segunda-feira, 30 de abril de 2012

Florbela

Finalmente foi dia. Valeu a pena esperar!
Vi 'Florbela', filme inspirado na vida de Florbela Espanca.
As palavras, na nossa bela língua, sem legendas, prenderam-me ao écran do cinema as 2 horas. Queria mais...

Do filme ficaram-me:
  1. Uma certeza: Ser mulher, com todas as suas inquietações, dúvidas, intimidades, é igual no sec.XX, no sec. XXI ou noutro qualquer.
  2. Uma dúvida: Para se ser génio, é preciso sofrer tanto assim? Não o sou porque ainda não padeci o suficiente?
  3. Uma constatação: Senti-me, completamente, compreendida nos desassossegos da Florbela. O feminino, sempre presente, conduziu-me à identificação. As lágrimas visitaram-me, de mansinho, sem convite.
  4. Um aplauso de pé: A magnifíca interpretação de Dalila do Carmo. Do que conhecia gostava, desta feita fiquei fã. Julie Roberts, cuida-te, tens concorrência.

  5. As frases: Do mano: " O amor só é amor quando se deixa de ter medo".
                      Da Florbela: " Não sei viver, Pai".
Como não sei viver nem escrever deixo que a Florbela Espanca viva, escreva e fale por mim:

 Diz-me, Amor, como Te Sou Querida
Dize-me, amor, como te sou querida,
Conta-me a glória do teu sonho eleito,
Aninha-me a sorrir junto ao teu peito,
Arranca-me dos pântanos da vida.

Embriagada numa estranha lida,
Trago nas mãos o coração desfeito,
Mostra-me a luz, ensina-me o preceito
Que me salve e levante redimida!

Nesta negra cisterna em que me afundo,
Sem quimeras, sem crenças, sem ternura,
Agonia sem fé dum moribundo,

Grito o teu nome numa sede estranha,
Como se fosse, amor, toda a frescura
Das cristalinas águas da montanha!


Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"





domingo, 29 de abril de 2012

Irreversívelmente Amoroso!

A Irreversível Margarida presenteou-me com este miminho blogosférico, duma forma Irreversível.
Confesso que a adoro Irreversívelmente.
Sinto-me Irreversívelmente acarinhada.
Convido aos que a desconhecem a visitarem-na.
Tem pensamentos, poesia e fotografias duma beleza Irreversívelmente invulgares.
Aqui fica o meu agradecimento ( irreversível) público à talentosa designer Margarida.
Um beijinho muito Irreversível para ti, minha querida!
Como o selo não tem regras,  decidi oferecer o Irreversível Selo a quem dele gostar.
 Desta forma partilho convosco esta Irreversível amizade.
Levem-no, é vosso...também!




sábado, 28 de abril de 2012

Crescer !

Mesmo com 40 anos de  diferença, o tema crescer, a fase da adolescência é sempre atual. Podem-se mudar as abordagens, os contextos sociais, mas as questões de fundo permanecem.
Nos primeiros anos, os bébés e as crianças (na sua maioria, felizmente) são educadas num mundo fantasioso, perfeitinho, com histórias onde o  final é sempre feliz.
À medida que vão crescendo e a sua identidade se torna premente, as tais crianças confrontam-se com um mundo desconhecido, geralmente muito feio comparado com o que lhe foi ensinado nos primórdios da sua existência.
Como se já não bastassem as suas próprias transformações e indefinições, os adolescentes 'têm de levar' com o mundo real.
Neste, não existem pais e mães existindo em uníssono, felizes na eternidade, sendo ele(a) o fruto de tão maravilhoso amor, como rezam os contos de adormecer.
Por vezes nem os pais são casados, talvez nem vivam juntos, podem existir 2 mães ou 2 pais, as madrastas,  padrastos e a crueza da Vida que pode sufocar.
Não desculpo as atitudes inapropriadas e irresponsáveis dos adolescentes, não!
 Porém, reconheço que não os preparamos para essa fase que se pretende de crescimento harmonioso, saudável e equilibrado.
Como serão os adultos do amanhã se os educamos na fantasia, nas inverdades?
Como em tudo, sensatez é urgente. Temos de olhar para os nossos bébés como futuros homens e mulheres na sua plenitude.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

