sábado, 6 de outubro de 2012

Viagem ? Saudade ?


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Passamos pela vida e as recordações vão-se acumulando. Iniciámos esta viagem desconhecendo apeadeiros, pausas, paragens e destino final.
No entanto, a bagagem vai aumentando, quer queiramos ou não. São experiências, pessoas que se atravessam à nossa frente, sentimentos em que tropeçamos.
Gostamos de pensar, que ao desejar, ao sonhar e tudo fazendo para que se concretizem, controlamos a nossa deambulação pela Terra.
E, assim, apegamo-nos ao considerado essencial e sofremos ou divertimo-nos com as nossas 'verdades' como companhia escolhida.
Acarinhamos o que carregamos dentro das 'malas' e sentimo-nos confiantes.
Até podemos ter saudades de coisas que perdemos, que passaram, de pessoas desencontradas ou desaparecidas.
Queremos acreditar que faz tudo sentido e a saudade pode ter um papel de ligação entre episódios desgarrados.
Neste percurso o que me é mais penoso é o desejo não materializado, a lembrança do sonhado, sem materialização correspondente.
Pois! A saudade do irreal pode doer mais, muito mais.
E porque carece de termo de comparação, a nossa imaginação, sendo o limite, não tem fronteiras, conduz a sentires desmesurados.

16 comentários:

FME disse...

Amei!

Margarida Alegria disse...

Mais um belo texto de reflexão!
E como tens razão: o pior é tudo que ficou por realizar, ou a sensação de deixar algo incompleto. Como chegar a meio ou ao fim de um livro e ver que as últimas páginas foram selvaticamente rasgadas, sem nos permitir ler o desfecho.
A única hipótese é imaginarmos esse desfecho. Lá terá uma vantagem: podemos sempre imaginá-lo um final Feliz. E sem as dores e atritos anexos à vivência real.
´Será uma pobre alternativa à realidade, mas deixa-nos ao menos essa liberdade.
Digo eu, que sou uma saudosista nata...Com algumas saudades do Pasado e bastantes saudades do Futuro.
Saudades presentes, Pérola! Continua assim!
Beijinho

Maria do Mundo disse...

A saudade do que nunca se teve ou nunca se fez é a pior!

O Profeta disse...

Este pensador, viajeiro entre Sois
Esta Ave pousada em mil embarcações
Esbarco que passa sem vela ou remo
Esta arca repleta de vibrantes emoções

Esta mestiça flor de açafrão
Este ramo de espinhos cravados na mão
Esta alma que não ousa largar opinião
Este homem vestido de solidão

Bom fim de semana

Doce beijo

Anna disse...

Eu sou muito agarrada ao passado, o que nem sempre é bom.

Lilá(s) disse...

És uma verdadeira pérola na arte de refletir! O meu passado anda tão presente hoje em dia que preciso por vezes meter a cabeça dentro de água para o afastar...
Bjs

Farruskinha disse...

Realmente filmes baseados em histórias reais tem muito maior impacto :) Vejo qualquer filme desde que não seja de terror. LOL

Joana disse...

Eu sei que sim. Mas só mesmo quando deixar de estudar é que me vou realmente aperceber do quanto estes tempos são os melhores!
Mas obrigada pelas tuas palavras:)

Joana disse...

Adorei o texto:)

chica disse...

Gosto das reflexões que provocAS!lINDO!BEIJOS,CHICA

CamilaSB disse...

«A saudade do irreal pode doer mais, muito mais...»
e esta viagem que encetamos pela Terra, não tem itinerário e, o bilhete, é só de ida... por isso, com pouca ou muita bagagem... façamo-la - apreciando o "real" e acarinhando o que de valor carregamos dentro das "malas"
Uma belíssima reflexão, uma verdadeira Pérola!
Beijinhos e boa "viagem" amiga :)

Mary disse...

tenho um Q de nostalgia em mim, demoro para me desapegar de pessoas, coisas e situações, mas estou procurando mudar um bocado neste sentido.. amei o texto.. beijos mil e ótimo domingo..

Unknown disse...

adorei o texto

lena disse...

Olá Perola.
Lindo, gostei muito.
Beijinhos grandes.

Francisco disse...

Gostei muito :)

Bjs

manuela barroso disse...

Quem disser que não tem saudades...como eu invejo!
Mas é tão bom ter saudades de tudo o que nos fez crescer, de tudo o que é uma fonte de novos saberes trazendo novas alegrias. Só quem passa pela vida , saboreando todos contrastes, tem a capacidade de dizer "saudade".
Muitos bjis Pérola