Quando tu me apertas
com teu querer
toda eu sou pele,
esqueço-me de respirar
dissolvo-me no gemido quente.
de teu corpo,
chamando-me ainda mais
como se as mãos,
o abraço
fossem pouco.
Quando me procuras
e eu já estou em ti
permito deixar de me ser
dissolvendo diferenças
em elevação de um todo
onde eu e tu
sobramos em prazer
fazendo vida
na agitação doce
de mares sem praia,
de barcos sem bandeira.
Quando tu me beijas
sem decência
toda eu sou capricho,
desalinho completo
sem inicio ou fim
apenas
o instante da eternidade
do desejo sem freio,
de amor
para lá do carnal.
Quando me sussurras
tuas vontades
já as havia lido
no teu olhar,
sentido em minha essência,
pois se somos
a plenitude de
nós dois,
apetite saciado
em harmonia
de ganas e abundância
de ti,
de mim,
de nós.