quinta-feira, 31 de julho de 2014

Caminho . . .



Descalço os sapatos de pés,
 magoados,
cansados do empedrado caminho,
do palmilhar trilhos sem fim.

Foram tantas as encruzilhadas,
as perdas que vieram,
os tesouros que partiram.

Equilibrei-me por fios de incerteza.
apanhei pedaços de mim,
retalhados em podas impiedosas,
merecidas ou talvez não.

Fui-me perdendo e achando,
tropeçando, 
caindo,
soltando o sal da tristeza,
madrugando em auroras de ternura,
gargalhando efémeras felicidades,
gemendo dores alheias,
lambendo feridas,
cicatrizes,
 com sabor a saudade.

Vou perdendo roupagens
de outras vidas,
de outros tempos,
instantes passados de quem fui.

Caminho por curvas 
cravadas na pele,
sinais do tic-tac companheiro.

Desnuda,
diferente a cada passada,
sou-me na permanência,
 inconstante,
apressada
do desassossego,
da mudança.



P.S. Caros amigos/as, 
o tempo tem-me fugido sem saber como, por umas férias meio improvisadas
 e não vos tenho visitado como tanto gosto.
Peço desculpa e espero, muito em breve, 
ler, deliciar-me com as fotografias, as reflexões, a poesia, as citações e pôr-me a par da moda que recheiam as vossas  casas.
Deixem a porta aberta porque eu irei chegar,
porém desconheço ainda a data.
Mas, por mim, logo...logo.
Até já!




segunda-feira, 28 de julho de 2014

Filho do Mundo !





- Diz-me tu!
     - Quem és?
          - Que queres?
               - Que pensas?





Sou invadida pela impotência de te saber,
despido de mimo, 
carente de pão,
na pele a falta de beijo.

A vida reflecte-se no teu sorriso,
na genuína inocência de te seres
filho do mundo.

Habitas uma dimensão paralela
por onde a tecnologia não faz estrada,
os direitos não passam de miragem.

Indiferentes à tua idade,
às tuas premências,
os outros filhos do mundo
descontentam-se
na abundância de ter.

Frustam-se, 
desesperam,
desanimam
e invejam-te o teu único bem:
a alegria estampada em teu rosto.

Pobres gentes!

Ignorantes ou alheados
da arte mais simples de se viver,
a humanidade na sua plenitude,
o gostar-se de si,
bem como dos outros,
sem preconceitos,
de aceitação onde os 'ses' não têm morada
e as diferenças deveriam ser tesouro.

Responde-me se quiseres...se puderes...se souberes.

Envergonhada pelo teu olhar
reprimo o convite de me dares a mão,
de te chamar irmão.

Porque sou deformada,
limitada para além do desejável,
quero sempre mais
e sinto-me triste.




domingo, 27 de julho de 2014

O teu Calor




Incendeio-me no teu toque,
pego fogo no vibrar de tuas palavras ,
desabrocho em ti.

No teu quente
desenho a flor de meu querer,
um lume só nosso.

A tua semente,
fecunda,
é combustível da chama,
terra de combustão incontrolável,
por onde germino.

Sei-me por entre labaredas:
sou flor em ferida
nas pétalas da paixão.

Respiro-te o cheiro 
da pele quente,
adivinho-te as vontades
no clarão do teu olhar.

És um vício 
onde me consumo,
por onde ardo,
onde sou mais eu,
viva, ardente,
carente de mais calor (teu).




sexta-feira, 25 de julho de 2014

Dúvidas de mim



Limito-me no contraste de mim.

Ora sou cor ora me acinzento.

Desconheço o limite,
a fronteira onde me começo.
se é que me termino.

Vivo para lá dos contornos
da silhueta refletida.

Espraio-me por atmosferas alheias,
viajo fora de mim,
sou mais além.

Seja rocha, 
grão de areia,
mar,
ribeira,
temporal ou bonança,
sou sempre Eu.

