Perguntas-me se sou jardim,
oceano de perfumes,
verde entremeado de cores
como arco-íris semeado por ventos
e primaveras repletas de pólen, estames e óvulos.
Ah !
Como se eu soubesse . . .
Basta-me esse mar cheiroso
a extravasar minha maré de pétalas,
essa cor que me agita no balanceio do teu olhar
e ser caule tenro
em desabrochar tingido de todas as cores do mundo.
Ah!
E a primavera!
É-me a energia,
a luz,
a semente de quem sou,
de quem fui,
de quem serei,
o colo de todos nós.
Insistes na objetividade da resposta,
e eu só sei que sou flor,
sem o rubor das rosas,
o vigor dos arbustos,
o perfume dos jasmins,
ou o atrevimento das trepadeiras.
Sou parte no todo
ou tudo em partes,
enraizado por aí,
como se fora jardim (inacabadamente) perfeito.
Pérola