me fazes rimar
na vibração da tua respiração
que me deixa à deriva, 
por aí,
onde tu moras
e me encontras.

Nesse mar de margens distantes,
na baía calma que me chama.

Tremo,
arrepio-me,
cerro os olhos,
em disfarce de quietação
pois sei que me soprarás,
outra vez.

Deixas-me entrar no vapor,
no chão da neblina,
o teu olhar de desejo,
onde navego
 e me sou.




segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Onde estás?



Ainda agora te sentia,
eras meu
sob o lençol
da minha pele,

Tocava-te
como quem dedilha
a melodia de todos os tempos.

As minhas mãos percorriam-te
no compasso do olhar,
sem maestro,
na cumplicidade
da pele.

Ainda agora te sentia
e já o vazio tomou posse
destes dedos tristes,
sozinhos.

Não te sei,
perdi-te por entre
intervalos,
instantes a que chamam vida.
Não quero acredito.

As minhas mãos
galopam o ar,
em demanda tua,
sofrem
e só te querem sentir . . . uma vez mais.



quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

2015 Chegou ! ! !



Apenas um beijo,
uma simples flor . . . 


. . . um novo calendário por desfolhar,
sem pressas,
na calmaria de ser feliz!




quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Mimos fins e afins



Por aqui gela-se neste final de ano.

A sério que penso não resistir a tamanho frio.

Por outro lado, o calor da Blogosfera acalenta-me.

Não se pode ter tudo, não é?


Como o tempo é conversa desinteressante assisto às últimas respirações de 2014.
Não há forma de não balancear os deves e os haveres.

Poupo-vos às minhas divagações,
 podem descansar.

Vejamos :

Mimaram-me tanto por esta Blogosfera fora, mas tanto . . .

Por aqui deixo 2 materializações desse carinho.

O querido AFlores já por aqui mencionado algumas vezes.
É-me uma inspiração e um exemplo a seguir.

Quem me dera ter a sua força bem como a boa disposição!

(estou no top de comentadores, como sou vaidosa)




Do outro lado do Oceano:
A amorosa Pati, de quem já falei por aqui, quis mostrar um pouco mais de mim. 
Inspirou-se no que me conhece e não é que parece já ter conversado comigo face to face?

Vestiu-me com as cores da bandeira portuguesa e eis-me:


Confesso que gostava de ter sempre aquele sorriso e também de ser escritora 'à séria'.
Contudo, fico-me por ser umas vezes alegre 
outras uma grande, grande chata.

Sou Pérola e gosto muito de o ser já que Margarida significa Pérola.

Se tiverem curiosidade, espreitem um pouco da história do nome:
http://www.dicionariodenomesproprios.com.br/margarida/


O ano fecha deficitário porque nem tudo é muito bom.
Também quem disse que teria de o ser?
Eu e as minhas manias de querer ser feliz . . .

(Não foi como eu gostaria . . . , pois não!
Serei muito ambiciosa? 
Ou simplesmente tenho de aprender a conjugar a conformação?)

Dúvidas, hesitações e mais interrogações . . . !!!
Afinal, não é esta a história da minha vida?

Exceção feita à Blogosfera que pesou bastante no lado mais que positivo, 
continua a ser uma experiência que ainda me surpreende e a todos tenho muito a agradecer.

Fico-me por aqui;
Deseja-te um 2015 repleto de ternura e a concretização dos teus sonhos.

Bem Hajas!





terça-feira, 30 de dezembro de 2014

É sempre tempo . . .



Sonhe-se um mundo florido,
novo ano,
renovados desejos,
em miragens logo ali.

Sonhe-se magia planisférica,
beijos inercontinentais,
um abraço só.

Sonhe-se na tela branca,
marés por acontecer
em dias a estrear.

É sempre tempo de sonhar,
crer  em sonhos
depositados em calendário por desfolhar:
o Ano Novo se aproxima:

Que se sonhe, pois então!
É sempre tempo . . .



segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

In Love . . .



Porque o amor tem de doer?
Porquê?
Não é coisa boa?
Com sabor a desejo
e cheiro animal
quem sabe irracional, até?

