O reparo descia-lhe pelo regaço
em espera descuidada,
como criança inocente
lambuzada por doces proibidos.
Que lhe importava?
Pois se tudo
nunca bastava,
quedava-se
em imperfeições,
de moldes múltiplos.
Permitia as vozes oferecidas,
os humores de outros,
tamanhos que não lhe serviam,
águas de fontes forasteiras.
Até aquele último reparo
foi acolhido,
na sua indiferença cuidada.
Era ferida em sangue
zelada pela firmeza
de não aquietar-se
com receios estéreis,
envolta numa serenidade saudável
de tudo esperar e nada querer.