domingo, 3 de julho de 2016

há caminho

Rasga-se um caminho 
por entre  vontades esfaimadas,
corre-se em rota de colisão
buscando a interseção 
em pontos de corpos vulcânicos,
fusão embrulhada na pele,
no toque que arrepia só de olhar.

Abre-se passagem por entre 
umbrais de outro mundo,
abraça-se o outro como se fosse nosso
desviando estranhos seculares
em busca da totalidade do ser,
amor sagrado em momentos
de entrega,
em que tu és meu e eu sou tua.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Sem medos





Não há medo que me assuste
nem tempo fantasiado 
de silêncios vazios.

Não há loucura que não viva
nem desejo apetitivo
de ausência por visitar.

Quero viver e morrer
em lagos de medos,
mergulhar nas profundidades
das suas loucuras.

Ser-me só eu,
acto e consequência,
pensamento e emoção,
sem medos,
na imprudência insana
de águas salgadas,
ares ventosos
por onde me vou.