Se há som distintivo do verão, é o da cigarra.
Ouvi-la é sinal de estio.
De dias abafados, irrespiráveis.
Nasci e cresci no interior, como sabem. Os meus verões eram sempre vividos ao toque do canto da cigarra.
Quanto mais altas as temperaturas, mais alto, mais intenso e mais ensurdecedor o seu som.
Podiam ser dezenas, centenas e gostava de as ouvir 'arrancar' e esfalfarem-se num frenesim que cansava os ouvidos.
Com a vinda para a cidade, perdi este contacto próprio do verão.
No entanto, sempre que passo no campo e as ouço, as sestas, os passeios, as festas, as brincadeiras, as leituras, as tarefas, as saídas à hora de calor da minha infância voltam e sinto-lhes as impressões da altura.
A nossa memória auditiva pode desencadear verdadeiras viagens no tempo.
8 comentários:
Um canto que me encanta.
Apesar de ser na cidade,ainda as ouço em Lisboa, junto à casa da minha irmã, talvez pelo aglomerado de árvores ali existentes.
Beijos.
Tens toda a razão!
Se há sons que nos evocam o Verão quente, ainda mais do que o som do mar, são os cantos das cigarras e dos ralos!
Um beijo
Há sensações que sempre nos acompanham...
São como que guardiãs das nossas memórias!
Parabéns pelo lindo texto!
Beijinhos,
o teu blog transmite mesmo tranquilidade :) a seguir-te!
beijinho
http://stuff-by-jo.blogspot.pt/
Nossos sentidos nos ajudam a lembrarmos de coisas que passamos.
Aqui está começando o inverno, está frio e vou tomar um vinho...
Beijos!
O som da cigarra faz-me lembrar mesmo os verões da minha infância.
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Cada estaçáo trás boas lembranças, beijo Lisette.
As tuas cigarras marcam as saudades daquele fresim dos grilos no minha infância.
O norte, só no pinheirais muito secos elas dão aso à sinfonia.
E a saudade bate à porta, sim!
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