São palavras os teus beijos,
com que me escreves,
onde me conto.
Histórias pontuadas
em plenitudes exclamadas,
reticentes ou sem ponto final.
As interrogações fazem parte
da ortografia que te é peculiar,
usa-las na ponta dos dedos,
de mãos cheias.
Riscas-me o ser
por entre traços
que emergem intimidades,
escondidas,
segredos desconhecidos,
em transcendências do mais além,
profundidades
que desejo.
A tua caligrafia sabe de mim,
em letras inscritas
com o teu corpo,
nas cartas sem selo,
no teu querer manuscrito.
São livros os teus lábios,
com que me romanceias,
onde me folheio.
Pérola