Pessoa inteira,
ou fragmentada em pedaços,
perdida em lugar algum,
de contrastes feita . . . sem limites.





quarta-feira, 23 de julho de 2014

Beija-me



Beija-me, amor,
até à eternidade da escuridão
de noite sem aurora.

Deixa que o fresco do outono
tatue os nossos corpos 
com a tinta de apressadas primaveras.

Que a fusão de nossas bocas
apague a luz do mundo,
quedando-nos em suspensão.

Quero sentir a ânsia 
de teus lábios 
procurando-me em apetites 
onde sou gula e desejo.

Abraça-me nessa humidade sem fronteiras.

Salpica-me a pele nesse frémito,
detém-te aqui ou acolá,
por onde me transcendo
e perco a noção de mim.

Não pares,
solta a tua língua brincalhona.

Liberta-a 
pelo vale do meu pescoço perfumado,
no meu ventre sequioso
e permite-a escalar o meu peito.

Percorre as minhas trémulas coxas
de forças sugadas
no vácuo de tua boca.

Sou corpo beijável,
campo a ser lavrado,
molhado,
por ti, meu amor.

Beija-me e chama-me tua.



terça-feira, 22 de julho de 2014

A Sugestão



Deixaste cair Sugestão imprevisível
no intervalo da distração duma conversa.

Recolhia-a,
dei-lhe abrigo
e sorri.

De sono acelerado
adormeci no seu abraço
e sonhei.

A lentidão do tempo arrastava-se
a meus pés,
ligeiros,
que te procuravam.

Sorriste-me de rosto aberto,
como só tu.

Observaste-me.

Estendi-te o embrulho com fita de cetim.
Não te fizeste rogado.
E . . . eu adorei.
Rendida fui levada naquele entrelaçar de dedos.

A imprevisibilidade do local
inundou os meus sentidos.

Fingi-me raptada, 
por vontade própria,
pois se tu és irresistível

Em ninho disfarçado,
de acomodação negligenciada,
fui mulher,
inteira
na descoberta de ti,
do teu sabor,
da teu ser.

Ofereceste-me 
um banquete de prazeres
onde fui senhora,
rainha,
amante
só por tua Sugestão.



segunda-feira, 21 de julho de 2014

Da água



Como rio que serpenteia a terra,
como mar que beija a areia,
como lago que se afunda em segredo
assim tu és,
minha água de vida.

Sorvo-te em tragos desalmados,
inundo-me em teus temporais,
afogo-me na força da tua torrente,
descanso nos braços de teu ribeiro.

Soltas o cheiro da terra
em chuva embriagada,
tornas-te visita inusitada
para tantos que te não querem.

És tisana curativa,
lágrima gemendo dores mudas,
transpiração de amor,
suor de coisas mais,
minha água que sacia.


domingo, 20 de julho de 2014

Elvira Carvalho



Isto de blogar é um mundo. 
Mundo por onde navegamos, aprendemos, rimos e encontramos amigos/as.
Com a Elvira Carvalho o encontro de gostos e troca de visitas tornou-nos cúmplices nesta odisseia que é ser  mulher também na poesia.

A Elvira tem um papel de destaque na divulgação da poesia no feminino para além de escrever muito bem.

E não é que me quis surpreender com a publicação de um poema meu?
Quis adquirir o meu simples livrito e fez-me esta surpresa que me deixa de coração acelerado e de palavras escassas.
Não mereço tanto carinho.

Obrigada, minha querida!

