domingo, 6 de abril de 2014

Não me sei !



Vieram noites, vieram dias.
Momentos rasurados
ou simplesmente sonhados.
Não sei!

Correm instantes,
traços na tela da vida,
borrões com cor de lembrança,
vida que se escoa na peneira do desejo.

Harmonizam-se tombos
fundidos em cores de cheiro
e eu sem nada saber.

Descarrego-me na ponta  do lápis,
em palavras que não se ouvem,
nos riscos feitos no ar.

Verteram-me.
Aconteci.
E vieram noites, vieram dias.

Acabo por ser este gatafunho,
inacabado, imprestável,
onde sinto toque alheio,
fantasia ou demência?
Não sei.
Não me sei!



42 comentários:

Anónimo disse...

Este poema é estupendo...
Beijinhos e uma excelente semana!

Maria do Mundo disse...

Fabuloso. Traduz tanto de mim!

Olinda Melo disse...


Belo poema, Pérola, que agarra o sentido menos feliz da vida.

Bj

Olinda

Dilmar Gomes disse...

Bom poema, amiga Pérola. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas uma linda semana.

Lua Singular disse...

Oi Pérola
Seu poemas são tão lindos que nos deixa atônitos de tanta magia.
Uma bela noite
Beijos Lua Singular

ZULMIRA ROMARIZ disse...

Pérola, lindo como sempre, essas
pérolas que saem das teclas do
computador, gostei da frase
«não me sei» acho que por vezes é
isso que sinto, beijos

Francisco disse...

Muito bom,

;)

Beijinhos Grandes

Magia da Inês disse...

✿°
º•°✿
"Fantasias ou demência" ou simplesmente poesia, a mais pura, vinda do fundo do coração.
Amo a forma lírica que você escreve seus sentimentos.


¸.•°❤❤°•.¸
Bom domingo!
Boa semana!
Beijinhos.
·.¸.•♪♪

Anónimo disse...

Belíssimo poema :)

Thais Terra disse...

Ótimo poema! Gostei :)

http://colorful-mushrooms.blogspot.com.br/

Beijoos ;*

Odete Ferreira disse...

Um poema onde me identifico. Provavelmente, quem escreve, já fez um ou mais poemas à volta destes questionamentos sobre o "eu" e a "vida" - eu prefiro falar em momentos ou instantes. Neste poema "descarregas" o lamento do que passou sem teres o agarrado como seria o teu desejo. Mas, como dizes, há dias e há noites que parece que não nos pertenceram...
Gostei imenso.
Bjos, Pérola :)

Odete Ferreira disse...

Corrijo: em vez de "sem teres o agarrado" é "sem o teres agarrado"...

chica disse...

Sempre brilhando,Pérola! Lindo! bjs,chica

Edum@nes disse...

Pela malha fina da peneira!
Passa a farinha peneirada
Separada do farelo quisera
Cresce até ficar levedada
A massa com desejo espera
És farinha, não peneirada?

Te desejo amiga Pérola, uma boa noite, um beijo.
Eduardo.

MDRoque disse...

A contradição de um eu inacabado. Lindo ! Beijos.

Os olhares da Gracinha! disse...

Como sempre...um belo poema! Bj

Maria Eu disse...

E o que somos todos senão seres inacabados? Seria uma monotonia se assim não fosse...

Beijinhos Marianos, Pérola! :)

Anónimo disse...

“Vieram noites, vieram dias.
Momentos rasurados
ou simplesmente sonhados
Não sei!”

Fabuloso!

Beijo e boa semana :)

Ana Tapadas disse...

Cheio de força e muito belo!

Boa semana.

bjs

Evanir disse...

A vida é de momentos sonhados
calados muitas vezes intenso
se perde nomeio dos nossos pensamentos.
Uma feliz noite de Domingo.
Uma abençoada semana beijos,
Evanir.

Cidália Ferreira disse...

Boa noite Pérola

Soberbo a tua maneira de poetar.. Adorei..

beijihnhos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Uma linda poesia, para a minha noite de domingo, deixa-me feliz...Obrigada!
Beijo,
da Lúcia

Laura Santos disse...

