sexta-feira, 21 de abril de 2017

mundo meu



Em meu mundo
cabem desejos por inventar,
quereres de um sopro só,
fronteiras sem linha,
limites a serem superados.

Nele estás tu,
amor meu,
povoando minhas planícies,
banhando-te em meus rios,
navegando em oceanos de mim.

És a vastidão do sentir,
a chuva de olhares
em horizontes
para lá das cores
e tons com cheiro a longe.


Em meu mundo
sou-me entre toques,
corpos
e pele
onde o tudo
és tu
em eternidades
e excessos a que me permito
e atrevo.

terça-feira, 18 de abril de 2017

escondendo-me


coube numa caixa escura
o meu medo,
a minha alma
cortada pelas nesgas de luz
insistentes no chamamento
de outro eu.

confinei-me em espaço escasso,
pequenez definida,
no receio de outras dimensões,
da vastidão do mundo,
de flores por desabrochar
e mares por navegar.

Sabotei vontades,
quereres, desejos
e sonhos
sabendo da minha dor,
perdida algures por aí,
em mim, talvez.

domingo, 2 de abril de 2017

cristalinas


Bastam-me invernos e frios,
ventos e chuvas,
cinzentos e sombras.

Que venham azuis,
brancos e outras mais.

Quero Luz!
Quero Sol!

Cobiçam-me águas cristalinas,
puras,
límpidas no brilho
de tempos mornos
desapressados
no momento único
do instante,
já,
agora.

sábado, 1 de abril de 2017

Desjejum


Apetece-me barrar-te
de cima a baixo,
por todos os lados,
como torrada de amor.

A noite foi longa,
vazia de ti,
horas onde se forjaram
fomes e apetites 
por entre sonhos e lençóis.

Desperto no desjejum
de te abocanhar,
trincar,
 sem tréguas ou dietas
onde saboreio cada migalha tua
em satisfação
de resgatar o gozo
na quietação da carência.

Lambuzo manteigas,
doces,
 e não sei que mais.
pela manhã,
na alvorada
do teu coração.