Aqui  vos deixo poesia da blogger que referencio e insisto que visitem: 


POEMA DO NOSSO AMOR NASCIDO


"Ainda me recordo do tempo de solidão
quando na estação do meu desejo
embarquei ao encontro de ti.
Era Primavera? Não. Era ainda Inverno.
Mas o tempo não contava. Era um montão
de horas encerradas
na penitenciária do passado.
E foi justamente nessa altura
que te encontrei.
Trazias a noite agonizante
em teus cabelos,
enquanto nos teus olhos dourados
raiava a aurora.
Nunca te tinha visto e no entanto
soube logo que eras tu. No teu sorriso
- branco malmequer que desfolhaste,
me perdi. Com a força do desespero
que agoniza em silêncio,
o nosso amor nasceu. Depois...
bem, depois, não estava previsto
-mas aconteceu...a maçã do saber
adormeceu em nós.
A cidade, o rio, as gentes,
a vida e até a própria morte
deixaram de nos importar.
Há alguma coisa mais importante que
um homem e uma mulher que se amam?...
Lembras-te? Era o tempo dos beijos
a saber a pôr-do-sol,
das madrugadas amanhecendo
nos sorrisos sem palavras.
Era o tempo em que os nossos corpos,
prenhes de Amor, cavalgavam
pelas montanhas da Ilusão."

Elvira Carvalho




sexta-feira, 18 de julho de 2014



O verão fugiu-me,
soltou amarras,
fez-se ao largo
e enamorou-se de outros hemisférios.

Deixou-me enfriada,
de olhos postos nas nuvens,
procurando agasalho,
de pele arrepiada,
com a saudade por companhia.

Abandonada pelo meu amante,
restam-me apetites,
desejos lambuzados,
um doce que me escorra pelo corpo.

Que posso eu fazer?
Apetece-me passar o dedo nesse chocolate,
sorvê-lo na minha boca húmida
e sentir o fogo invadir-me
fazendo-me crer que o verão voltou.

Porque não vens?
Traz-me o teu veludo,
a tua volúpia nua,
o gentil sopro quente
que me adoça,
por onde me tento
e quero perder.

Estou só,
saciada de ventos e meios tons.
Quero-te já,
em premência vital,
ou não restará 
nada de mim
que possas aquecer,
que possas beijar.



terça-feira, 15 de julho de 2014

A Carta que nunca lhe escreverei.




Em Parte Incerta, Fora de Tempo



Nem sei por onde começar!

Desconheço como lhe chamar!

Já lá vai tempo. Tempo de duração indiferente. Tempo que dói.

Sei que está bem. Pelo menos assim mo dizem. Não porque me conta ou procura, não. 
Sou eu. 
Sempre eu. 
A teimar no impossível. 
A pensar o indesejável. Seria tão mais fácil se a sensibilidade ou mariquice (como lhe devo chamar?) me abandonasse e conseguisse ser mulher forte, destemida, confiante onde as fragilidades ficassem à porta. 
Pois . . . seria . . . tão melhor!
Desgraçadamente, há traços em mim que não consigo apagar, restos duma estrutura qualquer que ruiu.

Sim! Em parte sou cinzas, restos de fogos atiçados em caldeirões de guerras que não são minhas, nunca o foram.
No entanto, aqui estou eu, às voltas com passados e traumas enovelados.
Encheu-me de fantasias, ilusões e, sem permissão, partiu meu mundo e com ele também me rasguei.
Não posso culpá-la.
Serei eu a causa de tamanho mal?
Já assim o chorei.
Com os dias me fui cosendo, colando fragmentos com cheiro a mim, apanhando cacos do que seria suposto ser e nunca fui, não sou, o que queria, o que gostaria de ser.
Ficou-me esta tristeza indefinida, própria de pessoas como eu: mulher inquieta, de dúvida na ponta do pensamento, com o sal a lambuzar o rosto vezes demais.

Pergunto-me o que gostaria da sua parte.

Talvez seja demasiado fácil, tão pouco, mas 'impedível'.

Sei que nunca me lerá, fica-se nessa imaginação onde sou má, tão má que lhe desconheço os contornos.
Não a mudarei, até me questiono se alguma vez fiz diferença na sua vida.