F A N T A S M A S

  
Terrores,
Assombrações,
Tormentos,
Medos,
Tormentas,
Frustações,
Alucinações,
Fobias,
Pânico,
Stress,
Ansiedades,
Psicoses,
Ilusões,
Inseguranças,
Ódios,
Raivas,
Impaciências,
Irresponsabilidades,
Maldades,
Vilezas,
Vícios,
Obnóxio,
Miséria,
Pavores,
Terrores,
Desemprego,
Insolvência,
Hipocrisia,
Vazios,
Inexistências,
Manias,
Taras,
Desequilíbrios,
Ganâncias,
Torturas,
Invejas,
Dores,
Mortes,
Tristezas,
Escuridão,
Solidão,
Esqueletos,
Fins,
Fomes,
Doenças,
Desconhecidos,
Inesperados,
Guerras,
Impotências,
Desagregacões,
Humilhações,
Egoísmos,
Violências,
Desilusões,
Infelicidades,
Desarmonias,
Desencontros,
Despropósitos,
Estupidez,
Ingenuidades,
Ignorâncias,
Insensatez,
Parvoíces,
Crenças,
Desprezíveis,
Inconstâncias,
Julgamentos,
Deseducação,
Limitações,
...,
Tantas as roupagens que podem vestir os nossos FANTASMAS!
'Quem me leva os meus Fantasmas?'

Bolinha vermelha !

"DESPERTA-ME DE NOITE
O TEU DESEJO
NA VAGA DOS TEUS DEDOS
COM QUE VERGAS
O SONO EM QUE ME DEITO.
É REDE A TUA LINGUA
EM SUA TEIA.
É VICIO AS PALAVRAS
COM QUE FALAS.
A TRÉGUA
A ENTREGA
O DISFARCE.
E LEMBRAS OS MEUS OMBROS
DOCEMENTE
NA DOBRA DO LENÇOL QUE DESFAZES.
DESPERTA-ME DE NOITE
COM O TEU CORPO
TIRAS-ME DO SONO
ONDE RESVALO.
E EU POUCO A POUCO
VOU REPELINDO A NOITE
E TU DENTRO DE MIM
VAIS DESCOBRINDO VALES".
Maria Teresa Horta

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Efémero...Fugaz...

A Sofreguidão de um Instante
"Tudo renegarei menos o afecto,
e trago um ceptro e uma coroa,
o primeiro de ferro, a segunda de urze,
para ser o rei efémero
desse amor único e breve
que se dilui em partidas
e se fragmenta em perguntas
iguais às das amantes
que a claridade atordoa e converte.
Deixa-me reinar em ti
o tempo apenas de um relâmpago
a incendiar a erva seca dos cumes.
E se tiver que montar guarda,
que seja em redor do teu sono,
num êxtase de lábios sobre a relva,
num delírio de beijos sobre o ventre,
num assombro de dedos sob a roupa.
Eu estava morto e não sabia, sabes,
que há um tempo dentro deste tempo
para renascermos com os corais
e sermos eternos na sofreguidão de um instante".
José Jorge Letria, in "Variantes do Oiro"
Vive-se como se fossemos eternos. Como se não existisse um FIM. Gosta-se de pensar que haverá sempre um amanhã. Até se costuma agendar atividades para o depois, como se tivesse a certeza de lá se encontrar, num qualquer dia de calendário. 
Sem prazo de validade!
Sem a assombração do Nada!
Recusa-se pensar, sequer, no assunto.
Incomoda-se, logo rejeita-se e vive-se na eternidade do EFÉMERO.
Contudo, não se pode fugir, labirinto sem saída!
Tudo se iniciou, tudo acabará!
Ser-se-à mais feliz quando, na vida 'eterna' que se quer  fazer nossa, se conviver com a certeza da morte de nós, dos sentimentos, dos pensamentos, dos outros, da vida, enfim!
-A inexistência de fim presupõe a crença religiosa ou doutra índole (não irei pora aí)-.
A imortalidade tem existência na História, porém esta também terá um fim.
Incómodo? Sempre! Porém, inevitável.
Porquê recusar-se a sua presença? Sempre se trata da única certeza (verdade) que é imutável: o Fim.
Fica o consolo do AGORA, a sua presença necessita que se o agarre duma forma descontrolada.
'Carpe Diem'
'Seize the day'
 

