terça-feira, 15 de maio de 2018

Sem Toa


À toa,
por aí,
acolá,
escorro-me no tempo
devagar
ou a borbulhar
eu sei lá.

Ebulições 
e ribeiras mansas
pertencem-me
como se fossem acalmia,
portos de abrigo,
na ponta de minhas mãos,
à toa.

E quando,
 de verdade,
cheiro a primavera,
pétalas e perfumes 
transbordam-me a pele,
autorizo-me,
deixo o mundo
e sou-me.