Descalço os sapatos de pés,
magoados,
cansados do empedrado caminho,
do palmilhar trilhos sem fim.
Foram tantas as encruzilhadas,
as perdas que vieram,
os tesouros que partiram.
Equilibrei-me por fios de incerteza.
apanhei pedaços de mim,
retalhados em podas impiedosas,
merecidas ou talvez não.
Fui-me perdendo e achando,
tropeçando,
caindo,
soltando o sal da tristeza,
madrugando em auroras de ternura,
gargalhando efémeras felicidades,
gemendo dores alheias,
lambendo feridas,
cicatrizes,
com sabor a saudade.
Vou perdendo roupagens
de outras vidas,
de outros tempos,
instantes passados de quem fui.
Caminho por curvas
cravadas na pele,
sinais do tic-tac companheiro.
Desnuda,
diferente a cada passada,
sou-me na permanência,
inconstante,
apressada
do desassossego,
da mudança.
P.S. Caros amigos/as,
o tempo tem-me fugido sem saber como, por umas férias meio improvisadas
e não vos tenho visitado como tanto gosto.
Peço desculpa e espero, muito em breve,
ler, deliciar-me com as fotografias, as reflexões, a poesia, as citações e pôr-me a par da moda que recheiam as vossas casas.
Deixem a porta aberta porque eu irei chegar,
porém desconheço ainda a data.
Mas, por mim, logo...logo.
Até já!