As nuvens corriam velozes lá fora.
Ouvia o vento a baloiçar os ramos que desesperavam a segurar as folhas que avermelharam.
Eram filhas que partiam demasiado cedo.
Todos os anos a mãe natureza fazia o seu luto na invernia que se aproximava.
O Sol perdera o ardor e sorria tímido por entre correrias de gotículas que se amontoavam.
Talvez acabassem por lutar e caíssem sobre a forma de chuva esperada.
Como era energia desperdiçada o desejar outro clima, resolveu adaptar-se às circunstâncias.
O telefonema deixara-a apressada.
O encontro inesperado era-lhe apetecido.
Sem perder tempo, o duche percorrera-lhe o corpo tenso.
O hidratante mal espalhado perfumava o ar.
Em poucos minutos o cabelo tinha sido domado e a pele adquirira tons mais saudáveis.
O tom bronzing ficava-lhe bem.
De olhos escurecidos e lábios brilhantes restava-lhe vestir-se.
Já sem a simplicidade do tempo mais quente.
A lingerie servia de base às camadas que começavam a tornar-se necessárias.
Como sempre, as unhas estavam tratadas e em tons vermelho paixão.
Pura sorte!
As meias pretas foram retiradas da embalagem e delicadamente sorriu ao envolver o pé e a perna duma negritude sensual.
Antecipava o momento em que ele lhas arrancaria sem pudor e com pressas amorosas.
Para lhes prolongar a vida . . . calçou-as demoradamente.
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De seguida, enfiou as peças de roupa num ápice e voou para os braços dele que a recebeu com beijo despido.