Estremece-me,
arrepia-me,
o vento teimoso,
esta corrente sibilante
de semblante divertido.
Cerca-me
e
agarra-me,
desafia-me
a procurar moradia
para lá das nuvens,
para lá do horizonte.
Conta-me do outro jeito,
do outro lado de mim
por onde as flores falam,
os sorrisos saciam
e os beijos curam.
Quer a minha mão,
quer a minha alma
em dança ritmada,
ora leve
ora vigorosa,
sussurrando
memórias
e
promessas
de ti.
Em abraço ampliado,
cerro olhos
em inspiração profunda,
e
atrevo-me
a deixar ir-me...
por onde moras,
por onde o vento nasce.