Pele nua,
despida de outras mãos,
de outra pele
com que se consumir.
Regaço exposto,
aberto a outro colo,
a outro peito
com que se adornar.
Mulher viva,
de respiração breve,
de palpitação em espera
com que se despertar.
a dessa pele,
a desse regaço,
ao me ocultar
em véu de pérolas,
de tamanhos desiguais,
como desassossegos
pertinentes
no processo de me ser.
Disfarçada a crueza
da pele,
ânsias e vontades
de coisas minhas,
saltam à vista
floreados,
enfeites tecidos
na dor
de um corpo
adornado com pérolas.