Miminho - Selo amoroso !

Selo
O blogue a A LINHA RECTA e a queridíssima aNa deixaram um miminho, a  quem agradeço muito. Espero que o meu blogue  inspire de alguma maneira.   As regras são:
Este selo vem acompanhado de 4 regras que os destinatários devem cumprir, caso aceitem o selo.
1. Escolher 5/6 blogs recentes com menos de 200 seguidores para atribuir este selo;
2. Mostrar o agradecimento a quem atribuiu o selo fazendo um link para o seu blog;
3. Colocar o selo no blog. Listar os bloggers a quem se atribui o prémio com os seus links. Deixar comentário nos seus blogues para que tenham conhecimento do selo;
4. Partilhar 5 factos aleatórios acerca da nossa pessoa que as pessoas não sabem ainda.
  Mais um bocadinho de mim que ainda não sabem.
                  Factos aleatórios:
1- Nunca tive uma negativa na minha vida de estudante (17 anos).
2- Chumbei 2 vezes no exame de condução, mas o examinador chumbava tudo o que era feminino (tenho provas)
3- Gosto de canetas permanentes, com aparo, à antiga.
4- Sempre que passo em quiosques, devoro as capas, imagens, titulos e sub titulos. de todas as publicações, pareço uma tontinha, de cabeça a rodar.
5- Tenho sempre 'literatura' no WC.
Escolho os seguintes blogs, com menos de 200 seguidores e que me inspiram muito:
Para todos os outros, enquanto  guardiã de tão bonito selo, se gostarem levem-no convosco, depois venham cá dizer os 5 factos sobre vós.
Obrigado, amigos e amigas blogosféricos!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Palhaços

Quero falar de algo engraçado, cómico, que conduza ao sorriso. Alguém me lembrou dos palhaços. Nunca me passaria pela  cabeça associar o riso ao palhaço.
E, porquê? -Perguntam Vocês ? 
- 'Porque os palhaços nunca me deram muita vontade de rir'- respondo eu.
É verdade! Alguns ainda me conseguem arrancar uns projetos de sorrisos,  mas não passa daí.
Talvez pelos exageros, nas roupas, nos gestos,..., talvez porque é obrigação ( dever) rir quando nos confrontam com palhaçadas.
Prefiro o riso e até a gargalhada oriunda numa situação concreta, na conversa íntima duma anedota bem contada, na cena dum filme.
A piada inteligente, a ocasião, enfim, a espontaneidade tem, em mim,  efeitos  mais dignos de graça.
Costumo dizer que é muito, mas mesmo muito, mais fácil fazer chorar do que rir. Acredito piamente!
O choro pode-se transformar em riso e podemos chorar de tanto riso. É muito bom!
Como gosto de rir!
Últimamente, tenho-me sentido mais alegre e nem me preocupo com as rugas de expressão, a alegria é o melhor anti-rugas.
Para os amantes dos palhaços e suas brincadeiras desajeitadas, aqui fica a informação: dia 10 de dezembro celebrem o Dia.
E, como previa, não tenho graça nenhuma.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Dar a mão !