Talvez sejam as fronteiras,
essas malvadas,
por onde o amor se delimita:
o ciúme,
a posse,
a sofreguidão,
o querer demais,
o ódio,
talvez.

Porque o amor tem de doer?

Ou será que não é amor?

Haverá apropriação desenfreada
da palavra, 
do sentimento,
do significado,
do sinónimo
ainda por desvendar
por entre véus
de amorosas confusões?


 Amor é deixar ser, sendo-se . . .

Sem dor !


In Love  ! ! ? ?  



domingo, 28 de dezembro de 2014

Mima-te !






Por hoje basta:

Cuidar-se !

Amar-se!

( já experimentaram serem o/a vosso/a melhor amigo/a ? )





sábado, 27 de dezembro de 2014

Das incertas certezas



Há quem diga que tenho certezas,
que argumento como se soubesse.
Quem me dera!

Eu sorrio,
de feição triste,
a quem me julga 
sem nada entender.

Fui semeada em terras de dúvida,
criada com leite de incerteza,
já mulher,
 engravidei da inquietação
com parto por acontecer.

Hoje, 
o tempo ofereceu-me mais hesitação,
quedo-me em terras desconhecidas,
olho,
observo
e não me sei.

Já perdi a conta 
às vezes que gritei 
incertezas minha.

Quem quer saber?

Nem eu sei...se quero saber 
ou deixar ir.

Das certezas incertas,
uma,
porém,
é minha:
a sabedoria  não é minha,
na certa.


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Desejos (de rosa)



Apetecem-me rosas,
meu amor.

Brancas como a luz,
cheirosas como tu.

Apeteces-me 
com sabor a bom,
de cheiro a flor.

Desalinhado no teu jeito,
tirando-me para fora de pé,
rendo-me na perdição florida.

Traz-me um jardim,
um canteiro
ou mero caule florido.

Vem, meu amor
e traz-me o botão de rosa
que és tu.



quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

É NATAL!!!




Pergunto-me porque associamos o Natal à neve, 
ao trenó com o Pai Natal e as suas renas!?

Será cultural, terá a ver com a tradição ou simplesmente por habitar no Hemisfério Norte?

Na realidade, também por outros Hemisférios, 
o Natal é celebrado ao calor de um Sol radioso e de pele à mostra.

Venho confessar que gostaria de passar um Natal na praia,
de tez morena e bikini vermelho.
Piroso?
Pois . . . talvez.
(mas, como gostos não se discutem . . .)

Será que o meu sonho se realizará?

Fica o desejo.

Feliz Natal!

Qualquer que seja o teu Hemisfério ou paralelo.



quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Food, Fome . . . parecidos só no som!



Há um Mundo de diferenças,
egoísmos ou simples individualidade.

Não sei!

Falam de Amor,
Paz,
Solidariedade,
Respeito,
Liberdade.

Onde estão?

Enquanto houver 
uma pessoa sem o poder ser
na falta de dignidade,
na incapacidade de se ser,
com fome,
de alimento 
ou afeto,
então 
o Mundo é oco
e o Natal não passa de mais uma palavra
de calendário.

Quero acreditar na aproximação
pelas diferenças,
onde Food é inquestionável
para todos
e fome é opção.



terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Natal é vermelho



Como uma visão,
sorrias em cenário
preenchido por tuas mãos
a transbordar flores.

Flores vermelhas,
túlipas,
como sabes que me emudecem,
enlaçadas no calor do teu olhar.

Acordei,
o Natal é-me garrido,
encarnado,
como no sonho
em que acordei
e tu
me trazias flores . . .






segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Do Solstício




Solstício de inverno é um fenómeno astronómico que acontece todos os anos ao dia 21 ou 22 de dezembro.

Esta data marca o início do inverno no hemisfério norte e do verão no hemisfério sul.

Este dia é o dia mais curto do ano e consequentemente a noite mais longa do ano por terras a norte do Equador.

Os solstícios ocorrem duas vezes ao ano - no dia 20 ou 21 de junho acontece o solstício de verão, e no dia 21 ou 22 de dezembro ocorre o solstício de inverno.