Está é uma carta cheia de 'nãos' que gostariam de ser 'sins'.

Vou ficar por aqui.
Tenho de enterrar este assunto, mudar-me de mim e deixá-la . . . Que seja feliz!



domingo, 13 de julho de 2014

Ode a TU



Brotam estas falas do pensamento,
palavras que se entrelaçam
e me falam de ti.
São um salmo de nota só: TU.

Em vão me levo a passear,
ensaio outras modas,
tento-me noutras musicalidades.

Enfeitiças-me em fantasias
com sabor de saudade,
e, eu escorrego nesse pulsar de ti
dentro de mim.

Tu! Só Tu!
Quem mais?
Pois se és sinfonia inacabada,
desejo que me queima,
olhar por onde me quero perder.

Varres-me a pauta onde solfejo,
despejas breves, semínimas
e só ficas TU.

Arrombada pela surpresa da paixão,
resta-me cantar-te
pois do singular
só penso em segunda pessoa.



sexta-feira, 11 de julho de 2014

Da Fotografia




"Photography is a language. The eye captures, then the image will tell a landscape, a sight, a story.. an emotion. It is always a quick moment, fragile … an instant to offer."


"A fotografia é uma linguagem. O olho capta, então a imagem vai contar uma paisagem, uma cena, uma história ... uma emoção. É sempre um momento rápido, frágil ... um instante para oferecer."

Daqui






"No fundo a Fotografia é subversiva, 
não quando aterroriza, perturba ou mesmo estigmatiza, 
mas quando é pensativa."
Roland Barthes


Foto by Pérola


"O olho do homem serve de fotografia ao invisível, 
como o ouvido serve de eco ao silêncio."
Machado de Assis





Gosto de fotografia. 
Não sei fotografar e dificilmente lá chegarei, mas é arte que aprecio. Pelo realismo ou talvez pelo que não se vê. Ou melhor, o que só eu consigo ver.
Penso que um artista de fotografia é como um escritor, um poeta, um escultor, um pintor, . . .cria.
Capta, através da lente, instantes, imagens que se podem traduzir em milhares de palavras ou, quiçá, tão somente, no silêncio.
Nas minhas viagens blogosférias, de quando em vez, deparo-me com publicações fotográficas ou mesmo blog's de fotografia...e, eu, gosto, gosto muito.
Aqui fica o meu agradecimento a todos eles/elas. Que as vossas máquinas estejam sempre à mão prontas para um disparo até que o dedo vos doa.
'Click, já está'



"A Fotografia eterniza momentos.
A Poesia eterniza sentimentos.
A Fotografia é a Poesia da imagem.
A Poesia é a fotografia das sensações."
Desconhecido




quarta-feira, 9 de julho de 2014

Vou . . .



Tão depressa vou
que caio nessa urgência
de te ter,
de saber de ti.

Urge-me esse colo
de que estou carente,
esse corpo
de que tenho fome,
essa boca
de que dependo,
essas mãos
de que tenho saudade.


Tropeço nas palavras,
que me tocam,
levadas na poeira de meus pés.

Corro, pois,
nessa velocidade excedente
que me atrai,
me compele
na necessidade de ti.

Vou depressa,
bem depressinha
que o meu desejo não aguenta mais
e meu amor mora longe.


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Homens e Mulheres : Pensamentos


"Os homens conseguem não pensar, por isso vivem mais dias."
Luísa Castelo Branco



Se há coisa que não consigo é deixar de pensar.
Em qualquer local, a qualquer hora é incessante a 'conversa' da minha cabecita.
Por vezes, nem sei o que penso, porém sei que o faço.
Confesso que muito gostaria de atingir aquele estádio de esvaziamento mental próprio dos meditadores e outras pessoas de (auto) controle invejável.
Eu não consigo.
E, isso cansa-me.
Há alturas em que me farto de mim própria e já nem me posso ouvir.
Umas férias 'fora de mim' seriam recomendáveis e um sonho.
Ah !
Por falar em sonhos: aqui prosseguem pensamentos . . . com forma de pesadelos, fantasias, realidades a cruzarem  dimensões sonhadoras ou meras ilusões.
Tudo depende do estado de vigília em que me encontro.
Tudo isto a propósito dos homens possuirem menor actividade cerebral e atingirem o feito de não pensar.
Como tive o previlégio de nascer menina também peço a benção de uma espécie de interruptor e poder 'desligar'.