 
Mais do que mil palavras, livros, imagens, cartas, teses, enciclopédias, gritos, acenos, tratados, filmes, palestras, prémios, ..., um simples toque de mão pode significar tudo ou... nada.
Um dar a mão, quando pequenitos, significa refúgio, proteção. Com o passar dos anos, tomamos consciência que o toque é muito mais do que isso: sentir a pele alheia, é uma conversa que não queremos interomper.
O toque pode ter valor superior a mil gestos. É como se o orgão pele tivesse linguagem própria.
Sentir o calor ou frio na aproximações destas intimidades pode revelar um diálogo riquíssimo, de emoções e sensações recheado.
Dar a mão! Um prazer  nunca esgotado. Sempre renovado! Manifestação de tantos sentimentos que nem suspeitamos.
Para mim, deviamos comemorar o Dia Mundial do 'DAR A MÃO'.
(Alguma sugestão de data?)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A carta !



Mesmo nos nossos dias, a carta continua a ser um dos meios mais apreciados e usados para a comunicação entre pessoas fisícamente separadas. Apesar da concorrência de outros meios.
O telefone, e para mais o portátil (vulgo telemóvel), permite vencer as barreiras do tempo, colocando as pessoas imediatamente em diálogo. Mas, falta-lhe a dimensão da escrita!
Uma carta pode ser conservada e lida até cheirada, quantas vezes se quiser e for necessário.
Quantos casos há em que as cartas escritas se tornam documentos preciosíssimos de momentos, por vezes únicos, da sua vida.
O mesmo se pode dizer do correio electrónico, por computador ou telemóvel. Também ele é mais rápido do que a carta que percorre os trâmites tradicionais. Mas, perde-se mais fácilmente, principalmente se não for impresso, não tem aquele cunho pessoal de uma carta escrita pela mão do próprio.
Nem que seja uma simples assinatura, a escrita é única.
Cartas! Há-as de todo o género: comerciais, formais, de amizade, institucionais, abertas, de amor entre tantas outras.
Um hábito que se tem vindo a perder, mas longe da extinção.
E, ainda bem, adoro escrever e receber cartas.

domingo, 22 de abril de 2012

Silêncio...Precisa-se!

Nas ultimas décadas, com o aparecimento do rádio, da TV e posteriormente com os computadores, a net e tudo o que lhe está associado, o barulho tem aumentado progressiva e exponencialmente nas nossas vidas.
Com o aumento das tecnologias nas nossas vidas, seja em forma de telémoveis, mp3/4, portáteis,..., o silêncio deixou de fazer parte do nosso quotidiano, em razão inversa. Quanto mais 'modernos, mais 'ruído', menos momentos de introspeção.
O ruído pode ser tão simplesmente a TV que ligamos quando chegamos a casa só para fazer 'companhia', a música que nos acompanha nos múltiplos afazeres, o mail que não cansamos de espreitar na expectativa duma mensagem qualquer ou o sms urgente que temos de enviar.

Inventamos mil e uma desculpas para o 'deixarmo-nos levar', sem a meditação necessária inerente ao nosso trilho. Parece o caminho mais fácil, mas a aparência é uma ilusão.
Precisamos de recuperar o prazer da ausência de sons, a magnífica capacidade de nos escutarmos e de dialogarmos com o nosso 'eu'.
A introspeçao é urgente!
Temos de nos obrigar a fazer PAUSAS sob pena de nos deixarmos envolver por todo o emaranhado de ruído externo e perdermos contacto connosco.
Sim! É a nossa essência que está em jogo.
Para além do mais, sem silêncio,como conseguimos pensar?
Pshiu! Silêncio!
Aqui tenta-se ouvir...o interior.

sábado, 21 de abril de 2012

P A R A Í S O

Andava eu, navegando pela net, à procura de imagens para ilustrar sobre o tema de que me apetece falar, 'O Paraíso'.
No meio de tantas imagens lindas,  eis que me deparo com o seguinte grafiti:
Não tive dúvidas! Encontrei a  imagem que espelha o que me vai na alma.
Sinto-me no Paraíso, estou lá sempre que o amor mora em mim.
Nada de ilhas no Pacífico (a minha viagem de sonho!), não!
Nada de ter milhões no banco, não!
Nada de ter um corpo de top model,  não!
Nada de viajar sempre que me apetece, não!
Nada de conduzir um Porche Cayenne, não!
Nada de ter a possibilidade de voltar aos 'teens', não!
Nada de saber que terei uma vida saudável até aos 200 anos, não!
Nada me basta!
Contigo, somente contigo, eis-me no Paraíso.


