À toa,
por aí,
acolá,
escorro-me no tempo
devagar
ou a borbulhar
eu sei lá.
Ebulições
e ribeiras mansas
pertencem-me
como se fossem acalmia,
portos de abrigo,
na ponta de minhas mãos,
à toa.
E quando,
de verdade,
cheiro a primavera,
pétalas e perfumes
transbordam-me a pele,
autorizo-me,
deixo o mundo
e sou-me.