domingo, 30 de junho de 2013
Na Corda
Na Corda . . .
amarram-se regras,
dou nós cegos inadvertidos,
teço redes várias,
estico-a ao limite,
pinto-a de humores,
dou pedaços, vendo outros,
enrodilho-me e peço socorro,
entro nas suas brincadeiras insuspeitas,
equilibro-me destemidamente,
receio as suas armadilhas,
tropeço em novidades,
reflito-me no seu entrelaçado,
pouso o pé no seu laço,
aprisiono-me em limites,
seguro-a em vontade livre,
partilho-me em doces ofertas,
recebo-te no equilíbrio satisfeito . . .
Na Corda da Vida !
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sábado, 29 de junho de 2013
Parvoíces . . .
Aparvalhado é adjetivo que ninguém gosta de carregar.
Porém, parece-me que isto da idiotice não é mal assim tão grande.
Senão, vejamos:
A inteligência sentada nada vale.
Melhor ser lerdo!
Depois temos a morte.
Tudo é preferível à condição de não estar vivo.
A tolice tem gradações.
Há parvos e parvos!
Uns maiores do que outros.
Por fim, o querido MEC.
A felicidade encerra uma dose de maluquice e de burrice, consciente ou não, acrescentaria.
Concluindo, sou um bocado parva, tolinha, em intervalos de lucidez servidos em prato recheado de afetos, instantes de felicidade e busca de verdades suspeitas.
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sexta-feira, 28 de junho de 2013
O vício das Unhas
"As unhas são anexos cutâneos que fazem parte do aparelho ungueal.
Têm grande importância na proteção das falanges distais, bem como função estética no mundo moderno, principalmente para as mulheres.
Além disto, a unha contribui para apreensão de objetos, conferindo mais firmeza e melhor sensação tátil, e também ajudam a compor a estabilidade dos dedos, permitindo uma deambulação adequada.
Doenças que acometem as unhas podem ser restritas ao aparelho ungueal ou fazer parte do acometimento de doenças sistêmicas, necessitando pronto diagnóstico e tratamento."
www.medicinanet.com.br
Confesso: tenho um vício terrível, roer as unhas.
Apesar das intermitências nunca chegou a este ponto.
Bolas! Até me assustei!
O facto de serem quebradiças, e possuir temperamento pouco calmo, ajudou ao arrastar da situação.
"O que for teu desejo, assim será tua vontade.
O que for tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino."
Contudo, o meu desejo aliciou a minha vontade e esta conduziu os meus atos.
E deixei de roê-las!
Parece tão fácil!
O que verdadeiramente me permitiu o seu natural crescimento foi pintá-las.
Bem pequeninas, rídiculas, mas com ganas de serem adultas.
Já experimentei o verde, o azul, o amarelo, o vermelho e alguns rosas.
Finalmente percebi o porquê do classicismo do encarnado.
Mesmo nua uma rapariga sente-se sexy, e bem vestida, se as unhas de escarlates se vestirem.
Agora sou uma addicted em recuperação.
"Um dia de cada vez" é o lema.
Ainda não descobri nenhum grupo de apoio onde possa partilhar das minhas angústias, vitórias e fracassos quotidianos.
Por outro lado resta-me a questão das unhas dos pés (é verdade, também são roídas pela pequena Pérola) e ornamentações como estas que me dão umas vontades de comer:
P.S. Também adotei outro lema: " Um vício de cada vez".
Depois conto-vos.
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quinta-feira, 27 de junho de 2013
Sou Aquela . . .
Sou Aquela,
perdida na multidão
que segue a encruzilhada como caminho.
Sou Aquela,
refletida em espelho baço
de contornos traçados na dúvida.
Sou aquela,
indiferente ao tempo
companheiro e carrasco de mim.
Sou Aquela,
abraçada na inquietação
e beijada no sonho.
Sou Aquela,
embrenhada em guerras quiméricas
sem tréguas possiveis.
Sou Aquela,
despida pelo desapego
suplicante de vestes ideais.