E quem se sabe?... As pessoas pensam que se sabem, mas a verdade é que até para nós próprios somos um mistério.
Muito bom!
xx

manuela barroso disse...

Podes pensar não saber o que queres saber.
O que sei é que sabes mais do que pensas sabem
Cada vez os cumes estáo mais altos, Perola. Lindo!
beijinho

Arco-Íris de Frida disse...

Apesar de estarmos em nos... na maioria das vezes nao nos sabemos...

Que vc tenha uma otima semana Perola...

Beijos...

Guiomar Lobo disse...

Nem sempre adianta saber...ou ficamo-nos por pequenas circunsTâncias.
A maior somos nós... sempre. Mesmo se um outro existe é apenas pr existir em nós, ou muito identificado connosco, ainda que o não queiramos.
Somos sumamente egoístas. Mas se assim não fôssemos não daríamos lugar a momentos belos de lirismo, como este.
Beijo.

Táxi Pluvioso disse...

Não saber é um passo para saber. boa semana

C. ✿ disse...

Que giro, isto faz lembrar várias coisas :)

Júlia Evelyn disse...

deu até saudade de escrever coisas profundas... ainda mais com essa música de fundo inspiradora!!

juliamodelodemodelo.blogspot.com.br

Luma Rosa disse...

Oi, Pérola!
Confesso que fui procurar o significado da palavra gatafunho.
Acho que todos nós aparentemente somos um rascunho daquilo que está dentro de nós, daquilo que realmente almejamos. Se as coisas não acontecem como a previsão, precisamos de um plano B. Ter sonhos é uma forma de nos iludir com a vida, mas quando eles se concretizam nos sentimos mais vivos. Para a tristeza ir embora, somente a alegria poderá varre-la. Parece fácil, mas não é mesmo! É preciso o primeiro passo :D para nos libertar dos pensamentos opressores.
Boa semana!!
Beijus,

Classe Cappuccino disse...

lindo...

Sónia
Taras e Manias

Cláudia disse...

Adorei =)
Boa semana.

Beijocas

Opinante disse...

Maravilhoso!!

Boa semaninha!

Liliane de Paula disse...

Não sei o que é gatafunho, Pérola.

Raphaela Barreto disse...

Escreves tão bem!
E as vezes nem eu me sei.
Adorei.

Beijos e ótima semana!

http://mylife-rapha.blogspot.com

Unknown disse...

Dos seus poemas, esse é um dos melhores que já li. Amei.
Beijos,
Renata

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde,
A Tela da vida é uma frase significativa, O poema é magistral.
Abraço
ag

http://momentosagomes-ag.blogspot.pt/

José Carlos Sant Anna disse...

Há muitas formas de se indagar, de se questionar. E a poesia é um dos caminhos para fazê-lo. Multiforme, o discurso poético é por vezes este caminho, pois, além de revelar-se ou questionar-se, o sujeito da enunciação traz o Outro para dentro do seu questionamento quando consegue universalizar a sua linguagem. Este poema ilustra essa afirmativa. Repare-se que o sujeito se desvela num verso inicial que se desdobra gradualmente, alargando-se nos versos que se sucedem, explicitando gradualmente o conhecimento que tem si, ao questionar-se, indagar-se ainda que em frases afirmativas. “Descarrego-me na ponta do lápis / em palavras que não se ouvem / em riscos feitos no ar”. Um belo poema.
Beijo, Pérola!

Unknown disse...

Vivemos tao pouco tempo para percebemos a imensidão de mistérios que nos rodeiam ,muitos beijinhos Perola

Beatriz Bragança disse...

Querida Pérola
Discordo do título, porque, ao ler este poema, sei que sabe! e muito! e muito bem!
Parabéns.
Cada vez escreve melhor!
Beijinho
Beatriz

Mona Lisa disse...

Poema divinal, onde me revi!

Beijinhos.

Francis disse...

Sempre com lindos poemas profundos e enigmáticos...

Traços de uma alma.