As palavras são teus cabelos,
coam-se entre dedos,
em brincadeiras rebeldes
de suavidade presa
na ponta da pele.
Fogem-me vírgulas,
pausas refugiadas
pelo teu pescoço,
sem interrogações
ou exclamações
de lugar certo.
Ressoam ecos dessas palavras
que fugiram à tinta
ritmados no cair da água,
do duche,
em tuas madeixas molhadas
escorregando-me
na espuma do que ficou por dizer,
sem ponto final,
rimas ou métricas.
São afagos desembaraçados
nesse pentear sem letras
enleados em minhas mãos,
toque de poesia,
paixão
e amor,
tão só.
As palavras não me obedecem,
esquecem-se do meu chamamento,
do meu desejo,
deixam a carta em branco,
restando a mensagem escrita
nas linhas desarrumadas
do teu cabelo
onde rabisco
o quanto te quero.
9 comentários:
Palavras vivas que nos embalam neste lindo poema,querida amiga desejo-lhe uma terça-feira muito feliz beijinhos
Bonitas palavras.
Beijocas
Poesia brilhante, como sempre!
As palavras conseguem ser tanto. Assim como os espaços que deixamos para que a história se desenlace
Beijinhos*
A sua poesia é como o vinho do porto. Está cada dia melhor.
Adorei.
Um abraço
Lindo Poema! Adorei
Beijos
Gostei
Beijinhos
Desejos .... ;)
E que belas palavras estas.
Ao falar de palavras...
Um belo poema. Lindo.
As palavras muitas vezes têm vontade própria.
Quando assim é o mais aconselhável é deixá-las fluir.
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