I
O entardecer abafado trouxe nuvens carregadas de noite.
Com ela as sombras abraçaram o tempo.
A atmosfera encheu-se de precipitadas e nervosas gotículas.
Húmidas, deixavam rasto de si em ramos de árvores mirradas.
II
Ele vagueava de prancha às costas.
O mar tinha sido a sua casa durante a tarde.
Tentara silenciar a mágoa ensolarada da manhã.
As vagas vigorosas não lhe cansaram a mente.
Somente o corpo lhe estava dorido.
III
Ela espreitava a rua, em ávida exploração .
A rua enchia-se em lago extemporaneo.
No calor banhado a silhueta surgiu, do outro lado da rua.
Correu na liberdade de si e o rosto molhado dele convidava-lhe os lábios sequiosos.
IV
Em sacríficio instintivo as bocas cumpriram rituais desregrados.
A benção da chuva conspirou na ousadia das mãos que desenhavam contornos apetecidos.
Despediram-se da negritude exterior.
Fundiram-se em corpos com sabor a chuva em dilúvios de prazer.
Ela era rio caudaloso onde a enchente dele provocava êxtases profanos.
Tormentas dobradas em aguaceiros providenciais.
11 comentários:
Uau! Muito bom =)
Beijocas
Boa noite!!
Parabéns pelo belo trabalho.
Abraços
verapotella
Fixe, mas eu quero SOL :)
beijinhos
Intenso , adorei!
Bjão pra vc, amiga Pérola!
:) cute!
Paulinha
A chuva e as lágrimas são companheiras... adorei !
Muito bom! Adorei... ler-te é sentir poesia viva!
Bjinho
quando o amor impera a chuva não é problemática bem pelo contrário pode ser envolvente
beijinhos
Na joalharia da Pérola ,saem as joias
mais preciosas que deixam-nos sem
palavras ,bom fim de semana,beijos
Hummmmm...intenso, sensual!
Amar em dias de chuva...um dilúvio!
Beijinhos.
Olá Perola
Lindoooo!
Mas venha o sol, rs...rs...rs...
Beijinhos
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