A palavra solstício vem do latim "sol" e sistere "que não se move". O solstício de inverno ocorre quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador.


Ontem foi dos um dos meus dias preferidos do ano: o Solstício de inverno!
E porquê?
Poderiam perguntar já que está frio, 
o dia é curtíssimo e o Sol parece nada querer connosco!?

Sinto esta época como uma gravidez de promessas.
Esperança e vontade embrulhados no desejo de dias maiores, mais quentes onde gelada não seja o meu estado natural.

Não são vãs as expetativas.
Por muito que o tempo mude, 
os dias começam a crescer e tudo aponta para a primavera.

Vejo o inverno como a contagem decrescente de dias quentes, luminosos e inspiradores.

E, isso, é muito bom e eu gosto demais.



domingo, 21 de dezembro de 2014

Por acontecer


Tinha aquele olhar
de menina perdida,
orfã de sonhos ausentes.

Na mão um punhado
de promessas abandonadas
em ecos de outros tempos.

Cabelo perfumado
nas pétalas outrora floridas,
era o rasto do desejo por cumprir.

O queixume de si
rompia em pranto solitário,
em desagrado do não acontecer.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Meu amor, tua lavanda . . .



Deixa-me ser a tua lavanda, amor,
perfumar-te por entre as minhas coxas,
energizar-te no calor do meu corpo.

Sou essência em excesso,
alfazema como a luz violeta,
medicinal quanto baste
na cura das tuas ânsias.

Vem!
Solta-me as pétalas no teu querer,
desnuda-te no meu campo aberto,
deixa-me ser a tua lavanda, meu bem.

Não vês que floresço por ti,
te provoco sem pudores, 
te aguardo, meu querido?

Despe-me a intranquilidade,
o excesso de estimulação,
pois se danço no interlúdio do vento,
ao sabor da espera
em que me deixes ser a tua lavanda.




terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Do arrependimento



O tempo traz-nos tantas coisas . . . 

De entre delas vem o arrependimento que podemos aceitar ou . . . talvez não.

Há os que afirmam nunca se terem arrependido de nada e outros punem-se, culpabilizam-se na casa do 'estar/ser arrependido' em eras sem fim.


Eu ainda não me decidi, como em tantas outras coisas da vida.
Creio que, em principio, se tomam caminhos, fazem-se escolhas com o melhor que se tem e pensa na altura.

Depois . . .
Ah! Pois . . .

É sempre no 'depois' que surgem as consequências, se fazem balanços e então a luz aparece...' -afinal devia ter feito doutra forma, que raios!'

Ups!
Tarde demais.


Viver parece resumir-se a este contínuo de momentos, instantes por onde vamos acontecendo, sendo gente.

Como tal, tendemos ao controle, à perfeição, ao sonho e acabamos enleados nesta teia onde nos dizem que a liberdade é real, 
mas onde tantos outros condicionalismos nos trocam as voltas.


Se estou arrependida?

- De tantas coisas! Porém, de que me serve?

Ainda não inventaram a máquina do tempo e como diz uma amiga:
" - Para a frente é que é caminho!"
(como se fosse possível caminhar para trás...!)



sábado, 13 de dezembro de 2014

Sem saber (ser-me)


"A melhor maneira de fugir é ficar parado...deixar de ter dimensão, 
converter-se em areia no deserto. 
Desaparecer para fazer o outro se extinguir."
Mia Couto
No livro "O Outro Pé da Sereia"


Na nudez de me ser,
deixo os afagos da Lua
me vestirem,
tornar-me pálido raio da sua luz.

Tem vezes que
sou o rasgo de silêncio
após o trovão,
um pequeno nada
em momento perfeito.

Sem querer,
solto a geada derretida,
da minha agonia,
como rio de dores
por entre as margens do rosto,
lago desaguando
no delta do meu pescoço.

No convite do Sol,
consumo-me no calor 
daquele instante,
onde me abandono ao êxtase.

Não me sei!

Anjo ou demónio,
no limbo de mim,
buscando o outro,
a esperança fugidia,
em demanda inquieta,
adivinhando-me
 em totalidade fugaz.