terça-feira, 17 de abril de 2012

* Princesas *

                                      
Crescemos com as histórias de príncipes e princesas e com os seus finais de 'casaram e viveram felizes para sempre'. Sempre tudo envolvido numa atmosfera cor de rosa, de fazer sonhar.
Como os nossos pais, querendo fazer-nos felizes, nos 'atraiçoaram' ao levarem-nos a idealizar vidas sem existência real. Principalmente com as meninas, os seus folhos, vestidos de fadas, tiaras,  sapatinhos de imitação de cinderela, o brincar  às casinhas com os seus 'nenucos', 'baby born' e parentes. Tudo apontando para a realização do feminino no casamento e posteriores filhos.
Não me venham chamar de antiquada porque continuo a ver os jovens casais a comprarem, deliciados, os brinquedos, no feminino, para as princesas que lhes alegram a casa.
Inconscientemente, ainda hoje, depois da emancipação feminina e de tudo o que lhe está associado, continuamos a educar os meninos e as meninas de forma diferente, mesmo os pais mais contemporâneos.
O que me trouxe aqui foi o 'after' do final das histórias de encantar.
A trama desenrola-se sempre em torno duma bela princesa, de amores contrariados, com bruxas más ou outros elementos desestabilizadores. O que importa é que o final seja feliz, supremamente recompensador.
Agora, questiono, e depois do casamento? Como acontecerem os filhos? O quotidiano? É que a vida só acaba com a morte (ridícula observação) e até lá, como os intervenientes, regra geral, estão na sua juventude, presume-se que tiveram vidas longas.
À cerca destas historias estou-me a lembrar do Shrek, único em tantos  apetos, e que viemos a conhecer a continuação da narrativa com a felicidade do nascimento dos lindos ogrezinhos, mas assombrada pelas dificuldades que se encontram na sequela do filme original. Adoro o Shrek e a sua lindíssima família! O amor comove-me e não ficou pela felicidade eterna do amor consumado. Tomamos conhecimento dos obstáculos posteriores, sempre superados com o amor.
Ainda a respeito do tema, recordo as histórias reais de tantos reis, raínhas, príncipes e princesas que ainda povoam o nosso Mundo. Basta abrir um jornal ou uma revista.
Dá-me que pensar, sim senhora!

19 comentários:

Opinante disse...

Os filmes acabam sempre na parte mais bonita em que casam e viveram felizes para sempre! ...
Temos de fazer das nossas vidas um final feliz para sempre e esforçarmo-nos para isso, todos os dias!

Sarah in Wonderland disse...

Ora aí está um bom tema! :)

Também me pergunto porque é que as histórias de encantar terminam todas com o célebre "e viveram felizes para sempre". Podem depois viver juntas para sempre, mas felizes, todos os dias? Não me parece. Há dias bons e dias maus, há dias em que adoramos a pessoa com quem vivemos e outros em que mais nos apetecia estar sozinhos. A quem não acontece? É natural, apesar de se tornar motivo para muitos divórcios. Quer sozinhos quer acompanhados, há dias bons e dias maus, alturas boas e alturas más, sentimentos positivos e negativos.

Era mesmo engraçado, como dizes, fazer os filmes com as outras partes da vida. O após-casamento, as chatices, discussões, problemas. Isso sim, seria mais útil às crianças, pelo menos chegariam à vida adulta cientes das dificuldades, em vez de esperarem só por coisas boas.

Grd beijinho.

mfc disse...

Somos seres que aspiramos à felicidade, mas também temos que ter a noção clara que, infelizmente, ela só nos aparece a espaços.
A felicidade em permanência é uma utopia que nos pode causar desilusão e, por vezes, depressão.
Há que ler os sinais e agarrá-los com ambas as mãos.
Disseste bem, ao focares que a educação das meninas e meninos continua a ser diferente, mas nem por isso uns são mais felizes do que outros.
Nesse capítulo a natureza acaba por os equiparar... A natureza faz uma justiça esquisita, mas faz justiça, não dando a uns mais que a outros.
Beijinhos,

Anónimo disse...

gosto muito do blog e das histórias fantásticas e acho que é mesmo isso uma história... :) estou a seguir, se gostares segue-me também. um grande beijinho

AvoGi disse...

isto do casar e viver felizes sempre nem nas princesas réis e rainhas de hoje me dia. perguntaste-em o que era o amor
para mim amor é...amar desculpar querer sentir olhar aceitar respeitar, basicamente estas acções.
há outras seu sei para mim estas chegam
kis :=)

Ana Cristina disse...