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Homens !

Como a canção é cantada no masculino, não consegui deixar passar estas afirmações à cerca do próprio género:
Toda a gente sabe:
- QUE OS HOMENS SÃO BRUTOS. -  A violência faz parte do ser humano, mulheres incluídas. Porém conheço muitos homens bastante meiguinhos, amorosos, de fazer inveja a zelosas mães galinhas. Alguma 'brutidade carinhosa' até pode ser uma grande qualidade. O equilíbrio será sempre o árbitro.
- QUE OS HOMENS SÃO FEIOS. A beleza é tão relativa! Nem vou começar a enunciar homens bonitos ( em todos os aspetos), não cabem na Blogosfera.
- QUE OS HOMENS SÃO LIXO. Esta levou-me para a área da reciclagem. Realmente alguns dão vontade de deitar fora, mas podem sempre ser 'reaproveitados'. Nenhum ser humano é lixo!
- QUE OS HOMENS SÃO ANIMAIS. Finalmente uma verdade! As mulheres também o são, sabias, ó senhor cantor/autor?
Como eu gosto destes animais, meio selvagens! Verdade meninas? (A 'domesticação' pode ser redutora).

Não compreendo como os homens podem escrever e cantar estas coisas. A verdade é que está nos tops. Pelos vistos há muitas pessoas a concordar.
Será que os homens se gostam de fazer de 'coitadinhos' para receberem atenção feminina?
Ou, pelo contrário são frases proferidas, amiúde, pelo género feminino e a canção é um desabafo ou um 'mea culpa'?
Como referi, ainda não entendi. Talvez não tenha a inteligência suficiente para atingir palavras 'tão sábias'.
Uma coisa é certa: GOSTO DOS HOMENS COMO SÃO, ponto final. As Diferenças enriquecem-nos e de que forma!
Cada caso é um caso! 
Têm qualidades inegáveis.
E, para finalizar, como detestaria esta canção no feminino!

Ou, será tudo uma grande brincadeira, e o sentido de humor não quer nada comigo?

quinta-feira, 19 de abril de 2012

...desejo...preciso...

 
"Quando tudo o que deseja encontra tudo o que precisa."
Publicidade à parte, gosto  da afirmação!
Desejo e Necessidade, conceitos que nos são tão caros.
Desejos estão relacionados com a vontade, o sonho, as projeções dos nossos ideais. Não têm de estar relacionados com a realidade. Tão somente com os frutos da nossa imaginação, os nossos desvarios mais ou menos convenientes.
Necessidades, mais próximas do real, na sua maioria, precisam de satisfação e concretização. Algumas, de teor mais básico, impossiveis de passarem 'ao largo'. tornam-se urgentes no seu preenchimento sob pena da própria sobrevivência (fisica e mental) ser posta em causa.
Alegria das Alegrias, quando se dá o 'rendez-vous'  do que se deseja com o que se precisa: a felicidade acontece e nada mais a acrescentar!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Antero de Quental

Porque, hoje, o Google me lembrou que Antero de Quental faria 175 anos. Visitemo-lo:
Alarga os Teus Horizontes
"...
Oh! a vida é um abismo! Mas fecundo!
Mas imenso! Tem luz - e luz que cegue.
Inda a águia de Patmos - e tem sombras
E tem negrumes, como o antigo Caos:
Tem harmonias, que parecem sonhos
De algum anjo dormido; e tem horrores
Que os nem sonha o delírio!

É imensa a vida,
Homens! não disputeis um raio escasso
Que vem daquele sol; a ténue nota,
Que vos chega daquelas harmonias;
a penumbra, que escapa àquelas sombras;
O tremor, que vos vem desses horrores.
Sol e sombras, horror e harmonias
De quem é isto, se não é do homem?!
..."

