sexta-feira, 23 de março de 2012

Problemas e Dor.

A vida é difícil. Esta é uma grande verdade, uma das maiores. Uma vez que a  vejamos realmente como 'grande verdade', transcendemo-la. Quando sabemos, compreendemos e aceitamos verdadeiramente, que a vida é dificil, a vida deixa de ser difícil. Assim que é aceite este facto, deixa de ter importância.
A maior parte das pessoas não vê inteiramente esta verdade. Em vez disso, lamenta-se, ruidosa ou subtilmente, da enormidade dos seus problemas, encargos e dificuldades, como se a vida fosse ou devesse  ser fácil.
A vida é uma série de problemas. Queremos lamentar-nos ou resolvê-los? Não esquecer que a disciplina é a ferramenta essencial para resolver os problemas da vida.
O que torna a vida difícil é que o processo de confrontação e resolução de problemas é doloroso. Os problemas, consoante a sua natureza, evocam em nós frustação, ou desgosto, ou tristeza, ou solidão,ou culpa, ou remorso, ou ira, ou medo, ou ansiedade, ou angústia, ou desespero. Sentimentos desconfortáveis a até dolorosos. Na verdade, é devido à dor que os acontecimentos ou conflitos geram em nós o que chamamos 'problemas'. 
No entanto, é neste processo de confrontação e resolução de problemas que a vida adquire significado. Os problemas apelam à nossa coragem e sabedoria, criando-as, até. É unicamente devido aos problemas que crescemos mental e espiritualmente. Como dizia Benjamin Franklin: "As coisas que magoam, ensinam-nos". 
É por isto que as pessoas sábias aprendem a não temer, mas a encarar os problemas a até a encarar positivamente a dor dos problemas. Como a maioria de nós não é assim tão sábio, receamos a dor e tentamos evitar os problemas. Ignoramo-los, fingimos que não existem. Chegamos a tomar drogas que nos ajudam a ignorá-los, anestesiando-nos. Tentamos rodear os problemas em vez de os encarar de frente. Esta tendência é a base primária de toda a doença mental humana. 
Como dizia Carl Jung: " A neurose é sempre um substituto do sofrimento legítimo".
Só posso resolver um problema quando digo: 'Este problema é meu e compete-me resolvê-lo'.

9 comentários:

mfc disse...

"As coisas que magoam, ensinam-nos".
Não concordo muito com esta faceta expiatória, castigadora até da vida! Algo religiosa, maniqueísta onde de um lado estão os bons sofredores...
Também podia dizer que o que nos faz felizes também nos ensina a sermos melhores!
O homem aspira à felicidade e nenhum sofrimento é dignificante porque sempre nos enfraquece e debilita.

Beijos.

A Loira disse...

Sem dúvida que está tudo na nossa mente, por vezes pequenos problemas tornam-se gigantes e há pessoas com problemas tão graves e que nunca deixam de lutar.

Pérola disse...

Não acredito que a vida seja castigadora. Tudo depende de nós, mas esta falta de olhar para os nossos problemas de frente, tem custos, e acabamos por ser nós a pagá-los.
Se tudo fosse perfeitinho, cor de rosas, como saberiamos que era bom, desconheciamos a outra faceta.
Também não acredito que por ser sofredor, se é bom, ou meritório,longe disso.
Nenhum sofrimento ser dignificante porque nos debilita, não sei. Poderá ser alavanca para um patamar de fortaleza.
Beijo.

Pérola disse...

Como tu bem dizes : está tudo dentro de nós, de cada um.

Tétisq disse...

Acho que quando compreendemos que a vida é difícil, nos assumimos como adultos...deixamos de contar com os outros ou aguardar por soluções milagrosa e partimos para a reacção.*

Margarida Alegria disse...

Subscrevo o post na totalidade!
O que nos faz crescer mais depressa é a capacidade de reagirmos ao sofrimento.

Pérola disse...

Não podia dizer melhor. Penso que percebeste a mensagem. Obrigado!
Beijinho.

Lígia Gomes disse...

Penso que realmente o que nos faz sofrer algum dia virá a ser uma página virada e que os fez refletir e arranjar uma solução. Os problemas fazem com que as pessoas alcancem um objetivo, para os conseguirem resolver... é assim ou não é?? :P

Pérola disse...

Eu também compartilho da opinião que superando os problemas, nos tornamos mais fortes.
Os problemas, por vezes, fazem-nos parar e pensar e nisto reparamos na vida. Tantas azáfamas que nos anestesiam. Precisamos de prosseguir, sempre os nossos objectivos.