quarta-feira, 14 de março de 2012

Sem razóes...


As sem razões do amor


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.



Carlos Drummond de Andrade



6 comentários:

Mona Lisa disse...

Adoro este poema.

Este verso faço-o meu:

Eu te amo porque te amo...

Beijos.

Pérola disse...

Tamanha simplicidade com tamanha mensagem.

mfc disse...

Amar... é sentir e sorrir!

Um poema que faz uma aproximação linda ao amor, que é a mola real da vida.

Isa Lisboa disse...

Amor...não se explica... :)

Pérola disse...

Mola ou martelo, talvez...
Obrigado pela partilha.

Pérola disse...

No decorrer dos anos têm havido inúmeras tentativas. Mas, ainda não foi encontrada a explicação correta. Quer-me parecer que são tantas, quantas os que já sentiram esse inexplicável sentimento. Vamos explicando...