Divagações...

Ao passar pelos blogues masculinos de 'topo'(vulgo comercial), como o Arrumadinho e agora o 'afilhado' dependurado com a versão no feminino da cara-metade do primeiro, O Pipoco mais salgado, fico a magicar.
Que 'diachos'! Em pleno sec.XXI, inúmeros tratados de psicologia editados, informação, do mais variado teor, às carradas, disponivel na net. Com tudo isto a somar a velocidade de informação, como pode ser topo de vendas um livro para solteiros, casados, divorciados ( enfim, todos os homens), e como compreender a cabeça de um homem???
Meus caros e minhas caras (não é face, não), então não sabem do que gostam, o que os atrai, não percebem quando agradam ao outro género?
Dizem os estudos  de mercado que são as mulheres que mais compram os livros. Fico triste!
Muito triste com as minhas irmãs de género. Precisam que um Arrumadinho lhes venha dizer o que lhes passa pela cabeça? Não sentem? Desconhecem? Não são as suas maiores amigas?
Sou sincera, estou confusa!
(Se ficaram enriquecidas com o conteúdo do livrinho, por favor partilhem, quero saber, tenho tanto para aprender...)
Agora, os homens também não fazerem ideia de como seduzir uma mulher, depois de tanto cientista ter estudado a questão e  de tanta árvore abatida para o papel impresso?
Fico surpreendida! E muito! Não é pelo que sei, não senhora. Confesso a minha ignorância, mas vou tendo atenção  a mim própria, vou lendo, vou observando, vou caindo e levantando-me, enfim, vou vivendo.
Agora, esta vontade coletiva de conhecimento nasta matéria de cariz sexual, que se manifesta desta forma, faz-me pensar que continuamos na pré-história, a diferença reside nos  instrumentos utilizados.
Ainda assim, creio que os nossos antepassados Homo sapiens, ao não fazerem estas divagações (as)sexuadas, saíam-se muito melhor do que nós. Pelo menos conheciam, muito bem, o que queriam e o que sabiam.



terça-feira, 17 de abril de 2012

* Princesas *

                                      
Crescemos com as histórias de príncipes e princesas e com os seus finais de 'casaram e viveram felizes para sempre'. Sempre tudo envolvido numa atmosfera cor de rosa, de fazer sonhar.
Como os nossos pais, querendo fazer-nos felizes, nos 'atraiçoaram' ao levarem-nos a idealizar vidas sem existência real. Principalmente com as meninas, os seus folhos, vestidos de fadas, tiaras,  sapatinhos de imitação de cinderela, o brincar  às casinhas com os seus 'nenucos', 'baby born' e parentes. Tudo apontando para a realização do feminino no casamento e posteriores filhos.
Não me venham chamar de antiquada porque continuo a ver os jovens casais a comprarem, deliciados, os brinquedos, no feminino, para as princesas que lhes alegram a casa.
Inconscientemente, ainda hoje, depois da emancipação feminina e de tudo o que lhe está associado, continuamos a educar os meninos e as meninas de forma diferente, mesmo os pais mais contemporâneos.
O que me trouxe aqui foi o 'after' do final das histórias de encantar.
A trama desenrola-se sempre em torno duma bela princesa, de amores contrariados, com bruxas más ou outros elementos desestabilizadores. O que importa é que o final seja feliz, supremamente recompensador.
Agora, questiono, e depois do casamento? Como acontecerem os filhos? O quotidiano? É que a vida só acaba com a morte (ridícula observação) e até lá, como os intervenientes, regra geral, estão na sua juventude, presume-se que tiveram vidas longas.
À cerca destas historias estou-me a lembrar do Shrek, único em tantos  apetos, e que viemos a conhecer a continuação da narrativa com a felicidade do nascimento dos lindos ogrezinhos, mas assombrada pelas dificuldades que se encontram na sequela do filme original. Adoro o Shrek e a sua lindíssima família! O amor comove-me e não ficou pela felicidade eterna do amor consumado. Tomamos conhecimento dos obstáculos posteriores, sempre superados com o amor.
Ainda a respeito do tema, recordo as histórias reais de tantos reis, raínhas, príncipes e princesas que ainda povoam o nosso Mundo. Basta abrir um jornal ou uma revista.
Dá-me que pensar, sim senhora!