Olá Pérola... eu tb penso mais ou menos assim como tu... tudo vem logo de mais pequenos...

eu felizmente tenho uma vida conjugal maravilhosa, há 10 anos que casei e juntando os anos de namoro já contamos 16 anos. Posso dizer que NUNCA tive uma discussão com o meu marido que ficassemos de costas voltadas, ou que deixassemos de falar ... temos as nossas coisas, mas ate costumo dizer que os nossos atritos são "saudaveis" lol apimentam a relação...

numa relação não podemos subcarregar só um, temos de fazer tudo em conjunto, e se calhar é nesse ponto que a gente acerta. Mas conheço amigas minhas que valha-me Deus... eles não mexem uma palha... casa e filhos é tudo por conta delas e não pode ser assim.

beijinhos...

ponto e virgula disse...

o entendimento é a base do sucesso...
quais as formas de entendimento?
acima de tudo, o respeito pelo amor. o respeito por quem amamos. o diálogo feito para todas as ocasiões... sempre saudável!!!



a...té

Benó disse...

Sim, mesmo em casais modernos, ditos atuais, a educação das meninas é diferente dos meninos. Não estou a ver um casal oferecer um carro telecomandado, por ex. à filha e ao filho, uma Barbie.
No entanto, a menina pode vir a ser uma boa técnica em mecânica e o filho um bom pediatra ou educador de infancia. Sabe-se lá!
As histórias acabam sempre bem, talvez quem escreve tenha medo da realidade.

Katty disse...

Eu fui uma menina que cresci a brincar com bonecas mas também com uma colecção de carros e bolas de futebol e poucas barbies e isso contribuiu provavelmente para o facto de me dar melhor com rapazes do que com raparigas e isso fez-me crescer porque uma rapariga que anda com muitos rapazes é rotulada como "dada" se for gira e "maria-rapaz" se não o for. Ou seja, parte da minha juventude fui "maria-rapaz" e até à bem pouco tempo pensavam que era "dada" até virem e levarem o maior "fora" da vidinha deles.
Esta sociedade está cheia de estigmas e julgamentos sexistas errados!

Mona Lisa disse...

Amar é maravilhoso! O amor verdadeiro tem que ser partilhado, desejado, respeitado...

O amor/felicidade pode ser "eterno", encontrando-se o "principe/princesa" certos,cabendo-lhes manter a "chama" acesa...

Realmente, não se evoluiu na educação menino/a, mas , como disse, cabe aos dois conseguirem ser felizes!

Beijos.

Pretty in Pink disse...

Tens toda a razão, dá mesmo que pensar!!

Beijinho*

BB disse...

adorei o post, a sério. muito bom mesmo.

Anónimo disse...

Não será isso a sociedade a 'moldar' os seus transeuntes? E depois ficam eternamente á procura de algo que lhes fizeram acreditar que seria REAL desde pequenos e que afinal qd acordam com um tremendo porradao na cara.. vêm que afinal.. as coisas só sao cor de rosa nos livros e nos filmes.

Dá mesmo que pensar.. ou entao sou eu que já não estou acostumado a usar a massa cinzenta :)

obrigado por me 'obrigares' a lhe retirar o pó

:)

A Loira disse...

Pois é, a história acaba sempre no casamento, como se fosse uma única meta a atingir e depois, bem... a tua primeira foto diz tudo. Post fantástico.

Lilá(s) disse...

Dá mesmo que pensar, tens razão! adorei o texto.
Bjs

Unknown disse...

Pérola, boa noite!
Ora aqui está um tema interessante! Eu penso que é bom que as histórias terminem com um final feliz, independentemente do " e viverem juntos para sempre" ou não. Até porque para histórias com finais tristes, já bastam as nossas, as da vida real. E, digo isto, porque não conheço histórias de vidas felizes com finais felizes, o fim, na vida real é sempre triste, mesmo que o fim a que me refiro não seja a morte.

Em resposta ao teu comentário na minha "casa", foi uma coincidência bonita "caíres" logo num post com a data de nascimento da tua filhota. Somos praticamente da mesma idade, eu tenho mais um ano e dois filhotes que amo muito.

Beijinho,
Ana Martins

apessoa disse...

E deixa-nos a pensar

Valsita disse...

Sim... dá mesmo que pensar! Isso do "...e viveram felizes para sempre" é uma boa balela... e somos nós programadas (em crianças) para esperar pelo principe em cavalo branco. Não nos dizem que o principe até pode ter montes de defeitos, ressonar, deixar as peugas pelo chão... mas se nos Ama com todos os nossos defeitos, então até merece ser amado com os defeitos dele...
Do alto dos meus 3 anos de casada (lol), o que tenho aprendido é que é preciso muito trabalhinho, mta paciencia, mto respeito e mto amor, para "viver feliz", mesmo nunca sabendo se será "para sempre"

Sofia disse...

Sim, dá realmente que pensar. Existem no entanto pessoas que pensam que a vida é mesmo um conto de fadas... Nasceram com outras oportunidades, outros modos de agir ou de ver o mundo. Se tudo fosse lindo, maravilhoso e sem obstáculos que sentido é que teria a vida. Só o Amor vence todas as barreiras, por mais sacrifícios que tenhamos de fazer, limites que tenhamos que ultrapassar, o amor curará sempre tudo e mostrar-nos-á que existe sempre um dia de 'amanhã' um pouco mais conveniente do que o de 'hoje'. beijinhos