Sou Aquela,
gaivota destemida
ferida no desequíbrio do meu mar.
Sou Aquela,
gota salgada
em lágrima imprestável.
Sou Aquela,
fantasia ambiciosa
na simplicidade de mim.
Sou Aquela,
contraditória sensatez
na loucura de me ser.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
À LUA !
Foto By Pérola
Vem, meu amor !
Desnuda-te em noite mascarada de dia !
Vem banhar-te no luar cristalino !
Deixa que a luz te afague o corpo !
Atreve-te na descoberta !
As sombras destapam-me de lençol brilhante.
Vem partilhar o meu esconderijo !
Sê o meu par no bailado cósmico !
Dancemos sob a cumplicidade da arcada celeste !
Sou filha da Lua que abençoa.
Nada temas, ousa-me, te peço !
Agarra-me bem !
Olha-me !
Silencia-me !
Permitamos que o desejo e a paixão sejam os únicos falantes.
Deito-me em terra aquietada pelas estrelas.
Acompanha-me neste repouso aluado !
Vem, meu amor!
Ser eclipse total em alinhamento perfeito de corpo e alma !
terça-feira, 25 de junho de 2013
Do Passado.
O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.
Mario Quintana
O passado teima em colar-se como o suor na pele do atleta.
Cria desordem na argumentação.
Tudo explica.
Aconteceu.
Passou.
Duma realidade verificada e confirmada.
Incontornavel.
Insiste tornar-se presente.
Não oferenda, mas facto aceitavel.
Insinua-se no Agora e ai de nós se não prestamos atenção.
Solidifica-se.
Gosta de afastar o futuro impondo-se confortavelmente.
Transveste-se de sonhos e graceja com a acomodação.
O Passado, um convidado familiar.
Que cada anfitrião o ponha no seu lugar.
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segunda-feira, 24 de junho de 2013
Preguiçando . . .
FOTO BY PÉROLA
A pedra aquecida prometia indolência.
Um calor que esquentava o corpo encarapaçado.
Esticava os membros em imobilidade necessária.
Evitam-se sombras escuras.
Absorvem-se todos os pingos de luz.
Nesta moleza apetecida, espreguiça-se.
Em quietude lenta esforça-se na exposição solar.
Com ganas de se livrar da incómoda proteção.
Como se gostaria de desnudar e
entragar-se ao abraço do calor
preguiçando . . .
Nada fazendo,
de pensamento oco
e sentires físicos.
A felicidade simples da natureza,
naturalmente.
domingo, 23 de junho de 2013
Perco-me
morro nas palavras aladas
de múrmurios íntimos.
desfaleço em teus beijos
no aconchego do enlaço.
abandono trilhos sinalizados
para me encontrar em floresta inexplorada.
ofereço alma inquieta
em corpo que mendiga.
escalo escarpadas montanhas
para repousar no vale do teu ventre.
ouço vento ciclónico
que transporta o teu brado
e me chama de Amor.
sábado, 22 de junho de 2013
Equilíbrio
O segredo estará no equilíbrio?
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sexta-feira, 21 de junho de 2013
Com Chuva
I
O entardecer abafado trouxe nuvens carregadas de noite.
Com ela as sombras abraçaram o tempo.
A atmosfera encheu-se de precipitadas e nervosas gotículas.
Húmidas, deixavam rasto de si em ramos de árvores mirradas.
II
Ele vagueava de prancha às costas.
O mar tinha sido a sua casa durante a tarde.
Tentara silenciar a mágoa ensolarada da manhã.
As vagas vigorosas não lhe cansaram a mente.
Somente o corpo lhe estava dorido.
III
Ela espreitava a rua, em ávida exploração .
A rua enchia-se em lago extemporaneo.
No calor banhado a silhueta surgiu, do outro lado da rua.
Correu na liberdade de si e o rosto molhado dele convidava-lhe os lábios sequiosos.
IV
Em sacríficio instintivo as bocas cumpriram rituais desregrados.
