É um daqueles temas, em que à primeira vista, estamos todos de acordo:
" - A mentira é péssima e não pode fazer fazer parte da minha vida, de todo.
Recuso-a e abomino-a! "
Concordo que a verdade deverá(ia)ser um constituinte da nossa vida e esta dançaria na melodia dos solfejos, em escala de veracidade, com notas sinceras e em tempos exatos.
Contudo, como em (quase) tudo, a realidade está a distâncias que variam com as pessoas e situações concretas.
Tal como outros 'males' da humanidade, a mentira faz parte da nossa vida.
Não há volta a dar-lhe.
Independente aos nossos clamores por honras virtuosas,
somos todos acossados pela 'vil' mentira.
Até me quer parecer que nos está no genes.
Há-as piedosas, as sem-querer, as sem intenção, as do mal menor, as que não querem magoar o outro, as intencionais, as maldosas, as cobardes, as que derivam doutras, . . .
E que levante o braço quem nunca mentiu !
Alguém ? ? ?
Por princípio, faço parte da maioria, não gosto e odeio quando me metem.
Porém, o tempo, a vida ou seja lá o que for tem-me ensinado que tudo é sujeito de relatividade.
Logo, a mentira terá os contornos com que a desenharmos e terá menor ou maior importância de acordo com a história de cada um, hábitos sociais, modas e medições de gravidade que dependem, igualmente, do fator medida e do medidor.
A acrescer a esta interação (convém não esquecer o que mentimos a nós próprios) temos que somar outros factos como o perdão, o tentar entender 'porquês' e mais um rol de entidades que nos deixam os nervos esfrangalhados.
Viver não é tarefa fácil nem linear e sem manual de instruções pode tornar-se doloroso.
Como gostaria de habitar a certeza, até mesmo com a mentira como senhoria!