Seria mais feliz . . . penso !


sexta-feira, 4 de julho de 2014

(Por a)caso



És um caso sério.
Acaso, que por acaso, aconteceu.

E é nesta fraternidade,
de destino e acaso,
que me perco.
Fico envergonhada,
destemida,
eu sei lá.

Como quem nada quer
vieste,
despiste-me em tuas mãos,
chamaste-me
e tornei-me num caso.
Mas, só por acaso.

Entre este '-caso sou eu ou és tu?'
brotou esta vontade de ti.

Ficou bom demais 
o acontecimento de nós,
o conto do teu beijo,
o caso de ser por acaso.



quinta-feira, 3 de julho de 2014

Foi em Ti



Foi em ti
que descobri o melhor de mim,
o céu se fez Mundo
e o chão se suavizou.

Foi em ti
que desvendei que amar dura mais do que nós,
o mar se amansou
e a noite se esqueceu da escuridão.

Foi em ti
que senti o hoje não querendo o amanhã,
o teu olhar se tornou casa minha
e o teu corpo me completou.

Foi em ti
que o horizonte me sorriu em vida com sentido,
a promessa se cumpriu
e eu renasci.




terça-feira, 1 de julho de 2014

AFlores



A Blogosfera tem-me proporcionado conhecer pessoas excepcionais, únicas e muito especiais.
Já por aqui falei do Alberto Flores.
 (Ainda) Não o conheço pessoalmente, mas das partilhas e trocas que têm surgido nestes dois anos, sei que tenho amigo para a vida.
É duma simpatia e generosidade rara.
Sou-lhe grata . . . muito.

Hoje, deixo 2 poesias dele e aconselho que visitem a estiqueta Inspirações.
Eu gosto de me perder por lá na prosa, nas marotices e nos contos que tão habilmente lhe escorrem da pena.

Um grande BEM HAJA para o Norte ! ! !


- I -
Não quero saber

Hoje não quero saber.
Não quero chorar, gritar, sorrir, fazer,
Quero estar aqui e agora.
Quero ser eu.
Arranco esta máscara,
Desisto da personagem, salto do palco,
Não quero saber  da assistência, muita ou pouca,
Se compraram bilhetes ou têm convites.
Hoje não quero saber,
Que desça o pano no palco.

Hoje não quero saber.
Tiro a maquilhagem
E vou pela rua fora
Misturado com a multidão,
Sem saberem quem sou,
Para onde vou,
Hoje não quero saber.

Sou livre, sou eu.
Sem maquilhagem, sem máscara . . .
Deixo a personagem,
Sou EU, só.



- II -
Um beijo  . . . daqueles.









Um adeus não pode ser despedida
Um até logo pode ser um até sempre.
Por isso
gosto de um agora.
Amanhã . . . não sei.
Por isso
gosto de um beijo quente,
longo,
de tirar a respiração . . . que quando penso  que acabou,
tu agarras novamente a minha cabeça
e empurras teus lábios contra os meus.
Por isso
gosto de um sorriso.
De um piscar de olhos.
Por isso
gosto que me mordas o lábio, até dizer  . . .  "uiii" (desculpa).
Por isso
gosto de fechar os olhos
e sentir o teu perfume.
Por isso
gosto, 
mas gosto muito,
que me beijes como só tu sabes.
Por isso
Gosto,
mas gosto muito, muito
de um beijo  . . . daqueles.