Crónic@s no Feminino 7 #

Preparava o leite aromatizado a café. Rotina habitual no seu despertar. O forte aroma do café atraía-a, e das raras ocasiões em que o tinha saboreado, na sua plenitude, o coração atirava-lhe um aviso. Palpitava, fazia sentir a  sua presença e indispunha-a.
Foi obrigada a parar com os momentos de degustação do café forte. Raros foram os encontros, mas o desejo, impossível de mais concretizações.
Tirou um tempo, levou as indicações médicas em consideração e, agora, tinha aprendido que o podia ter presente nas suas rotinas, embora de composição diferente.
Tinha voltado a saboreá-lo, de forma mais diluída. A intensidade do sabor e odor tinha-se atenuado, mas o prazer, mais tranquilo, saciava-a.
Assim, com adaptações e novas abordagens, o café tinha-se introduzido nas suas rotinas, bem como outros cheiros, outros sabores e até outras pessoas.
Entretanto, disfrutava da bebida láctea aromatizada a café e, isso, deixava-a, despretensiosamente, feliz.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Acima de tudo...O AMOR

"...Ainda  que tivesse...o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência;
ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas,
se não tivesse amor, nada seria.
Ainda que distribuisse todos os meus bens aos famintos,...
se não tivesse amor, nada disso me adiantaria.
O amor é paciente,
o amor é  prestativo;
não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho.
...não se irrita, não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça,...
Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
...O amor jamais passará,
as profecias desaparecerão,  as línguas cessarão,
a ciência também desaparecerá.
...
A maior (de todas as coisas) é o amor."

Como gostaria que estas palavras fossem minhas! Como o não são, pedi-as emprestadas. Alguém, reconhece o autor?

domingo, 15 de abril de 2012

Prendas !

                                               
Como gosto de receber presentes! De que maneira me alegra oferecer pequenos mimos!
A alegria é bem acolhida, no meu coração, quando o agrado é autêntico como resposta à minha singela oferta.
De igual forma, o estômago enche-se-me de borboletas quando me surpreendem, com o que me fazem chegar às mãos ou a outras partes do corpo, com algo que teve origem num sentimento genuíno de me agradar.
Sinto-me uma princesa, acabadinha de sair do conto de fadas, na parte do 'casaram e foram felizes para sempre'.
Adoro o trocar destes gestos, de coisas materiais, ou simbólicas. Sim! Um olhar, uma frase, um toque podem ser  uma grande prenda! E que rica prenda! (Hoje estou cheia de humor.)
Sinto-me desassossegada quando, querendo ofertar, o que quer que seja, verifico que não fui de encontro do recetor. A culpa será minha, certamente. Revela falta de conhecimento ou de atenção para com o outro.
Que fazer dos presentes que se mostram insuficientes para cumprirem o objetivo inicialmente proposto?
E se o Amor estiver dentro dessa dádiva? Serão, o embrulho rasgado, o papel feioso, o laço deformado, as limitações na entrega, entraves à magia do dar?
Que fazer do que se quer oferecer? Do amor urgente que tenho entre mãos para presentear e se revela insuficiente dada a recusa?
Será que os presentes limitados, imperfeitos, não aceites, ao serem devolvidos  se transformam em mísseis dirigidos à destruição do nosso ser afetivo vulnerável, fragilizado pelos eventuais desencontros das mais variadas formas ?
Pois! A comunicação impõe-se, quer-me parecer.
Quero oferecer, não mo permitem, com total plenitude. Recusam-no! Como poderei sobreviver?
Prenda? Quero dá-la, sim! Aceitas?