A benção da chuva conspirou na ousadia das mãos que desenhavam contornos apetecidos.
Despediram-se da negritude exterior.
Fundiram-se em corpos com sabor a chuva em dilúvios de prazer.
Ela era rio caudaloso onde a enchente dele provocava êxtases profanos.
Tormentas dobradas em aguaceiros providenciais.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Da Liberdade
A emancipação plena é sonho de pessoas e povos.
Fazem-se revoluções, guerras e morre-se em nome da Liberdade.
Ousar levar à prática tudo o que se deseja.
Gritar ao mundo palavras sem censura.
Em autonomia inteira, sem restrições.
Onde opiniões alheias não entram ou são desconsideradas.
Encontra-se a seguinte definição no dicionário informal:
"É o direito de fazer o que quer.
Liberdade é a condição de pessoa que não é escrava."
Total permissão!
Um sonho?
Enquanto seres sociais as regras integram a realidade do Homem e seria inimaginável viver, em comunidade, de forma anárquica.
Há os que defendem a liberdade individual, a todo o custo, contra a ditadura do coletivo.
Não acredito na Liberdade 'de per si'.
Como algo atingivel em plenitude.
Nunca se consegue, e muito menos, se tem o direito de se fazer TUDO o que se quer.
Pois . . . envolve responsabilidade, respeito.
Existe assim uma espécie de redoma em cada individuo a que nos é proibido aceder sob pena da nossa liberdade desmembrar a liberdade de outrém.
O mesmo se aplica a pessoas coletivas, culturas, grupos da mais variada espécie.
Todos já ouvimos dizer que ' a nossa liberdade acaba onde começa a do outro'.
Coisa difícil de definir!
Não admira a confusão generalizada.
A Liberdade é mais um estado de espírito, uma maneira de se ser e estar na vida.
Penso que se trata de um 'ato puramente interior'.
O espaço onde se é . . . e que a felicidade precisa como tão bem Pessoa define:
quarta-feira, 19 de junho de 2013
terça-feira, 18 de junho de 2013
de noite . . . navegamos . . .
O teu desejo
desperta-me de noite.
O mar do teu corpo
enche-me a maré do sonho.
Afastas-me o sono
na onda da tua língua,
nos sussuros das tuas palavras.
Acordas-me pouco a pouco,
no teu cheiro de maresia
que me embriaga
no balanço do teu oceano.
Iças as velas,
consultas a bússula,
traças rota
e rumamos para águas desconhecidas.
Agarras-me no meu desequilibrio,
transpomos fronteiras insanas,
navegando na imensidão do querer.
Do Humor
Acrescentaria às pessoas de mau humor, o clima, as situações que nos irritam.
Um contágio a evitar.
Eu prefiro contagiar e ser contagiada pela sorriso.
Com a alegria como companheira a vida tem outro brilho, outro sabor.
Sim!
Porque a vida tem sabor, cheiro, sensação, olhares e sons.
Todas estas sensações ficam toldadas consoante a nossa atitude e predisposição.
A mim, a metereologia influencia-me.
Esta instabilidade atmosférica e de temperatura deprime-me.
Porém, não permitirei que me cegue.
Decidi que sou feliz assim mesmo.
De bom humor.
Chuva? Podes precipitar à vontadinha...
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segunda-feira, 17 de junho de 2013
Mãos pintadas
O post de ontem tinha uma imagem com pintura em mãos.
Já conhecia, contudo aparecem sempre novidades.
É nestas manifestações humanas ( música, escrita, dança entre outras) que me dão gosto em ser pessoa.
Temos imaginação fértil e inventamos o ininventável.
Resolvi trazer mais uma pinturas porque as considera Arte.
Podem até ter retoques de photoshop ou outras manipulações, mas a parecença com a realidade é engraçada.
Depois dos animais, há outras, deste género, que gosto de sobremaneira.
Assemelha-se a pintura em tela.
E aqui os dedinhos preparam-se para a partida.
Pintura: uma corrida sempre ganha !
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